O texto é conhecido, mas não tenho certeza da autoria, alguns sites indicam Félix Coronel, outros Juliana Spadotto, outros ainda dizem que é uma adaptação de um texto de Chaplin... Enfim, o poema continua valendo a pena ler. Se souberem a autoria correta, me informem.
Eu já dei risada até a barriga doer, já nadei até perder o fôlego,
já chorei até dormir e acordei com o rosto desfigurado.
Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar,
já me queimei brincando com vela.
Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto,
já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora,
já passei trote por telefone, já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo.
Já fiz confissões antes de dormir num quarto escuro pro melhor amigo.
Já confundi sentimentos.
Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro,
já me cortei fazendo a barba apressado, já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais
difíceis de se esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas,
já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda.
Conheci a morte de perto, e agora anseio por viver cada dia.
Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola,
já chorei sentado no chão do banheiro, já fugi de casa pra sempre,
e voltei no outro instante.
Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça, ouvindo estrelas.
Já corri pra não deixar alguém chorando,
já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr do sol cor-de-rosa e laranjado,
já me joguei na piscina sem vontade de voltar,
já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios,
já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor,
mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade,
já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre.
Mas sempre era um "para sempre" pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol, já chorei por ver
amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo
um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da
emoção, guardados num baú, chamado coração... E agora um formulário me
interroga, me encosta na parede e grita: - Qual sua experiência?" Essa
pergunta ecoa no meu cérebro: "... experiência... experiência...
" Será que ser "plantador de sorrisos" é uma boa experiência?
Não!!!
Talvez eles não saibam ainda colher sonhos.
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na
intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis ,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
As três peneiras
Texto anônimo
AS TRÊS PENEIRAS
Augustus procurou Sócrates e disse-lhe:
- Sócrates, preciso contar-lhe algo sobre alguém! Você não imagina o que me contaram a respeito de...
Nem chegou a terminar a frase, quando Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:
- Espere um pouco, Augustus. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?
- Peneiras? Que peneiras?
- Sim. A primeira, Augustus, é a da verdade. Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro?
- Não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram!
- Então suas palavras já vazaram a primeira peneira. Vamos então para a segunda peneira: a bondade. O que vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?
- Não, Sócrates! Absolutamente, não!
- Então suas palavras vazaram, também, a segunda peneira. Vamos agora para a terceira peneira: a necessidade. Você acha mesmo necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa?
- Não, Sócrates... Passando pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta do que iria contar.
E Sócrates sorrindo concluiu:
- Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, quanto você e os outros iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos. Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz! Da próxima vez que ouvir algo, antes de ceder ao impulso de passá-lo adiante, submeta-o ao crivo das três peneiras porque:
Pessoas sábias falam sobre idéias;
Pessoas comuns falam sobre coisas;
Pessoas medíocres falam sobre pessoas.
AS TRÊS PENEIRAS
Augustus procurou Sócrates e disse-lhe:
- Sócrates, preciso contar-lhe algo sobre alguém! Você não imagina o que me contaram a respeito de...
Nem chegou a terminar a frase, quando Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:
- Espere um pouco, Augustus. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?
- Peneiras? Que peneiras?
- Sim. A primeira, Augustus, é a da verdade. Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro?
- Não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram!
- Então suas palavras já vazaram a primeira peneira. Vamos então para a segunda peneira: a bondade. O que vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?
- Não, Sócrates! Absolutamente, não!
- Então suas palavras vazaram, também, a segunda peneira. Vamos agora para a terceira peneira: a necessidade. Você acha mesmo necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa?
- Não, Sócrates... Passando pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta do que iria contar.
E Sócrates sorrindo concluiu:
- Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, quanto você e os outros iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos. Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz! Da próxima vez que ouvir algo, antes de ceder ao impulso de passá-lo adiante, submeta-o ao crivo das três peneiras porque:
Pessoas sábias falam sobre idéias;
Pessoas comuns falam sobre coisas;
Pessoas medíocres falam sobre pessoas.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Boas Festas!
Caros leitores,
Desejo a todos um excelente Natal e um ano-novo (que descobri recentemente que tem hífen) repleto de sucesso, felicidade, alegria, saúde e tudo mais que está no cartão aí em cima (confesso que copiei pronto da internet).
Entro de férias por duas semanas, mas em janeiro retorno com força total para comemorarmos juntos os 3 anos do blog!
Boas Festas!
Desejo a todos um excelente Natal e um ano-novo (que descobri recentemente que tem hífen) repleto de sucesso, felicidade, alegria, saúde e tudo mais que está no cartão aí em cima (confesso que copiei pronto da internet).
Entro de férias por duas semanas, mas em janeiro retorno com força total para comemorarmos juntos os 3 anos do blog!
Boas Festas!
The violence in English Language
Sent by Valdir Nascimento
From: Culture Wizard
http://rw-3.com/2011/12/violent-expression
Joe Lurie, an intercultural trainer and consultant based in San Francisco, reflects on his observation that the English Americans speak is riddled with words, phrases and terminology rooted in gun metaphors and firearm related concepts. I’d argue this is a unique characteristic embedded in the American lexicon (which has certainly spread to other English-speaking regions and peoples through popular culture). Lurie’s essay was published earlier this month in the SIETAR Europa Journal.
Here is an excerpt demonstrating the violent nature of the language:
As I flipped through tv channels, watching left and right wing politicians and pundits battling in a ‘cross-fire’ of blame, each side looking for a ‘smoking gun’ to explain or cast blame for the Tucson tragedy, I became increasingly aware of how we US Americans unconsciously use gun language to express ourselves, even during the most innocent interactions.
In conversation, we often value the ‘straight shooter,’ yet are wary of those who ‘shoot their mouths off,’ those who ‘shoot from the hip’ or glibly end an argument with a ‘parting shot.’We caution our friends and colleagues to avoid ‘shooting themselves in the foot,’ and counsel them not to ‘shoot the messenger.’
In other kinds of sensitive business negotiations, I’ve advised patience, urging colleagues to avoid ‘jumping the gun.’ When the moment is right for getting the biggest ‘bang for the buck,’ I’ve agreed to bring the ‘big guns’ to the table. We look for ‘silver bullet’ solutions, hoping for ‘bulletproof’ results.
I’d bet many of us don’t think twice about the provenance of these everyday expressions. America’s historical relationship with guns and explosives is an obvious link, but how else has the obsession transferred to language?
Please tell us what you think about this unknowingly violent way of communicating. How does it impact the business process when Americans are taken out of their own cultural context and placed in another, e.g. in China where an interpreter is employed?
For more information about Joe Lurie and his work, click here to see his LinkedIn profile.
From: Culture Wizard
http://rw-3.com/2011/12/violent-expression
Joe Lurie, an intercultural trainer and consultant based in San Francisco, reflects on his observation that the English Americans speak is riddled with words, phrases and terminology rooted in gun metaphors and firearm related concepts. I’d argue this is a unique characteristic embedded in the American lexicon (which has certainly spread to other English-speaking regions and peoples through popular culture). Lurie’s essay was published earlier this month in the SIETAR Europa Journal.
Here is an excerpt demonstrating the violent nature of the language:
As I flipped through tv channels, watching left and right wing politicians and pundits battling in a ‘cross-fire’ of blame, each side looking for a ‘smoking gun’ to explain or cast blame for the Tucson tragedy, I became increasingly aware of how we US Americans unconsciously use gun language to express ourselves, even during the most innocent interactions.
In conversation, we often value the ‘straight shooter,’ yet are wary of those who ‘shoot their mouths off,’ those who ‘shoot from the hip’ or glibly end an argument with a ‘parting shot.’We caution our friends and colleagues to avoid ‘shooting themselves in the foot,’ and counsel them not to ‘shoot the messenger.’
In other kinds of sensitive business negotiations, I’ve advised patience, urging colleagues to avoid ‘jumping the gun.’ When the moment is right for getting the biggest ‘bang for the buck,’ I’ve agreed to bring the ‘big guns’ to the table. We look for ‘silver bullet’ solutions, hoping for ‘bulletproof’ results.
I’d bet many of us don’t think twice about the provenance of these everyday expressions. America’s historical relationship with guns and explosives is an obvious link, but how else has the obsession transferred to language?
Please tell us what you think about this unknowingly violent way of communicating. How does it impact the business process when Americans are taken out of their own cultural context and placed in another, e.g. in China where an interpreter is employed?
For more information about Joe Lurie and his work, click here to see his LinkedIn profile.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Adventure in English
Adventure in English
20 a 22 de janeiro - Cananeia e Ilha do Cardoso (SP)
R$ 597,00
www.terrazul.tur.br
20 a 22 de janeiro - Cananeia e Ilha do Cardoso (SP)
R$ 597,00
www.terrazul.tur.br
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Artigo - Por que é tão difícil escrever em Inglês
Confira meu quarto texto para o Blog da Disal:
Por que é tão difícil escrever em Inglês?
Por Vanessa Prata*
Basta pedir que os alunos façam uma redação para que os professores de Inglês (e de outros idiomas) ouçam inúmeras reclamações. Muitos estudantes acabam adiando a tarefa (alguns indefinidamente) e os que entregam a redação frequentemente apresentam um resultado abaixo do esperado, mesmo quando são participativos e têm boa performance oral. Por quê?
Em primeiro lugar, quem tem dificuldade de escrever em Inglês provavelmente também tem a mesma dificuldade em Português. O problema, portanto, não é escrever em Inglês, mas simplesmente escrever. Falta prática mesmo na língua nativa e, evidentemente, numa língua estrangeira o desafio é maior.
Em segundo lugar, grande parte dos alunos lê pouco e, assim, tem pouca bagagem cultural e pouco contato com a língua escrita, que é diferente da linguagem oral. Muitas expressões ou mesmo erros que são aceitos na linguagem oral, mais coloquial, tornam-se inaceitáveis na linguagem escrita, principalmente se for um texto mais formal.
Outro ponto é o fato de muitos alunos não conhecerem gêneros textuais, mesmo em Português, devido às deficiências de todo nosso sistema educacional, como bem sabemos. Dessa forma, eles tendem a escrever um e-mail para um amigo da mesma forma que escrevem uma carta de apresentação para um emprego, e o resultado, obviamente, não será o ideal. Ao receber as correções e perceber que seu texto não está adequado, o aluno se desmotiva ainda mais.
Além disso, mesmo os melhores alunos, muitas vezes, tendem a escrever primeiro em Português e depois “passar” para o Inglês, geralmente traduzindo palavra por palavra, o que costuma produzir um texto “Frankstein”, visto que muitas estruturas são diferentes em cada língua e a tradução palavra por palavra não leva em consideração expressões idiomáticas e colocações. Ao escrever em sua língua nativa, a tendência é que o aluno utilize estruturas e vocabulário muito mais elaborados do que o que ele conhece na língua-alvo, o que torna mais difícil a tarefa de traduzir do que escrever diretamente em Inglês.
O que fazer?
Muitas vezes é necessário começar do zero e ensinar coisas básicas, que não seriam nossa função como professores de Inglês. Coisas como o que é um parágrafo, quais são as principais regras de pontuação, como é o layout de uma carta e de um relatório, por exemplo, além de estilo formal e informal. Frases feitas e “linking words” também podem ajudar, além de mostrar modelos de textos e trabalhar com “process writing”. Para quem não conhece, esse tipo de atividade consiste em pedir que o aluno reescreva o mesmo texto algumas vezes (três, na média), após indicações do que deve ser corrigido, sem que o professor coloque a resposta correta. É preferível trabalhar bem um único texto num bimestre ou semestre, por exemplo, do que solicitar três ou quatro textos que serão mal feitos (ou nem serão escritos).
Aos alunos, cabe ler muito, reconhecer que escrever bem é uma questão de prática e “perder o medo da folha de papel em branco” (ou da tela do computador). As ideias sempre aparecem. Basta organização e dedicação para colocá-las de maneira adequada e coerente no papel.
"É a escrever mal que se aprende a escrever bem." – Samuel Johnson (1709-1784, escritor inglês)
“Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca ideias.” - Pablo Neruda (1904-1973, escritor e poeta chileno)
Basta pedir que os alunos façam uma redação para que os professores de Inglês (e de outros idiomas) ouçam inúmeras reclamações. Muitos estudantes acabam adiando a tarefa (alguns indefinidamente) e os que entregam a redação frequentemente apresentam um resultado abaixo do esperado, mesmo quando são participativos e têm boa performance oral. Por quê?
Em primeiro lugar, quem tem dificuldade de escrever em Inglês provavelmente também tem a mesma dificuldade em Português. O problema, portanto, não é escrever em Inglês, mas simplesmente escrever. Falta prática mesmo na língua nativa e, evidentemente, numa língua estrangeira o desafio é maior.
Em segundo lugar, grande parte dos alunos lê pouco e, assim, tem pouca bagagem cultural e pouco contato com a língua escrita, que é diferente da linguagem oral. Muitas expressões ou mesmo erros que são aceitos na linguagem oral, mais coloquial, tornam-se inaceitáveis na linguagem escrita, principalmente se for um texto mais formal.
Outro ponto é o fato de muitos alunos não conhecerem gêneros textuais, mesmo em Português, devido às deficiências de todo nosso sistema educacional, como bem sabemos. Dessa forma, eles tendem a escrever um e-mail para um amigo da mesma forma que escrevem uma carta de apresentação para um emprego, e o resultado, obviamente, não será o ideal. Ao receber as correções e perceber que seu texto não está adequado, o aluno se desmotiva ainda mais.
Além disso, mesmo os melhores alunos, muitas vezes, tendem a escrever primeiro em Português e depois “passar” para o Inglês, geralmente traduzindo palavra por palavra, o que costuma produzir um texto “Frankstein”, visto que muitas estruturas são diferentes em cada língua e a tradução palavra por palavra não leva em consideração expressões idiomáticas e colocações. Ao escrever em sua língua nativa, a tendência é que o aluno utilize estruturas e vocabulário muito mais elaborados do que o que ele conhece na língua-alvo, o que torna mais difícil a tarefa de traduzir do que escrever diretamente em Inglês.
O que fazer?
Muitas vezes é necessário começar do zero e ensinar coisas básicas, que não seriam nossa função como professores de Inglês. Coisas como o que é um parágrafo, quais são as principais regras de pontuação, como é o layout de uma carta e de um relatório, por exemplo, além de estilo formal e informal. Frases feitas e “linking words” também podem ajudar, além de mostrar modelos de textos e trabalhar com “process writing”. Para quem não conhece, esse tipo de atividade consiste em pedir que o aluno reescreva o mesmo texto algumas vezes (três, na média), após indicações do que deve ser corrigido, sem que o professor coloque a resposta correta. É preferível trabalhar bem um único texto num bimestre ou semestre, por exemplo, do que solicitar três ou quatro textos que serão mal feitos (ou nem serão escritos).
Aos alunos, cabe ler muito, reconhecer que escrever bem é uma questão de prática e “perder o medo da folha de papel em branco” (ou da tela do computador). As ideias sempre aparecem. Basta organização e dedicação para colocá-las de maneira adequada e coerente no papel.
"É a escrever mal que se aprende a escrever bem." – Samuel Johnson (1709-1784, escritor inglês)
“Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca ideias.” - Pablo Neruda (1904-1973, escritor e poeta chileno)
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Minha entrevista no blog Portal da Língua Inglesa
Fui entrevistada pelo blog Portal da Língua Inglesa, do professor Bruno Coriolano Costa. Confira!
A entrevista dessa semana é com a professora, jornalista e tradutora, Vanessa Prata. Nesse bate-papo, ela faz um breve resumo da vida profissional e dos diversos cursos feitos para se aprimorar no ensino da Língua Inglesa; das aulas particulares e das dificuldades que o professor enfrenta no seu dia a dia.
A entrevista dessa semana é com a professora, jornalista e tradutora, Vanessa Prata. Nesse bate-papo, ela faz um breve resumo da vida profissional e dos diversos cursos feitos para se aprimorar no ensino da Língua Inglesa; das aulas particulares e das dificuldades que o professor enfrenta no seu dia a dia.
Poderia fazer um breve resumo de sua vida acadêmica/profissional?
Sou formada em Comunicação Social pela Faculdade Cásper Líbero (2002), pós-graduada em Tradução, pela Unibero-Anhanguera (2011), e tenho os certificados CPE, TKT e Icelt, da Universidade de Cambridge.
Sou professora de inglês desde 1999, já tendo passado por escolas de idiomas como CNA, Seven, Wizard e SENAC e, atualmente, trabalho na Companhia de Idiomas e dou aulas particulares. Atuo também como jornalista e, eventualmente, faço traduções e revisões.
Porque decidiu ser professora de Língua Inglesa?
Foi um processo natural após alguns anos de estudo da língua, quando percebi que gostava muito de inglês e que gostaria de manter contato com o idioma após terminar o curso.
Comecei dando aulas aos 19 anos na mesma escola em que estudei e não parei mais, mesmo conciliando o trabalho de professora com o de jornalista. Inicialmente imaginava que seria um emprego temporário, enquanto estava na faculdade, mas se tornou uma carreira.
Você disse que, eventualmente, faz traduções. Por que escolheu “tradução” para estudar e como é trabalhar nessa área? Não toma muito tempo?
Quis fazer um curso de tradução justamente para conhecer melhor a área, já que sou formada em Comunicação Social e não em Letras ou Tradução. Fiz alguns trabalhos apenas, até por falta de tempo, pois me divido entre as aulas e o jornalismo, mas este ano traduzi um livro técnico de instrumentação cirúrgica. Pela falta de experiência e prática, acabo demorando mais do que tradutores “profissionais”, claro.
Quis fazer um curso de tradução justamente para conhecer melhor a área, já que sou formada em Comunicação Social e não em Letras ou Tradução. Fiz alguns trabalhos apenas, até por falta de tempo, pois me divido entre as aulas e o jornalismo, mas este ano traduzi um livro técnico de instrumentação cirúrgica. Pela falta de experiência e prática, acabo demorando mais do que tradutores “profissionais”, claro.
Você trabalhou em diversas escolas de idiomas diferentes. Tem alguma preferencia por algum método? Wizard e SENAC, por exemplo, têm métodos completamente diferentes.
Cada escola tem sua metodologia, mas é difícil afirmar que uma é melhor do que a outra; elas são diferentes, mas todas podem trazer bons resultados. Cada aluno tende a se identificar mais com uma escola ou metodologia, mas sempre é possível aprender, desde que haja dedicação da parte do aluno e do professor.
Estudei no CNA e gostava muito das aulas, porém conheço pessoas que não se identificaram, assim como outros alunos não se adaptam ao método da Wizard ou da Cultura Inglesa ou de qualquer outra escola. No geral, a tendência é que cada vez mais o foco seja na abordagem comunicativa.
Cada escola tem sua metodologia, mas é difícil afirmar que uma é melhor do que a outra; elas são diferentes, mas todas podem trazer bons resultados. Cada aluno tende a se identificar mais com uma escola ou metodologia, mas sempre é possível aprender, desde que haja dedicação da parte do aluno e do professor.
Estudei no CNA e gostava muito das aulas, porém conheço pessoas que não se identificaram, assim como outros alunos não se adaptam ao método da Wizard ou da Cultura Inglesa ou de qualquer outra escola. No geral, a tendência é que cada vez mais o foco seja na abordagem comunicativa.
Como é a professora Vanessa em sala de aula? Já passou por alguma situação embaraçosa?
Gosto muito de trabalhar com recursos variados, como vídeos, músicas, textos extras, sites etc. Sou amigável e flexível, mas tenho uma postura séria, não faço o tipo “professora engraçada”. Muitas vezes acontecem algumas coisas, como CD ou DVD não funcionarem (mesmo que você tenha testado antes), nos esquecermos de uma palavra em inglês mais “básica” ou mesmo alunos fazerem piadas em cima de algo que você estava explicando, mas são coisas normais numa sala de aula, não me lembro de algo muito mais “embaraçoso”.
Quais as dificuldades que um profissional de idiomas encontra na região onde você atua?
Como em qualquer área, temos que estar sempre estudando e nos atualizando, pois o mercado exige cada vez mais qualificação profissional. A concorrência para trabalhar nas melhores escolas é sempre grande, embora, no momento, a demanda por professores de inglês esteja em alta, havendo oportunidades para muitos profissionais.
No dia a dia, as dificuldades estão em conciliar horários, enfrentar horas no trânsito ou em transporte público para se deslocar de uma escola ou de uma empresa para outra e conseguir ter estabilidade financeira, pois, muitas vezes, professores ganham apenas por hora-aula dada, e devem se precaver com relação às faltas de alunos, férias, cancelamentos etc.
“A demanda por professores de inglês está em alta”. Por quê?
Cada vez mais as pessoas estão percebendo que falar inglês não é mais um diferencial, mas uma necessidade para entrar no mercado de trabalho e se manter nele. A perspectiva de eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas que serão realizadas aqui também estimula o interesse em aprender inglês. Além disso, muitos pais estão colocando os filhos cada vez mais cedo para estudar o idioma. Assim, o mercado está constantemente precisando de (bons) professores de inglês.
Gosto muito de trabalhar com recursos variados, como vídeos, músicas, textos extras, sites etc. Sou amigável e flexível, mas tenho uma postura séria, não faço o tipo “professora engraçada”. Muitas vezes acontecem algumas coisas, como CD ou DVD não funcionarem (mesmo que você tenha testado antes), nos esquecermos de uma palavra em inglês mais “básica” ou mesmo alunos fazerem piadas em cima de algo que você estava explicando, mas são coisas normais numa sala de aula, não me lembro de algo muito mais “embaraçoso”.
Quais as dificuldades que um profissional de idiomas encontra na região onde você atua?
Como em qualquer área, temos que estar sempre estudando e nos atualizando, pois o mercado exige cada vez mais qualificação profissional. A concorrência para trabalhar nas melhores escolas é sempre grande, embora, no momento, a demanda por professores de inglês esteja em alta, havendo oportunidades para muitos profissionais.
No dia a dia, as dificuldades estão em conciliar horários, enfrentar horas no trânsito ou em transporte público para se deslocar de uma escola ou de uma empresa para outra e conseguir ter estabilidade financeira, pois, muitas vezes, professores ganham apenas por hora-aula dada, e devem se precaver com relação às faltas de alunos, férias, cancelamentos etc.
“A demanda por professores de inglês está em alta”. Por quê?
Cada vez mais as pessoas estão percebendo que falar inglês não é mais um diferencial, mas uma necessidade para entrar no mercado de trabalho e se manter nele. A perspectiva de eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas que serão realizadas aqui também estimula o interesse em aprender inglês. Além disso, muitos pais estão colocando os filhos cada vez mais cedo para estudar o idioma. Assim, o mercado está constantemente precisando de (bons) professores de inglês.
Existem vantagens em aulas particulares? Os alunos sempre comparecem? Existe uma regularidade nas aulas ou os mesmos apenas te procuram quando é véspera de alguma prova?
A principal vantagem da aula particular para o professor é o valor da hora-aula, evidentemente, sempre superior ao que é pago nas escolas. Por outro lado, numa escola a estabilidade é maior, pois dificilmente um grupo vai parar de fazer aulas de uma hora para outra, o que é mais comum acontecer com alunos particulares. Além disso, como professor particular, você é autônomo, sem os direitos (e deveres) de um profissional registrado. A flexibilidade de horário também tem vantagens e desvantagens. Ao mesmo tempo em que você consegue fazer outras coisas no dia a dia, muitas vezes precisa ficar “enrolando” entre uma aula e outra.
Hoje, muitos executivos estão optando por aulas particulares, devido à maior flexibilidade que esse tipo de curso oferece. No meu caso, raramente dei aulas de reforço, com foco apenas em provas, mas certamente existe esse tipo de aluno também.
E como você lida com esse tipo de planejamento citado anteriormente (às faltas de alunos, férias, cancelamentos etc)?
Procuro sempre repor as aulas, dentro do possível. Porém, antes de iniciar o curso com um aluno novo, deixo claras as regras de cancelamento e reposição, isto é, com que antecedência a aula tem que ser cancelada para ter direito à reposição. Exceções são tradadas caso a caso, mas como professores particulares precisamos ter uma previsão média de aulas por mês.
A principal vantagem da aula particular para o professor é o valor da hora-aula, evidentemente, sempre superior ao que é pago nas escolas. Por outro lado, numa escola a estabilidade é maior, pois dificilmente um grupo vai parar de fazer aulas de uma hora para outra, o que é mais comum acontecer com alunos particulares. Além disso, como professor particular, você é autônomo, sem os direitos (e deveres) de um profissional registrado. A flexibilidade de horário também tem vantagens e desvantagens. Ao mesmo tempo em que você consegue fazer outras coisas no dia a dia, muitas vezes precisa ficar “enrolando” entre uma aula e outra.
Hoje, muitos executivos estão optando por aulas particulares, devido à maior flexibilidade que esse tipo de curso oferece. No meu caso, raramente dei aulas de reforço, com foco apenas em provas, mas certamente existe esse tipo de aluno também.
E como você lida com esse tipo de planejamento citado anteriormente (às faltas de alunos, férias, cancelamentos etc)?
Procuro sempre repor as aulas, dentro do possível. Porém, antes de iniciar o curso com um aluno novo, deixo claras as regras de cancelamento e reposição, isto é, com que antecedência a aula tem que ser cancelada para ter direito à reposição. Exceções são tradadas caso a caso, mas como professores particulares precisamos ter uma previsão média de aulas por mês.
Como você avalia sua formação acadêmica?
Não tenho formação na área de Letras ou Pedagogia, porém fui atrás de vários outros certificados para compensar essas lacunas que poderiam haver em minha formação, embora os cursos de Comunicação Social e de Tradução também tenham ajudado bastante. Acredito que independentemente do curso superior que um professor de inglês tenha feito, é importante estar sempre se atualizando, participando de workshops, palestras, lendo livros, procurando aperfeiçoar-se tanto em termos de conhecimento linguístico como de metodologia e mesmo em outros assuntos, dependendo de sua área de atuação, como aulas para executivos, aulas para crianças, para adolescentes etc.
Não tenho formação na área de Letras ou Pedagogia, porém fui atrás de vários outros certificados para compensar essas lacunas que poderiam haver em minha formação, embora os cursos de Comunicação Social e de Tradução também tenham ajudado bastante. Acredito que independentemente do curso superior que um professor de inglês tenha feito, é importante estar sempre se atualizando, participando de workshops, palestras, lendo livros, procurando aperfeiçoar-se tanto em termos de conhecimento linguístico como de metodologia e mesmo em outros assuntos, dependendo de sua área de atuação, como aulas para executivos, aulas para crianças, para adolescentes etc.
Muitas vezes, empresários que não são do ramo de idiomas abrem franquias por terem certo poder aquisitivo que a maioria dos professores de idiomas, que fazem o trabalho mais árduo, não tem. Como você avalia a estrutura das instituições por onde passou e o ensino de línguas estrangeiras no nosso país?
Desde que a direção e a coordenação das escolas estejam nas mãos de profissionais competentes, acredito que o ramo de ensino de idiomas é um negócio como outro qualquer, que precisa de investimentos constantes. No geral, trabalhei em lugares bem estruturados, mas certamente há muitas escolas que precisariam melhorar, e não é uma questão de estrutura física. É lógico que faz diferença se uma escola oferece laboratório, biblioteca, entre outros recursos, mas o principal é a qualidade e o comprometimento dos profissionais que trabalham lá.
Desde que a direção e a coordenação das escolas estejam nas mãos de profissionais competentes, acredito que o ramo de ensino de idiomas é um negócio como outro qualquer, que precisa de investimentos constantes. No geral, trabalhei em lugares bem estruturados, mas certamente há muitas escolas que precisariam melhorar, e não é uma questão de estrutura física. É lógico que faz diferença se uma escola oferece laboratório, biblioteca, entre outros recursos, mas o principal é a qualidade e o comprometimento dos profissionais que trabalham lá.
Obrigado pela atenção e o tempo disponibilizado. Que mensagem você deixaria para professores e/ou alunos de Língua Inglesa?
Ser professor é uma carreira que exige dedicação constante, comprometimento, responsabilidade e muito trabalho, mas vale a pena. É muito gratificante reencontrar alunos que estudaram com você e ainda se lembram das aulas e mais ainda quando um deles decide ser professor também. É uma troca constante de experiências, estamos sempre conhecendo pessoas e lugares novos e sempre aprendendo.
Ser professor é uma carreira que exige dedicação constante, comprometimento, responsabilidade e muito trabalho, mas vale a pena. É muito gratificante reencontrar alunos que estudaram com você e ainda se lembram das aulas e mais ainda quando um deles decide ser professor também. É uma troca constante de experiências, estamos sempre conhecendo pessoas e lugares novos e sempre aprendendo.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Workshop - Perdendo o medo de ensinar inglês
PERDENDO O MEDO DE ENSINAR INGLÊS
Workshop gratuito de 2 horas - sexta feira - 2 de dezembro às 14h30.
EXCLUSIVO PARA ESTUDANTES E GRADUADOS EM LETRAS
Você fez Letras mas só pensa em lecionar português por receio de ensinar inglês? Quer lecionar inglês mas sente que seu próprio inglês precisa melhorar?
Então, veja o que você vai obter com este workshop gratuito:
a. um "raio X" do seu atual conhecimento de inglês
b. por meio deste "raio X", saiba quais escolas podem absorvê-lo como professor
c. como se capacitar para trabalhar com as melhores escolas de São Paulo
d. um panorama do que o mercado de ensino de inglês carece atualmente (ou seja, onde estão suas melhores oportunidades de trabalho)
Local, data e horário:
na Summit for Teachers, Rua Nova York 394
sexta-feira, 02 de dezembro de 2011
14h30 às 16h30
Inscrições pelo e-mail
summit_for_teachers@summistchool.com.br
ou pelo telefone 5535-1161
Workshop gratuito de 2 horas - sexta feira - 2 de dezembro às 14h30.
EXCLUSIVO PARA ESTUDANTES E GRADUADOS EM LETRAS
Você fez Letras mas só pensa em lecionar português por receio de ensinar inglês? Quer lecionar inglês mas sente que seu próprio inglês precisa melhorar?
Então, veja o que você vai obter com este workshop gratuito:
a. um "raio X" do seu atual conhecimento de inglês
b. por meio deste "raio X", saiba quais escolas podem absorvê-lo como professor
c. como se capacitar para trabalhar com as melhores escolas de São Paulo
d. um panorama do que o mercado de ensino de inglês carece atualmente (ou seja, onde estão suas melhores oportunidades de trabalho)
Local, data e horário:
na Summit for Teachers, Rua Nova York 394
sexta-feira, 02 de dezembro de 2011
14h30 às 16h30
Inscrições pelo e-mail
summit_for_teachers@summistchool.com.br
ou pelo telefone 5535-1161
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Artigo - Por que é tão difícil sair do intermediário?
Minha terceira coluna no Blog da Disal
Por que é tão difícil sair do intermediário?
Por Vanessa Prata
Muitos alunos têm a sensação de que nunca saem no nível intermediário de Inglês, e a verdade é que muitos não saem mesmo e não atingem um nível avançado ou de fluência na língua. Por quê?
O primeiro motivo é que a maioria das escolas realmente tem mais níveis intermediários do que básicos e avançados. É comum encontrarmos algo como do pre-intermediate ao upper-intermediate, ou do Intermediário 1 ao Intermediário X, num total de três ou quatro estágios pelo menos, enquanto os básicos e avançados costumam se subdividir em dois ou três apenas. Com isso, sair de um nível básico e chegar ao avançado tende a exigir no mínimo uns três ou quatro anos de estudos contínuos, ou mais se o curso for interrompido.
Entramos no segundo motivo, então: persistência. Muitos alunos começam um curso básico e desistem poucos meses depois, outros até chegam a um nível intermediário, mas param no meio do caminho, por inúmeras razões. E quando decidem voltar a estudar é muito provável que tenham esquecido boa parte do conteúdo e que precisem recomeçar de um estágio já cursado anteriormente, seja na mesma escola ou em outra. Às vezes, só esse fato já pode desmotivá-los a continuar, ao perceber que "regrediram", e vários outros fatores podem contribuir para que eles parem novamente de estudar, criando um ciclo vicioso: quando o aluno está quase chegando num nível avançado, ele para, só retornando algum tempo depois, e novamente para o intermediário.
Chegamos então ao chamado “intermediate plateau”, justamente esse desânimo que muitos alunos sentem após dois ou três anos de estudo de um idioma, em que acreditam que não estejam aprendendo mais tão rapidamente como nos níveis básicos. Em Moving Beyond the Plateau: From Intermediate to Advanced Levels in Language Learning, Jack Richards explica:
“There are times when progress seems to be marked and noticeable, as for example with basic-level language learners... / Once the learner has arrived at an intermediate level of language learning however, progress does not always appear to be so marked, and making the transition from the intermediate to the upper-intermediate or advanced level sometimes proves frustrating for many learners. For some they may feel they have arrived at a plateau and making further progress seems elusive, despite the amount of time and effort the learner devotes to it.”
O que fazer? Não há uma receita milagrosa, claro. Mas ao professor, em linhas gerais, cabe preparar aulas dinâmicas e motivadoras, com recursos variados, como vídeos, músicas, jogos, textos originais, sites etc., sempre se lembrando de mostrar o progresso do aluno. É importante ainda ensinar frases e expressões (“chunks”) que os alunos possam realmente utilizar e encontrar na vida real, e não apenas um vocabulário passivo, tentando “dissecar” palavra por palavra de um texto complexo, por exemplo. Por outro lado, os alunos também têm seu papel, reconhecendo que o aprendizado de um idioma leva tempo e exige dedicação, e que eles não vão aprender por “osmose”, simplesmente estando presente na aula por apenas duas ou três horinhas por semana, sem estudar por conta própria.
Para saber mais sobre o intermediate plateau: http://www.professorjackrichards.com/pdfs/moving-beyond-the-plateau.pdf
Por que é tão difícil sair do intermediário?
Por Vanessa Prata
Muitos alunos têm a sensação de que nunca saem no nível intermediário de Inglês, e a verdade é que muitos não saem mesmo e não atingem um nível avançado ou de fluência na língua. Por quê?
O primeiro motivo é que a maioria das escolas realmente tem mais níveis intermediários do que básicos e avançados. É comum encontrarmos algo como do pre-intermediate ao upper-intermediate, ou do Intermediário 1 ao Intermediário X, num total de três ou quatro estágios pelo menos, enquanto os básicos e avançados costumam se subdividir em dois ou três apenas. Com isso, sair de um nível básico e chegar ao avançado tende a exigir no mínimo uns três ou quatro anos de estudos contínuos, ou mais se o curso for interrompido.
Entramos no segundo motivo, então: persistência. Muitos alunos começam um curso básico e desistem poucos meses depois, outros até chegam a um nível intermediário, mas param no meio do caminho, por inúmeras razões. E quando decidem voltar a estudar é muito provável que tenham esquecido boa parte do conteúdo e que precisem recomeçar de um estágio já cursado anteriormente, seja na mesma escola ou em outra. Às vezes, só esse fato já pode desmotivá-los a continuar, ao perceber que "regrediram", e vários outros fatores podem contribuir para que eles parem novamente de estudar, criando um ciclo vicioso: quando o aluno está quase chegando num nível avançado, ele para, só retornando algum tempo depois, e novamente para o intermediário.
Chegamos então ao chamado “intermediate plateau”, justamente esse desânimo que muitos alunos sentem após dois ou três anos de estudo de um idioma, em que acreditam que não estejam aprendendo mais tão rapidamente como nos níveis básicos. Em Moving Beyond the Plateau: From Intermediate to Advanced Levels in Language Learning, Jack Richards explica:
“There are times when progress seems to be marked and noticeable, as for example with basic-level language learners... / Once the learner has arrived at an intermediate level of language learning however, progress does not always appear to be so marked, and making the transition from the intermediate to the upper-intermediate or advanced level sometimes proves frustrating for many learners. For some they may feel they have arrived at a plateau and making further progress seems elusive, despite the amount of time and effort the learner devotes to it.”
O que fazer? Não há uma receita milagrosa, claro. Mas ao professor, em linhas gerais, cabe preparar aulas dinâmicas e motivadoras, com recursos variados, como vídeos, músicas, jogos, textos originais, sites etc., sempre se lembrando de mostrar o progresso do aluno. É importante ainda ensinar frases e expressões (“chunks”) que os alunos possam realmente utilizar e encontrar na vida real, e não apenas um vocabulário passivo, tentando “dissecar” palavra por palavra de um texto complexo, por exemplo. Por outro lado, os alunos também têm seu papel, reconhecendo que o aprendizado de um idioma leva tempo e exige dedicação, e que eles não vão aprender por “osmose”, simplesmente estando presente na aula por apenas duas ou três horinhas por semana, sem estudar por conta própria.
Para saber mais sobre o intermediate plateau: http://www.professorjackrichards.com/pdfs/moving-beyond-the-plateau.pdf
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Entrevista - Caco Galhardo
Entrevista por email ao Guia Prático para Professores de Ensino Fundamental I (ed. nov)
Entrevista - Caco Galhardo
Quadrinhos na sala de aula
Gibis e tirinhas podem ser importantes ferramentas para estimular a leitura e trabalhar a interdisciplinaridade
Por Vanessa Prata
O paulistano Caco Galhardo publica desde 1996 sua tira Os Pescoçudos no jornal Folha de S.Paulo e tem seis livros publicados, entre eles Dom Quixote em Quadrinhos (Ed. Peirópolis), que terá a segunda parte lançada no início de 2012. Seus trabalhos são frequentemente publicados em diversas revistas e alguns de seus personagens já viraram animações nos canais MTV e Cartoon Network. Na entrevista a seguir, o cartunista mostra como os quadrinhos podem ser uma ferramenta pedagógica em sala de aula.
Como as histórias em quadrinhos podem ser uma ferramenta pedagógica?
Caco Galhardo – As crianças e o público jovem se amarram em quadrinhos. As adaptações em HQ acabam servindo como “portais” para as obras originais. É um meio muito eficiente e prazeroso de introduzir as grandes obras da literatura.
Os quadrinhos podem ser utilizados para integrar disciplinas, como Português, Artes, História, entre outras?
Caco Galhardo – Acho que podem servir para tudo. Dom Quixote, por exemplo, além da literatura, serve como excelente registro de época. E artistas de diversas épocas, desde Doré a Picasso e Portinari, já desenharam o Quixote, o que poderia muito bem entrar no ensino de Artes.
Ao pedir que os alunos criem suas próprias histórias em quadrinhos, como lidar com os alunos que dizem que “não sabem desenhar”?
Caco Galhardo – Eles podem trabalhar em duplas. O que não sabe desenhar escreve o roteiro e o outro desenha. Ou até vale contar histórias com “palitinhos”. Não saber desenhar não é um impedimento. Nos quadrinhos, tudo pode ser resolvido em poucos traços, contanto que esses traços consigam representar os elementos da narrativa.
Como o professor pode ajudar o aluno a estruturar a história e os personagens?
Caco Galhardo – Não sou o cara mais indicado para tratar de métodos pedagógicos, mas, como autor, sugiro seguir a ordem: criação de argumento, desenvolvimento de personagens com desenhos, roteirização da história, storyboard e a arte final. Muita gente acha que quadrinhos é fácil, quando na verdade é um negócio muito trabalhoso. Mas muito prazeroso também. Se o professor quiser desenvolver um projeto com HQ em classe, sugiro que pense em um período de no mínimo três meses.
Quais algumas dicas básicas para quem quer começar a desenhar quadrinhos?
Caco Galhardo – Quadrinhos têm tudo a ver com prática de desenho e muita observação. Tem que andar sempre com um caderninho a tiracolo e exercitar o desenho diariamente. E observar, desde as pessoas que estão a sua volta até as técnicas dos mestres. Meu trabalho de humor é 100% observação.
Histórias em quadrinhos podem ser usadas também para lidar com casos de bullying, baixa autoestima dos alunos ou outros problemas de comportamento?
Caco Galhardo – História em quadrinho é uma forma de narrativa de fácil assimilação e compreensão, que pode lidar com qualquer tema. Basta aprender alguns conceitos básicos e sair desenhando. Todo mundo entende quadrinhos.
O humor é fundamental numa história em quadrinhos, ou as tirinhas podem tratar de temas mais “sérios”, mesmo com crianças?
Caco Galhardo – HQs adultas não precisam ter nenhum comprometimento com humor. É algo que diz respeito ao estilo do autor. Há HQs com super-heróis, mangás, temas históricos, autobiográficos... tem para todo gosto e estilo. No que diz respeito a infantis, a presença do humor é mais forte, mas até hoje me lembro de HQs do Maurício de Souza muito bonitas e poéticas, com um pequeno toque de humor de fundo. Se o professor não tiver essa veia humorística, pode seguir outros caminhos, sim.
Como surgiu a ideia de adaptar um clássico da literatura, como Dom Quixote, para o universo HQ?
Caco Galhardo – A ideia veio de Denyse Cantuária, na época editora da Peirópolis. Desde o começo ela achava que os quadrinhos tinham grande poder de penetração nas escolas e me convidou para adaptar um clássico. No meio da conversa, ela citou Dom Quixote e uma luz se acendeu em minha cabeça. Dom Quixote em Quadrinhos inaugurou todas essa nova leva de adaptações de clássicos em HQ.
Como dica de leitura, quais seus quadrinhos favoritos?
Caco Galhardo – Entre as HQs infanto-juvenil destaco: Asterix (sempre um clássico, criado pela dupla de franceses René Goscinny e Albert Uderzo), Aventuras de Tintim (Hergé), Turma do Pererê (Ziraldo) e Mortadelo e Salaminho (Ibáñez). Entre os quadrinhos adultos, recomendo sempre o Maus, de Art Spiegelman, uma das melhores obras já produzidas sobre os judeus a segunda guerra, e qualquer obra de Will Eisner.
Entrevista - Caco Galhardo
Quadrinhos na sala de aula
Gibis e tirinhas podem ser importantes ferramentas para estimular a leitura e trabalhar a interdisciplinaridade
Por Vanessa Prata
O paulistano Caco Galhardo publica desde 1996 sua tira Os Pescoçudos no jornal Folha de S.Paulo e tem seis livros publicados, entre eles Dom Quixote em Quadrinhos (Ed. Peirópolis), que terá a segunda parte lançada no início de 2012. Seus trabalhos são frequentemente publicados em diversas revistas e alguns de seus personagens já viraram animações nos canais MTV e Cartoon Network. Na entrevista a seguir, o cartunista mostra como os quadrinhos podem ser uma ferramenta pedagógica em sala de aula.
Como as histórias em quadrinhos podem ser uma ferramenta pedagógica?
Caco Galhardo – As crianças e o público jovem se amarram em quadrinhos. As adaptações em HQ acabam servindo como “portais” para as obras originais. É um meio muito eficiente e prazeroso de introduzir as grandes obras da literatura.
Os quadrinhos podem ser utilizados para integrar disciplinas, como Português, Artes, História, entre outras?
Caco Galhardo – Acho que podem servir para tudo. Dom Quixote, por exemplo, além da literatura, serve como excelente registro de época. E artistas de diversas épocas, desde Doré a Picasso e Portinari, já desenharam o Quixote, o que poderia muito bem entrar no ensino de Artes.
Ao pedir que os alunos criem suas próprias histórias em quadrinhos, como lidar com os alunos que dizem que “não sabem desenhar”?
Caco Galhardo – Eles podem trabalhar em duplas. O que não sabe desenhar escreve o roteiro e o outro desenha. Ou até vale contar histórias com “palitinhos”. Não saber desenhar não é um impedimento. Nos quadrinhos, tudo pode ser resolvido em poucos traços, contanto que esses traços consigam representar os elementos da narrativa.
Como o professor pode ajudar o aluno a estruturar a história e os personagens?
Caco Galhardo – Não sou o cara mais indicado para tratar de métodos pedagógicos, mas, como autor, sugiro seguir a ordem: criação de argumento, desenvolvimento de personagens com desenhos, roteirização da história, storyboard e a arte final. Muita gente acha que quadrinhos é fácil, quando na verdade é um negócio muito trabalhoso. Mas muito prazeroso também. Se o professor quiser desenvolver um projeto com HQ em classe, sugiro que pense em um período de no mínimo três meses.
Quais algumas dicas básicas para quem quer começar a desenhar quadrinhos?
Caco Galhardo – Quadrinhos têm tudo a ver com prática de desenho e muita observação. Tem que andar sempre com um caderninho a tiracolo e exercitar o desenho diariamente. E observar, desde as pessoas que estão a sua volta até as técnicas dos mestres. Meu trabalho de humor é 100% observação.
Histórias em quadrinhos podem ser usadas também para lidar com casos de bullying, baixa autoestima dos alunos ou outros problemas de comportamento?
Caco Galhardo – História em quadrinho é uma forma de narrativa de fácil assimilação e compreensão, que pode lidar com qualquer tema. Basta aprender alguns conceitos básicos e sair desenhando. Todo mundo entende quadrinhos.
O humor é fundamental numa história em quadrinhos, ou as tirinhas podem tratar de temas mais “sérios”, mesmo com crianças?
Caco Galhardo – HQs adultas não precisam ter nenhum comprometimento com humor. É algo que diz respeito ao estilo do autor. Há HQs com super-heróis, mangás, temas históricos, autobiográficos... tem para todo gosto e estilo. No que diz respeito a infantis, a presença do humor é mais forte, mas até hoje me lembro de HQs do Maurício de Souza muito bonitas e poéticas, com um pequeno toque de humor de fundo. Se o professor não tiver essa veia humorística, pode seguir outros caminhos, sim.
Como surgiu a ideia de adaptar um clássico da literatura, como Dom Quixote, para o universo HQ?
Caco Galhardo – A ideia veio de Denyse Cantuária, na época editora da Peirópolis. Desde o começo ela achava que os quadrinhos tinham grande poder de penetração nas escolas e me convidou para adaptar um clássico. No meio da conversa, ela citou Dom Quixote e uma luz se acendeu em minha cabeça. Dom Quixote em Quadrinhos inaugurou todas essa nova leva de adaptações de clássicos em HQ.
Como dica de leitura, quais seus quadrinhos favoritos?
Caco Galhardo – Entre as HQs infanto-juvenil destaco: Asterix (sempre um clássico, criado pela dupla de franceses René Goscinny e Albert Uderzo), Aventuras de Tintim (Hergé), Turma do Pererê (Ziraldo) e Mortadelo e Salaminho (Ibáñez). Entre os quadrinhos adultos, recomendo sempre o Maus, de Art Spiegelman, uma das melhores obras já produzidas sobre os judeus a segunda guerra, e qualquer obra de Will Eisner.
Matéria - Dia da Consciência Negra
Confira minha matéria de Guia Prático para Professores de Ensino Fundamental I (ed. nov)
20/11 - Dia Nacional da Consciência Negra
Pluralidade cultural
A cultura negra e sua influência na formação do povo brasileiro devem ser trabalhadas de maneira interdisciplinar
Por Vanessa Prata
Em 20 de novembro, comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem à morte de Zumbi dos Palmares, mas a pluralidade cultural brasileira deve fazer parte do planejamento anual da escola, na opinião de Marcelo Mondim, professor de História do Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo (Franscarmo), em São Paulo (SP): “Não podemos discutir a questão do negro no Brasil apenas nesse período, como uma data meramente comemorativa. Se o fizermos, estamos perdendo uma oportunidade de consolidar o processo de mudança na sociedade brasileira iniciada por Zumbi”, afirma.
Como tema transversal, a pluralidade cultural permite o trabalho interdisciplinar: “Podemos desenvolver o assunto ao longo do ano em Matemática, com leitura de gráficos sobre a população brasileira, em Língua Portuguesa, com contos etiológicos africanos (que explicam a origem das coisas), notícias e poemas, em História e Geografia, abordando a formação do povo brasileiro e mapas da África, entre outras disciplinas”, diz Valéria Thomazini Gouveia, professora do 5º ano do Colégio Itatiaia, em São Paulo (SP).
Para Silvania Lúcia Chaves Assis, coordenadora do Ensino Fundamental do Colégio Pitágoras, em Belo Horizonte (MG), abordar o Dia da Consciência Negra é uma oportunidade de trabalhar a diversidade étnica do nosso país. “Podemos tratar a dívida histórica que o Brasil tem com a maioria da nossa população, a grande discriminação pela cor da pele nas relações sociais e de trabalho e mostrar as questões da África e seus reinos com príncipes e princesas”, comenta.
Confira um projeto interdisciplinar proposto pelo professor Marcelo Mondim, do Colégio Franscarmo:
Menos desigual
Primeiro passo
• Língua Portuguesa: comece com a leitura do livro Pretinho, Meu Boneco Querido (Editora do Brasil) e, depois, promova uma discussão reflexiva sobre a história.
• Educação Artística: construa um boneco negro coletivamente, e todos os dias um aluno sorteado leva-o para casa.
• Educação Física: desenvolva atividades nas quais os alunos se toquem, ressaltando as diferenças/ semelhanças existentes, cabelo e boca, por exemplo.
• História: exiba o filme Kiriku e a Feiticeira, em que os alunos terão a oportunidade de conhecer um herói minúsculo que não é branco e que salva sua aldeia de uma perigosa feiticeira. Proponha aos alunos que desenhem o que acharam mais significativo no filme.
• Ciências: apresentar radiografias do crânio, mãos e pés e pergunte aos alunos se existe a possibilidade de saber a cor da pessoa.
• Matemática: analise estatísticas sobre a população afrodescendente no Brasil.
• Geografia: analise um mapa do Brasil com as populações quilombolas.
Segundo passo
• Língua Portuguesa: solicite relato escrito no caderno da experiência com o boneco.
• Educação Artística: cada aluno desenha sua família para uma análise de como se percebem no âmbito familiar.
• Educação Física: discuta a capoeira e os instrumentos utilizados, se possível com a presença de um grupo de capoeira.
• História/Geografia: solicite pesquisa individual sobre o Dia da Consciência Negra.
Terceiro passo finalização
• Língua Portuguesa: produza um pequeno livro com os relatos das experiências dos alunos com o boneco e uma noite de autógrafo no encerramento do ano letivo ou na mostra cultural.
• Educação Artística/História: promova a criação de uma história em quadrinhos a partir da pesquisa do Dia da Consciência Negra e Zumbi dos Palmares.
• Educação Física: promova a apresentação de uma dança ou brincadeira de origem africana.
• Matemática/Geografia: confeccione tabelas e gráficos sobre a população brasileira.
• Ciências: produza um painel sobre a melanina como agente definidora da cor de pele, cabelos e olhos no ser humano.
Veja mais atividades no site.
20/11 - Dia Nacional da Consciência Negra
Pluralidade cultural
A cultura negra e sua influência na formação do povo brasileiro devem ser trabalhadas de maneira interdisciplinar
Por Vanessa Prata
Em 20 de novembro, comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem à morte de Zumbi dos Palmares, mas a pluralidade cultural brasileira deve fazer parte do planejamento anual da escola, na opinião de Marcelo Mondim, professor de História do Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo (Franscarmo), em São Paulo (SP): “Não podemos discutir a questão do negro no Brasil apenas nesse período, como uma data meramente comemorativa. Se o fizermos, estamos perdendo uma oportunidade de consolidar o processo de mudança na sociedade brasileira iniciada por Zumbi”, afirma.
Como tema transversal, a pluralidade cultural permite o trabalho interdisciplinar: “Podemos desenvolver o assunto ao longo do ano em Matemática, com leitura de gráficos sobre a população brasileira, em Língua Portuguesa, com contos etiológicos africanos (que explicam a origem das coisas), notícias e poemas, em História e Geografia, abordando a formação do povo brasileiro e mapas da África, entre outras disciplinas”, diz Valéria Thomazini Gouveia, professora do 5º ano do Colégio Itatiaia, em São Paulo (SP).
Para Silvania Lúcia Chaves Assis, coordenadora do Ensino Fundamental do Colégio Pitágoras, em Belo Horizonte (MG), abordar o Dia da Consciência Negra é uma oportunidade de trabalhar a diversidade étnica do nosso país. “Podemos tratar a dívida histórica que o Brasil tem com a maioria da nossa população, a grande discriminação pela cor da pele nas relações sociais e de trabalho e mostrar as questões da África e seus reinos com príncipes e princesas”, comenta.
Confira um projeto interdisciplinar proposto pelo professor Marcelo Mondim, do Colégio Franscarmo:
Menos desigual
Primeiro passo
• Língua Portuguesa: comece com a leitura do livro Pretinho, Meu Boneco Querido (Editora do Brasil) e, depois, promova uma discussão reflexiva sobre a história.
• Educação Artística: construa um boneco negro coletivamente, e todos os dias um aluno sorteado leva-o para casa.
• Educação Física: desenvolva atividades nas quais os alunos se toquem, ressaltando as diferenças/ semelhanças existentes, cabelo e boca, por exemplo.
• História: exiba o filme Kiriku e a Feiticeira, em que os alunos terão a oportunidade de conhecer um herói minúsculo que não é branco e que salva sua aldeia de uma perigosa feiticeira. Proponha aos alunos que desenhem o que acharam mais significativo no filme.
• Ciências: apresentar radiografias do crânio, mãos e pés e pergunte aos alunos se existe a possibilidade de saber a cor da pessoa.
• Matemática: analise estatísticas sobre a população afrodescendente no Brasil.
• Geografia: analise um mapa do Brasil com as populações quilombolas.
Segundo passo
• Língua Portuguesa: solicite relato escrito no caderno da experiência com o boneco.
• Educação Artística: cada aluno desenha sua família para uma análise de como se percebem no âmbito familiar.
• Educação Física: discuta a capoeira e os instrumentos utilizados, se possível com a presença de um grupo de capoeira.
• História/Geografia: solicite pesquisa individual sobre o Dia da Consciência Negra.
Terceiro passo finalização
• Língua Portuguesa: produza um pequeno livro com os relatos das experiências dos alunos com o boneco e uma noite de autógrafo no encerramento do ano letivo ou na mostra cultural.
• Educação Artística/História: promova a criação de uma história em quadrinhos a partir da pesquisa do Dia da Consciência Negra e Zumbi dos Palmares.
• Educação Física: promova a apresentação de uma dança ou brincadeira de origem africana.
• Matemática/Geografia: confeccione tabelas e gráficos sobre a população brasileira.
• Ciências: produza um painel sobre a melanina como agente definidora da cor de pele, cabelos e olhos no ser humano.
Veja mais atividades no site.
sábado, 22 de outubro de 2011
Expo Boarding School
Acontece hoje em SP a Expo Boarding School, feira específica sobre Ensino Médio no exterior.
Objetivo: Conhecer escolas particulares do Ensino Médio dos EUA, Suíça e Reino Unido
22 de Outubro (Sábado)
Das 15 às 19hs
Hotel InterContinental
Alameda Santos, 1.123 - Jardim Paulista
Para ver o mapa acesse:
http://www.expo-studyabroad.com/pt/expohs/cidade.php?c=saopaulo
Objetivo: Conhecer escolas particulares do Ensino Médio dos EUA, Suíça e Reino Unido
22 de Outubro (Sábado)
Das 15 às 19hs
Hotel InterContinental
Alameda Santos, 1.123 - Jardim Paulista
Para ver o mapa acesse:
http://www.expo-studyabroad.com/pt/expohs/cidade.php?c=saopaulo
sábado, 15 de outubro de 2011
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Entrevista - Rubem Alves
Matéria do Guia Prático para Professores de Ensino Fundamental I (ed. outubro)
Caminhos para a educação no Brasil
Para o educador, os professores devem orientar os alunos e ensiná-los a pensar, em vez de se prender a uma matriz curricular
Por Vanessa Prata
Polêmico e crítico do sistema de ensino brasileiro, o educador Rubem Alves já propôs o fim do vestibular e a adoção de um sorteio para selecionar os alunos que deveriam ir para a faculdade. Nascido em Boa Esperança (MG), em 1933, é bacharel em Teologia, doutor em Filosofia, psicanalista e professor emérito da Unicamp, além de autor de mais de 50 publicações para adultos e crianças. Confira algumas de suas ideias para melhorar a educação do país.
Como os professores podem contribuir para uma melhor educação no Brasil?
Rubem Alves — Sendo educadores. A melhoria da educação não tem a ver diretamente com leis ou normas, mas com os sentimentos e pensamentos do professor, que precisa ouvir os alunos. A grande tarefa do educador não é dar o que está na grade curricular – odeio essa expressão, já comentei que ela deve ter sido inventada por um carcereiro –, a missão do educador não é dar a matéria, mas ensinar a pensar. Os alunos são obrigados a aprender muitas coisas inúteis, e para quê? Para esquecer um mês depois.
E como o governo pode contribuir com a melhoria do ensino no Brasil?
Rubem Alves — Para começar acho que precisaríamos mudar nossos representantes. Muitos congressistas, com honrosas exceções, não entendem nada de educação. Muitos acham que melhorar a educação é construir escolas, mas isso é mais uma questão eleitoreira, eles inauguram escolas como um “presente” à população: “olha o que fiz para vocês”, mas sem foco no professor e principalmente no aluno.
O senhor já afirmou que a escola é chata. Mesmo tendo que seguir uma matriz curricular, como o professor pode tornar as aulas mais próximas da realidade de seus alunos?
Rubem Alves — A grade curricular obriga os alunos a estudar coisas que não têm nada a ver com a vida. Análise sintática, por exemplo, não ajuda ninguém a ler e escrever melhor, só faz com que os alunos odeiem literatura. O que ajuda a ler e escrever melhor é ler muito. Tenho um livro chamado Vamos Construir uma Casa?, em que proponho que os alunos não aprenderiam coisas abstratas, mas concretas, a partir do seu entorno, do dia a dia.
Essa ideia surgiu após ouvir uma entrevista do navegador Amyr Klink, em que ele cita como ideal uma escola que existe na Ilha Faroe, na Dinamarca, que era ponto de parada dos Vikings em suas incursões guerreiras. Nessa ilha, as crianças aprendem tudo o que precisam para viver construindo uma casa Viking. Aí eu pensei: se isso é possível na Ilha Faroe, por que não seria possível também para as nossas crianças? Claro que não é construir uma casa com tijolo e cimento, mas na imaginação.
O uso de tecnologia é fundamental para o ensino das crianças de hoje, os "nativos digitais"?
Rubem Alves — Sim, é essencial que os professores saibam o que está acontecendo no mundo. A tecnologia está em tudo, até no botão do elevador, ela está aí para ficar e os professores precisam de desenvolver, se “realfabetizar”, e entender seus alunos que já nasceram dentro desse mundo tecnológico.
O senhor é defensor da Escola da Ponte. Que princípios desse modelo poderiam ser aplicados no Brasil?
Rubem Alves — Na Escola da Ponte, os alunos não têm aula. Como assim? São organizados pequenos grupos com um tema comum, e os alunos escolhem um professor para orientá-los durante duas semanas. Nesse tempo, eles pesquisam e ensinam uns aos outros o que aprendem. “Aula” era no tempo em que só o professor sabia a matéria, mas hoje a informação está em todo lugar, não tem por que um professor ficar repetindo um conteúdo, ele deve orientar, ser um guia. O professor não precisa necessariamente conhecer o assunto a ser estudado pelos alunos, ele deve indicar caminhos. Algumas escolas já estão adotando essa ideia de trabalhar com projetos, o que permite um aprendizado mais natural, afinal, como as crianças ensinam umas as outras a brincar? De forma natural, sem nenhuma pedagogia.
Exames nacionais como o ENEM são eficientes para medir o conhecimento dos alunos e servir de parâmetros da educação no país?
Rubem Alves — Já disse várias vezes que devemos acabar com o vestibular e propus sorteio como uma forma mais democrática. Sou favorável ao ENEM desde que ele não vire um novo vestibular. Deveria ser proibido se preparar para o exame, pois ele tem que medir o que ficou de conhecimento, não adianta se preparar na véspera. Um exame com preparação falsifica os resultados, é como dar uma “cola” ao aluno. Além disso, a prova não deveria ser assinada, ou seja, o resultado deveria representar o resultado coletivo, e não o individual.
Caminhos para a educação no Brasil
Para o educador, os professores devem orientar os alunos e ensiná-los a pensar, em vez de se prender a uma matriz curricular
Por Vanessa Prata
Polêmico e crítico do sistema de ensino brasileiro, o educador Rubem Alves já propôs o fim do vestibular e a adoção de um sorteio para selecionar os alunos que deveriam ir para a faculdade. Nascido em Boa Esperança (MG), em 1933, é bacharel em Teologia, doutor em Filosofia, psicanalista e professor emérito da Unicamp, além de autor de mais de 50 publicações para adultos e crianças. Confira algumas de suas ideias para melhorar a educação do país.
Como os professores podem contribuir para uma melhor educação no Brasil?
Rubem Alves — Sendo educadores. A melhoria da educação não tem a ver diretamente com leis ou normas, mas com os sentimentos e pensamentos do professor, que precisa ouvir os alunos. A grande tarefa do educador não é dar o que está na grade curricular – odeio essa expressão, já comentei que ela deve ter sido inventada por um carcereiro –, a missão do educador não é dar a matéria, mas ensinar a pensar. Os alunos são obrigados a aprender muitas coisas inúteis, e para quê? Para esquecer um mês depois.
E como o governo pode contribuir com a melhoria do ensino no Brasil?
Rubem Alves — Para começar acho que precisaríamos mudar nossos representantes. Muitos congressistas, com honrosas exceções, não entendem nada de educação. Muitos acham que melhorar a educação é construir escolas, mas isso é mais uma questão eleitoreira, eles inauguram escolas como um “presente” à população: “olha o que fiz para vocês”, mas sem foco no professor e principalmente no aluno.
O senhor já afirmou que a escola é chata. Mesmo tendo que seguir uma matriz curricular, como o professor pode tornar as aulas mais próximas da realidade de seus alunos?
Rubem Alves — A grade curricular obriga os alunos a estudar coisas que não têm nada a ver com a vida. Análise sintática, por exemplo, não ajuda ninguém a ler e escrever melhor, só faz com que os alunos odeiem literatura. O que ajuda a ler e escrever melhor é ler muito. Tenho um livro chamado Vamos Construir uma Casa?, em que proponho que os alunos não aprenderiam coisas abstratas, mas concretas, a partir do seu entorno, do dia a dia.
Essa ideia surgiu após ouvir uma entrevista do navegador Amyr Klink, em que ele cita como ideal uma escola que existe na Ilha Faroe, na Dinamarca, que era ponto de parada dos Vikings em suas incursões guerreiras. Nessa ilha, as crianças aprendem tudo o que precisam para viver construindo uma casa Viking. Aí eu pensei: se isso é possível na Ilha Faroe, por que não seria possível também para as nossas crianças? Claro que não é construir uma casa com tijolo e cimento, mas na imaginação.
O uso de tecnologia é fundamental para o ensino das crianças de hoje, os "nativos digitais"?
Rubem Alves — Sim, é essencial que os professores saibam o que está acontecendo no mundo. A tecnologia está em tudo, até no botão do elevador, ela está aí para ficar e os professores precisam de desenvolver, se “realfabetizar”, e entender seus alunos que já nasceram dentro desse mundo tecnológico.
O senhor é defensor da Escola da Ponte. Que princípios desse modelo poderiam ser aplicados no Brasil?
Rubem Alves — Na Escola da Ponte, os alunos não têm aula. Como assim? São organizados pequenos grupos com um tema comum, e os alunos escolhem um professor para orientá-los durante duas semanas. Nesse tempo, eles pesquisam e ensinam uns aos outros o que aprendem. “Aula” era no tempo em que só o professor sabia a matéria, mas hoje a informação está em todo lugar, não tem por que um professor ficar repetindo um conteúdo, ele deve orientar, ser um guia. O professor não precisa necessariamente conhecer o assunto a ser estudado pelos alunos, ele deve indicar caminhos. Algumas escolas já estão adotando essa ideia de trabalhar com projetos, o que permite um aprendizado mais natural, afinal, como as crianças ensinam umas as outras a brincar? De forma natural, sem nenhuma pedagogia.
Exames nacionais como o ENEM são eficientes para medir o conhecimento dos alunos e servir de parâmetros da educação no país?
Rubem Alves — Já disse várias vezes que devemos acabar com o vestibular e propus sorteio como uma forma mais democrática. Sou favorável ao ENEM desde que ele não vire um novo vestibular. Deveria ser proibido se preparar para o exame, pois ele tem que medir o que ficou de conhecimento, não adianta se preparar na véspera. Um exame com preparação falsifica os resultados, é como dar uma “cola” ao aluno. Além disso, a prova não deveria ser assinada, ou seja, o resultado deveria representar o resultado coletivo, e não o individual.
Matéria - Eu respeito. E você?
Por Vanessa Prata
Conscientizar os alunos de que as pessoas com deficiência são cidadãos com direitos e deveres, criar uma cultura de respeito a elas e observar como é possível a comunicação entre elas e o meio foram alguns dos objetivos do projeto Eu Respeito. E Você?, da professora Maria das Graças Fernandes, do Colégio Santa Emília, em Olinda (PE). O projeto durou quatro meses, com início em agosto de 2010, durante a Semana Estadual de Pessoas com Deficiência, e terminou em novembro, com uma exposição na escola de tudo o que foi realizado pelos alunos.
“Criamos esse projeto, em primeiro lugar, porque nossa escola é inclusiva e convivemos com alunos que chamamos carinhosamente de ‘Amigos Especiais’, como a Rebeca, que tem deficiência motora e de fala, estuda conosco desde o Infantil e estava na minha sala durante o projeto”, comenta Maria das Graças. “Em segundo lugar, porque em nosso convívio nos deparamos com várias situações em que, muitas vezes, temos que parar e refletir se estamos preparados como cidadãos para lidar com elas da melhor forma possível, sem constranger a nós e principalmente às pessoas com deficiência. Por isso, abordamos o assunto de forma a despertar nos alunos e na sociedade a consciência do respeito aos direitos das pessoas com deficiência, promovendo a inclusão social delas”, acrescenta. Confira algumas ações desenvolvidas no projeto.
Vamos nos comunicar?
Para introduzir o tema em sala, a professora orientou os alunos a coletar dados em jornais, revistas e na internet, além de realizar observações no bairro, com o objetivo de registrar a existência de acessibilidade para as pessoas com deficiência. Os alunos também observaram no ambiente que tipo de produtos e materiais possibilita a comunicação entre o meio e a pessoa com deficiência, como cardápios em Braille, por exemplo, coletados em restaurantes. Maria das Graças, que já participou de vários cursos de Libras (Língua Brasileira de Sinais), realizou oficinas no colégio para desenvolver a comunicação básica nessa língua, e os alunos leram também o livro paradidático Nós Falamos com as Mãos (Ed. Scipione).
Houve ainda uma palestra na escola com a professora Patrícia Monteiro, especialista em Braille, que abordou esse sistema usado por pessoas com deficiência visual para ler e escrever. Após as apresentações de Braille e Libras, os alunos sinalizaram cada ambiente da escola com esses sistemas, como a cantina, os banheiros, a coordenação etc. Outra atividade prática foi a confecção de plaquinhas com o nome de cada aluno, representado pelo símbolo correspondente em Libras. Para saber mais sobre como funciona o Braille, os alunos simularam a chamada cela Braille, uma espécie de régua com seis espaços que permite criar todo o alfabeto Braille. A “cela” foi feita com sucata, com uma caixa de leite encapada e tampinhas de refrigerante.
Visitas especiais
Além da palestra com a professora Patrícia Monteiro, os alunos também receberam a visita de Yuri Limeira Melo, que tem deficiência visual e mostrou como funciona o treinamento com um cão-guia. Outra visitante foi a aluna Luzia Eduarda, do Fundamental II, que também tem deficiência visual e contou aos colegas como é seu dia a dia.
Os alunos visitaram ainda o Instituto de Cegos de Pernambuco e o Centro Suvag de Pernambuco, para a reabilitação da audição e fala. Durante as visitas, as crianças entrevistaram pessoas com deficiência e puderam entender melhor como é a rotina delas. Os alunos também assistiram ao filme O Segredo de Beethoven, sobre a vida de Ludwig Van Beethoven, que mostra a sua gradativa perda de audição, o que não o impediu de ser um dos maiores gênios da música.
Representações e registros
Durante todo o projeto, várias formas de representação e registro foram usadas, como apresentação de peças de teatro sobre o tema, apresentação musical em Libras, oficina e criação de histórias em quadrinhos com situações vivenciadas no dia a dia por pessoas com deficiência (preconceito, falta de acessibilidade, superação, conquistas etc.), relatos de experiências e entrevistas com pessoas com deficiência e produção de textos com os temas O Surgimento do Sistema Braille e Nós Falamos com as Mãos, entre outras ações.
Ao final do ano, todo o trabalho foi apresentado na EXPOC, feira cultural do colégio, para toda a comunidade escolar, incluindo exposição de equipamentos para pessoas com deficiência, cedidos por pais de alunos e funcionários. A turma de Maria das Graças foi convidada ainda a participar da abertura dos Jogos Inclusivos de Olinda, fazendo a apresentação de uma música em Libras. Os pais também patrocinaram as camisetas, que foram utilizadas na feira cultural e nesse evento. "O projeto despertou nos alunos, na escola e na família a importância de se respeitar as pessoas com deficiência e de desenvolvermos a consciência sobre a necessidade de melhor a acessibilidade nos locais públicos", conclui a professora.
Conscientizar os alunos de que as pessoas com deficiência são cidadãos com direitos e deveres, criar uma cultura de respeito a elas e observar como é possível a comunicação entre elas e o meio foram alguns dos objetivos do projeto Eu Respeito. E Você?, da professora Maria das Graças Fernandes, do Colégio Santa Emília, em Olinda (PE). O projeto durou quatro meses, com início em agosto de 2010, durante a Semana Estadual de Pessoas com Deficiência, e terminou em novembro, com uma exposição na escola de tudo o que foi realizado pelos alunos.
“Criamos esse projeto, em primeiro lugar, porque nossa escola é inclusiva e convivemos com alunos que chamamos carinhosamente de ‘Amigos Especiais’, como a Rebeca, que tem deficiência motora e de fala, estuda conosco desde o Infantil e estava na minha sala durante o projeto”, comenta Maria das Graças. “Em segundo lugar, porque em nosso convívio nos deparamos com várias situações em que, muitas vezes, temos que parar e refletir se estamos preparados como cidadãos para lidar com elas da melhor forma possível, sem constranger a nós e principalmente às pessoas com deficiência. Por isso, abordamos o assunto de forma a despertar nos alunos e na sociedade a consciência do respeito aos direitos das pessoas com deficiência, promovendo a inclusão social delas”, acrescenta. Confira algumas ações desenvolvidas no projeto.
Vamos nos comunicar?
Para introduzir o tema em sala, a professora orientou os alunos a coletar dados em jornais, revistas e na internet, além de realizar observações no bairro, com o objetivo de registrar a existência de acessibilidade para as pessoas com deficiência. Os alunos também observaram no ambiente que tipo de produtos e materiais possibilita a comunicação entre o meio e a pessoa com deficiência, como cardápios em Braille, por exemplo, coletados em restaurantes. Maria das Graças, que já participou de vários cursos de Libras (Língua Brasileira de Sinais), realizou oficinas no colégio para desenvolver a comunicação básica nessa língua, e os alunos leram também o livro paradidático Nós Falamos com as Mãos (Ed. Scipione).
Houve ainda uma palestra na escola com a professora Patrícia Monteiro, especialista em Braille, que abordou esse sistema usado por pessoas com deficiência visual para ler e escrever. Após as apresentações de Braille e Libras, os alunos sinalizaram cada ambiente da escola com esses sistemas, como a cantina, os banheiros, a coordenação etc. Outra atividade prática foi a confecção de plaquinhas com o nome de cada aluno, representado pelo símbolo correspondente em Libras. Para saber mais sobre como funciona o Braille, os alunos simularam a chamada cela Braille, uma espécie de régua com seis espaços que permite criar todo o alfabeto Braille. A “cela” foi feita com sucata, com uma caixa de leite encapada e tampinhas de refrigerante.
Visitas especiais
Além da palestra com a professora Patrícia Monteiro, os alunos também receberam a visita de Yuri Limeira Melo, que tem deficiência visual e mostrou como funciona o treinamento com um cão-guia. Outra visitante foi a aluna Luzia Eduarda, do Fundamental II, que também tem deficiência visual e contou aos colegas como é seu dia a dia.
Os alunos visitaram ainda o Instituto de Cegos de Pernambuco e o Centro Suvag de Pernambuco, para a reabilitação da audição e fala. Durante as visitas, as crianças entrevistaram pessoas com deficiência e puderam entender melhor como é a rotina delas. Os alunos também assistiram ao filme O Segredo de Beethoven, sobre a vida de Ludwig Van Beethoven, que mostra a sua gradativa perda de audição, o que não o impediu de ser um dos maiores gênios da música.
Representações e registros
Durante todo o projeto, várias formas de representação e registro foram usadas, como apresentação de peças de teatro sobre o tema, apresentação musical em Libras, oficina e criação de histórias em quadrinhos com situações vivenciadas no dia a dia por pessoas com deficiência (preconceito, falta de acessibilidade, superação, conquistas etc.), relatos de experiências e entrevistas com pessoas com deficiência e produção de textos com os temas O Surgimento do Sistema Braille e Nós Falamos com as Mãos, entre outras ações.
Ao final do ano, todo o trabalho foi apresentado na EXPOC, feira cultural do colégio, para toda a comunidade escolar, incluindo exposição de equipamentos para pessoas com deficiência, cedidos por pais de alunos e funcionários. A turma de Maria das Graças foi convidada ainda a participar da abertura dos Jogos Inclusivos de Olinda, fazendo a apresentação de uma música em Libras. Os pais também patrocinaram as camisetas, que foram utilizadas na feira cultural e nesse evento. "O projeto despertou nos alunos, na escola e na família a importância de se respeitar as pessoas com deficiência e de desenvolvermos a consciência sobre a necessidade de melhor a acessibilidade nos locais públicos", conclui a professora.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Artigo - Por que é tão difícil entregar homework em dia?
Confiram meu segundo artigo no Blog da Disal.
Por Vanessa Prata
Quem leu meu primeiro artigo sabe que mencionei alguns fatores, entre outros, que contribuem para o sucesso ou o fracasso no aprendizado de inglês. Os mesmos pontos, em geral, respondem à pergunta acima. Quer ver como?
Preguiça: por que é tão difícil entregar homework no dia solicitado? Provavelmente porque o aluno deixou para fazer no último dia e aí, claro, sempre acontece alguma coisa que o impede de terminar (ou mesmo de começar). Um professor razoável, acredito, não vai pedir inúmeras páginas de lição de casa de um dia para outro. Digamos que ele peça duas ou três páginas ou uma redação para ser entregue em uma semana. E quando muitos alunos vão começar a fazer, se é que vão tentar? Domingo à noite, assistindo ao Fantástico e pensando que em algumas horas já é segunda-feira e ele tem aula às 7 da manhã.
É claro que vai dar preguiça até de abrir o livro... Fazer homework não é a coisa mais “legal” do mundo, todos sabemos, mas é essencial para que o próprio aluno e o professor possam avaliar o progresso do aprendizado e reforçar o que ainda não ficou claro.
Por que é tão difícil entregar homework em dia?
Quem leu meu primeiro artigo sabe que mencionei alguns fatores, entre outros, que contribuem para o sucesso ou o fracasso no aprendizado de inglês. Os mesmos pontos, em geral, respondem à pergunta acima. Quer ver como?
Preguiça: por que é tão difícil entregar homework no dia solicitado? Provavelmente porque o aluno deixou para fazer no último dia e aí, claro, sempre acontece alguma coisa que o impede de terminar (ou mesmo de começar). Um professor razoável, acredito, não vai pedir inúmeras páginas de lição de casa de um dia para outro. Digamos que ele peça duas ou três páginas ou uma redação para ser entregue em uma semana. E quando muitos alunos vão começar a fazer, se é que vão tentar? Domingo à noite, assistindo ao Fantástico e pensando que em algumas horas já é segunda-feira e ele tem aula às 7 da manhã.
É claro que vai dar preguiça até de abrir o livro... Fazer homework não é a coisa mais “legal” do mundo, todos sabemos, mas é essencial para que o próprio aluno e o professor possam avaliar o progresso do aprendizado e reforçar o que ainda não ficou claro.
Má organização e má administração do tempo: de certa forma ligados à preguiça e à nossa eterna mania de procrastinar (palavra feia, não? vamos deixar postergar) as tarefas menos agradáveis ou menos interessantes, esses fatores contribuem para que a homework esteja sempre atrasada. E geram um ciclo vicioso: quanto mais o aluno atrasa a lição, mais tarefas ele terá para fazer e menos tempo e mais preguiça e menos vontade de colocar tudo em dia e mais dificuldade de aprender. Organizar-se é fundamental para perceber que é possível, sim, manter tudo em ordem sem perder o fim de semana ou passar noites em claro. Voltando ao exemplo do professor razoável, se o aluno tiver uma semana para fazer três páginas de homework, isso não tomará mais do que 15 minutos por dia, o que dificilmente vai atrapalhar os demais compromissos agendados. Mas se deixar para começar no domingo à noite para entregar tudo na segunda de manhã, o aluno precisará de umas duas horas, o que desestimula até pensar no assunto...
Falta de motivação e baixa autoestima: “Eu até tento fazer, mas não entendo nada...". Será que ele não entendeu nada mesmo da homework? Então aí o caso é mais sério, prova de que o aprendizado não está ocorrendo, e professor e aluno devem conversar e reavaliar o curso. O mais provável, porém, é que muitos alunos “achem” que não conseguem fazer, sem ao menos tentar. Será que eles já pararam para ler o enunciado e ver o que o exercício está pedindo? E o professor já parou para ler o enunciado com eles e explicar o que deve ser feito?
Além disso, é importante avaliar se a homework solicitada tem a ver com a realidade do aluno ou se é algo completamente distante, o que, consequentemente, poderia desmotivá-lo também. Não é porque a lição “está lá no livro” que ela tem que ser passada sem adaptações. É provável que um executivo se interesse mais em escrever seu currículo em inglês do que uma carta para um pen-pal e, nos dois casos, ele estaria treinando a escrita. Já um adolescente provavelmente nunca fez um CV nem em português e terá mais dificuldade e menos interesse de fazê-lo em inglês no momento.
Além disso, é importante avaliar se a homework solicitada tem a ver com a realidade do aluno ou se é algo completamente distante, o que, consequentemente, poderia desmotivá-lo também. Não é porque a lição “está lá no livro” que ela tem que ser passada sem adaptações. É provável que um executivo se interesse mais em escrever seu currículo em inglês do que uma carta para um pen-pal e, nos dois casos, ele estaria treinando a escrita. Já um adolescente provavelmente nunca fez um CV nem em português e terá mais dificuldade e menos interesse de fazê-lo em inglês no momento.
A “culpa” de não entregar homework em dia, portanto, poderia ser dividida entre professor e aluno, e uma conversa clara sobre os objetivos das tarefas passadas e orientações sobre como organizar o tempo podem contribuir para que o aluno se motive a manter as lições em dia, com melhor aproveitamento do curso. Claro, desde que não bata aquela preguiça...
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Artigo - Ser professor
Enviado por Communica Brasil
SER PROFESSOR
Profº Cléber Vendrasco - Coordenador da pastoral do Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo
Buscando conceitos, definimos o professor como o profissional do ensino. O conceito mais comum encontrado em vários dicionários (Aurélio, Luft, Michaelis) é: “Professor é aquele que professa ou ensina uma ciência, uma arte, uma técnica, uma disciplina”.
Ser professor, contudo, como em qualquer outra profissão, requer vocação e disposição para enfrentar as exigências do dia a dia e, sobretudo, muita dedicação, estudo e determinação. É uma responsabilidade muito grande, pois esse profissional ao educar jovens, torna-se corresponsável pelos futuros papéis que eles desempenharão na sociedade. Para ser um bom educador é preciso ser inteligente, comunicativo, criativo e dinâmico, pois será necessário estudar a vida inteira e gostar disso; aprender a lidar com crianças, adolescentes e adultos e, acima de tudo, ter espírito inovador e gostar de enfrentar desafios. O professor é um semeador cuja habilidade maior é cultivar terrenos de todas as espécies. Sua missão possibilita a transformação, a renovação e a vitalidade de novas colheitas e novos frutos.
Destacando Gabriel Chalita, “ser um educador/semeador significa proporcionar aos aprendizes das salas de aula do mundo os saberes necessários à realização dos sonhos e da transcendência”. É de suma importância que o professor, por maior que seja sua capacidade, seu conhecimento, sua formação, tenha consciência de que ele e seus alunos estão em locais, ângulos opostos: por outro lado, ele não deve se vangloriar desta hierarquia e muito menos de seu conhecimento. Para que haja uma boa convivência entre professor e aluno um bom diálogo é fator essencial.
Ser professor significa tomar decisões pessoais e individuais constantes, porém sempre reguladas por normas coletivas, as quais são elaboradas por outros profissionais ou regulamentos institucionais. E, embora se exija dos professores uma capacidade criativa e de tomada de decisões, boa parte dessa energia acaba por ser direcionada na busca de solução de problemas de adequação com as normas estabelecidas exteriormente.
Ser professor no nível cristão é reconhecer-se nessa profissão, verdadeira vocação, missão, gosto, prazer interior. Ressaltando Libâneo, "a mística cristã revela-nos o prazer do serviço ao irmão; serviço que se presta pelo prazer e não pelo trabalho”. A missão do professor é, portanto, não tanto passar ou impor conteúdos aos alunos, mas sim criar um ambiente que seja sem dúvida, o mais favorável possível ao assimilar conteúdos. Ser professor é ser utópico, orientador, sonhador, idealizador, um incentivador. Numa palavra, a mística arranca o professor do mundo do simples ter, produzir, agir e agitar, para transportá-lo para o mundo do ser, do experimentar, do usufruir, do vivenciar o que existe de profundo em si no mesmo ato de "professorar".
Ser professor hoje compreende muito mais: é preciso planejar, estudar, compreender como o aluno aprende, vencer o desafio da falta de motivação do aluno, gerenciar conflitos e ainda voltar aos bancos escolares como aluno. Assim, a corrida pela profissionalização tem sobrecarregado o professor de tal maneira que nos questionamos se vale à pena uma corrida sem volta. Citando Vital de Souza: o resultado é cada vez mais uma sociedade exigente, onde se tornam professores gestores dos conflitos alheios e vítimas de seus próprios conflitos: falta de tempo para o amor, para os filhos e para a vida.
Ser professor é se alimentar do conhecimento fazer de si mesmo janela aberta para o outro.todos os dias são feitos para aprender...Ser professor é também reconhecer que somos, acima de tudo, seres humanos, e que temos licença para rir, chorar, esbravejar.Porque assim também ajudamos a pensar e construir o mundo.
Parabéns!
Fontes :
Histórias de professores que ninguém contou- Gabriel Chalita
Editora Gente
Mística do professor- João Batista Libâneo
Editora Vozes
SER PROFESSOR
Profº Cléber Vendrasco - Coordenador da pastoral do Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo
Buscando conceitos, definimos o professor como o profissional do ensino. O conceito mais comum encontrado em vários dicionários (Aurélio, Luft, Michaelis) é: “Professor é aquele que professa ou ensina uma ciência, uma arte, uma técnica, uma disciplina”.
Ser professor, contudo, como em qualquer outra profissão, requer vocação e disposição para enfrentar as exigências do dia a dia e, sobretudo, muita dedicação, estudo e determinação. É uma responsabilidade muito grande, pois esse profissional ao educar jovens, torna-se corresponsável pelos futuros papéis que eles desempenharão na sociedade. Para ser um bom educador é preciso ser inteligente, comunicativo, criativo e dinâmico, pois será necessário estudar a vida inteira e gostar disso; aprender a lidar com crianças, adolescentes e adultos e, acima de tudo, ter espírito inovador e gostar de enfrentar desafios. O professor é um semeador cuja habilidade maior é cultivar terrenos de todas as espécies. Sua missão possibilita a transformação, a renovação e a vitalidade de novas colheitas e novos frutos.
Destacando Gabriel Chalita, “ser um educador/semeador significa proporcionar aos aprendizes das salas de aula do mundo os saberes necessários à realização dos sonhos e da transcendência”. É de suma importância que o professor, por maior que seja sua capacidade, seu conhecimento, sua formação, tenha consciência de que ele e seus alunos estão em locais, ângulos opostos: por outro lado, ele não deve se vangloriar desta hierarquia e muito menos de seu conhecimento. Para que haja uma boa convivência entre professor e aluno um bom diálogo é fator essencial.
Ser professor significa tomar decisões pessoais e individuais constantes, porém sempre reguladas por normas coletivas, as quais são elaboradas por outros profissionais ou regulamentos institucionais. E, embora se exija dos professores uma capacidade criativa e de tomada de decisões, boa parte dessa energia acaba por ser direcionada na busca de solução de problemas de adequação com as normas estabelecidas exteriormente.
Ser professor no nível cristão é reconhecer-se nessa profissão, verdadeira vocação, missão, gosto, prazer interior. Ressaltando Libâneo, "a mística cristã revela-nos o prazer do serviço ao irmão; serviço que se presta pelo prazer e não pelo trabalho”. A missão do professor é, portanto, não tanto passar ou impor conteúdos aos alunos, mas sim criar um ambiente que seja sem dúvida, o mais favorável possível ao assimilar conteúdos. Ser professor é ser utópico, orientador, sonhador, idealizador, um incentivador. Numa palavra, a mística arranca o professor do mundo do simples ter, produzir, agir e agitar, para transportá-lo para o mundo do ser, do experimentar, do usufruir, do vivenciar o que existe de profundo em si no mesmo ato de "professorar".
Ser professor hoje compreende muito mais: é preciso planejar, estudar, compreender como o aluno aprende, vencer o desafio da falta de motivação do aluno, gerenciar conflitos e ainda voltar aos bancos escolares como aluno. Assim, a corrida pela profissionalização tem sobrecarregado o professor de tal maneira que nos questionamos se vale à pena uma corrida sem volta. Citando Vital de Souza: o resultado é cada vez mais uma sociedade exigente, onde se tornam professores gestores dos conflitos alheios e vítimas de seus próprios conflitos: falta de tempo para o amor, para os filhos e para a vida.
Ser professor é se alimentar do conhecimento fazer de si mesmo janela aberta para o outro.todos os dias são feitos para aprender...Ser professor é também reconhecer que somos, acima de tudo, seres humanos, e que temos licença para rir, chorar, esbravejar.Porque assim também ajudamos a pensar e construir o mundo.
Parabéns!
Fontes :
Histórias de professores que ninguém contou- Gabriel Chalita
Editora Gente
Mística do professor- João Batista Libâneo
Editora Vozes
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Higor's post at Disal's blog
Check the first text posted by my friend Higor Cavalcante at Disal's blog:
http://blogdadisal.blogspot.com/2011/09/coluna-de-higor-cavalcante.html.
It's curious that Higor and I have known each other since we were 17, and we met exactly because of English language! But no, we didn't study English in the same classroom nor worked together as teachers, I mean, we actually studied in the same school, but in different branches. How did we meet? We were pen-pals! Yes, in a time where e-mail was not that popular, we did exchange letters! Guess we're getting old...
http://blogdadisal.blogspot.com/2011/09/coluna-de-higor-cavalcante.html.
It's curious that Higor and I have known each other since we were 17, and we met exactly because of English language! But no, we didn't study English in the same classroom nor worked together as teachers, I mean, we actually studied in the same school, but in different branches. How did we meet? We were pen-pals! Yes, in a time where e-mail was not that popular, we did exchange letters! Guess we're getting old...
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Virada Esportiva
É neste fim de semana a 5ª edição da Virada Esportiva, com atrações para todos os gostos. Só não vale passar o sábado e o domingo assistindo à televisão! Veja a programação e mexa-se!
sábado, 10 de setembro de 2011
Artigo - Using news in the classroom
Check my article in the first online version of New Routes:
Using news in the classroom
Stimulate your students to read, write and speak through the use of authentic texts
By Vanessa Prata*
It is common to hear teachers complaining that students do not like reading and, therefore, they miss an excellent opportunity to improve their reading and writing skills, as well as raising their awareness about new vocabulary and grammar structures learned in class. However, what are you doing to stimulate your students to read more?
We have to agree that many times the texts in their coursebooks, even if authentic, are not exactly what one would like to read for pleasure, and we just read them because “they are there”. Besides, adapted texts may sound far-fetched, as they tend to focus on a specific grammar topic or some vocabulary that we would not find in real texts, for example, a reading passage full of sentences in the Present Perfect Tense.
Using news in the classroom is a way to provide authentic reading material and to help students notice collocations, chunks, new vocabulary and even grammar structures within a real context. It is also a way to stimulate debate by selecting articles that might arouse students’ interest, either because the topics are directly related to our reality or because of a global issue that is being discussed everywhere. Another point is that by using news from a variety of sources, as magazines and newspapers from different countries, the teacher can raise students’ awareness about text genres, register and style, and even about how other countries “see” Brazil.
It seems that it is more common to use “real” texts with Advanced levels, but even Basic or Intermediate students can benefit from reading authentic news reports. It is the teacher’s task to select appropriate material and to prepare adequate activities for each level, without adapting the text itself.
Here you have a few suggestions to use news in the classroom:
CLICK HERE TO CHECK.
Using news in the classroom
Stimulate your students to read, write and speak through the use of authentic texts
By Vanessa Prata*
It is common to hear teachers complaining that students do not like reading and, therefore, they miss an excellent opportunity to improve their reading and writing skills, as well as raising their awareness about new vocabulary and grammar structures learned in class. However, what are you doing to stimulate your students to read more?
We have to agree that many times the texts in their coursebooks, even if authentic, are not exactly what one would like to read for pleasure, and we just read them because “they are there”. Besides, adapted texts may sound far-fetched, as they tend to focus on a specific grammar topic or some vocabulary that we would not find in real texts, for example, a reading passage full of sentences in the Present Perfect Tense.
Using news in the classroom is a way to provide authentic reading material and to help students notice collocations, chunks, new vocabulary and even grammar structures within a real context. It is also a way to stimulate debate by selecting articles that might arouse students’ interest, either because the topics are directly related to our reality or because of a global issue that is being discussed everywhere. Another point is that by using news from a variety of sources, as magazines and newspapers from different countries, the teacher can raise students’ awareness about text genres, register and style, and even about how other countries “see” Brazil.
It seems that it is more common to use “real” texts with Advanced levels, but even Basic or Intermediate students can benefit from reading authentic news reports. It is the teacher’s task to select appropriate material and to prepare adequate activities for each level, without adapting the text itself.
Here you have a few suggestions to use news in the classroom:
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Artigo - Por que alguns alunos não aprendem inglês?
Confira meu primeiro texto publicado no Blog da Disal.
Por que alguns alunos não aprendem inglês?
Por Vanessa Prata*
É com muito prazer que escrevo minha primeira coluna no Blog da Disal, e vamos começar com algumas opiniões polêmicas.
Por que alguns alunos não aprendem inglês (ou outro idioma), pelo menos não tão rápido como gostariam?
Em primeiro lugar, por preguiça. É isso mesmo! Muita gente tem preguiça de estudar, não abre o livro em casa, falta às aulas sem motivo com frequência, não lê livros ou revistas em inglês, não acessa sites de exercícios, não ouve o CD do material didático e quando ouve música no idioma de estudo é apenas para lazer, sem aproveitar o momento para adquirir vocabulário, treinar pronúncia ou entonação.
Sim, eu sei que ninguém tem tempo e que todo mundo tem milhões de coisas para fazer, mas aqui entramos no segundo motivo, dois em um na verdade: falta de organização e má administração do tempo. Quem me conhece sabe que faço muitas coisas ao mesmo tempo: sou jornalista e professora, faço trabalhos de revisão e tradução, mantenho meu blog pessoal, vou à academia e, às vezes, pratico corridas de rua, sempre participo de workshops, seminários e outros eventos, terminei minha pós no início deste ano e, agora, escreverei mensalmente neste blog. E ainda saio com amigos, viajo, vou ao cinema, ou seja, reservar um tempo para estudar não significa abdicar dos momentos de lazer.
Cada um precisa encontrar seu próprio método para se organizar e administrar o tempo. Para mim, o que funciona é a boa e velha agenda de papel. Anoto tudo lá, até a aula de ioga, o que provoca risos em muitos amigos. Mas se não anotasse e não considerasse essa aula como um compromisso, certamente não conseguiria mantê-la como uma rotina há três anos. Para a geração Y, o celular pode ser mais prático, mas não adianta anotar e não olhar, ou só ir à aula. Para quem ainda não desenvolveu a disciplina de estudar em casa, esse tempo também deve ser anotado como um compromisso.
Em terceiro lugar, temos alguns motivos ligados à hipótese do filtro afetivo de Krashen: (falta de) motivação, (falta de) autoconfiança e ansiedade. O aluno pode até ser dinâmico e motivado para outras coisas, ser organizado e administrar bem seu tempo, mas se ele não gosta do idioma e de tudo que se refere aos países de língua inglesa, há uma tendência a formar um "bloqueio mental" e rejeitar os novos conhecimentos. E se o aluno quer aprender inglês em um mês apenas, também vai se frustrar ao perceber que isso não é possível, que o aprendizado de uma língua, em geral, demora alguns anos.
Provavelmente quem não gosta da língua está estudando por necessidade ou obrigação, e é importante usar isso como motivação também: “Eu não gosto de inglês, mas se me dedicar, vou aprender mais rápido e terei mais chances no mercado de trabalho”, ou ainda tentar encontrar algo de que goste no idioma. Será que esse aluno que odeia inglês não gosta nem de cinema americano ou de nenhuma banda inglesa ou australiana? Músicas, filmes, internet, videogame, tudo isso pode contribuir para o estudo, de forma lúdica, dinâmica e flexível. Basta querer aprender.
Claro que muitas pessoas têm mais facilidade do que outras para o aprendizado de línguas estrangeiras, e os motivos acima não são os únicos para o sucesso ou fracasso no processo, mas certamente contribuem. Faça o teste!
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Bolsa para professor assistente de Língua Portuguesa nos EUA
O programa Professor Assistente de Língua Portuguesa nos EUA (Foreign Language Teaching Assistant – FLTA) tem o objetivo de incrementar o ensino de português em universidades norte-americanas e estreitar as relações bilaterais entre o Brasil e os EUA. O programa prevê a concessão de até 30 bolsas, com duração de nove meses, no ano acadêmico norte-americano (agosto/setembro de 2012 a maio/junho de 2013).
Será dada prioridade a candidatos:
- com nenhuma ou com pouca experiência nos EUA
- professor da rede pública de ensino
- ex-bolsista do PROUNI
Requisitos para candidatura:
- possuir nacionalidade brasileira e não ter nacionalidade estadunidense
- possuir bacharelado ou licenciatura em língua portuguesa e ou língua inglesa
- ter proficiência em inglês, conforme item 6.1.3 do Edital
- estar residindo no Brasil durante o processo seletivo
- não receber bolsa ou benefício financeiro de outras entidades brasileiras para o mesmo objetivo
Benefícios:
- moradia
- alimentação
- transporte local
- seguro-saúde
- passagem aérea de ida e volta
Inscrições até 30 de setembro pelo site www.fulbright.org.br/2010/content/view/107/154.
Será dada prioridade a candidatos:
- com nenhuma ou com pouca experiência nos EUA
- professor da rede pública de ensino
- ex-bolsista do PROUNI
Requisitos para candidatura:
- possuir nacionalidade brasileira e não ter nacionalidade estadunidense
- possuir bacharelado ou licenciatura em língua portuguesa e ou língua inglesa
- ter proficiência em inglês, conforme item 6.1.3 do Edital
- estar residindo no Brasil durante o processo seletivo
- não receber bolsa ou benefício financeiro de outras entidades brasileiras para o mesmo objetivo
Benefícios:
- moradia
- alimentação
- transporte local
- seguro-saúde
- passagem aérea de ida e volta
Inscrições até 30 de setembro pelo site www.fulbright.org.br/2010/content/view/107/154.
Bolsas para professores da rede pública
A Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, a PMSP da Prefeitura de São Paulo e a Universidade Gama Filho firmaram uma parceria visando à atualização e capacitação dos professores da Rede Pública. Os professores de inglês e espanhol concorrem a uma bolsa de estudos para o módulo EAD de Língua Inglesa em Nível Avançado ou de Língua Espanhola em Nível Avançado, com duração de 5 meses. Mais informações no site www.ugfpos.com, no item Bolsas para professores.
Expo Estude no Exterior
Visite uma das maiores feiras de intercâmbio do país: Expo Estude no Exterior. Durante a EXPO, você poderá obter respostas para várias de suas perguntas sobre programas de estudos no exterior, incluindo cursos de línguas e universitários, voos, vistos, seguro de viagem, trabalho remunerado, estágios e muito mais!
Acesse o site para verificar as datas e cidades em que haverá a feira.
Acesse o site para verificar as datas e cidades em que haverá a feira.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Site Linguee está de cara nova
Já se passou mais de um ano desde o lançamento oficial da máquina de tradução gratuita Linguee.com.br, o maior dicionário do mundo e um dos mais utilizados, com mais de 1,5 milhão de consultas diárias.
Seu novo e moderno design possibilita o uso fácil das suas novas funções e deixou o Linguee muito mais objetivo e organizado, tanto na página de pesquisa quanto na apresentação de resultados. A nova versão oferece, entre outras novidades, uma sugestão dinâmica de exemplos de frases traduzidas e a integração de inúmeras novas fontes de tradução. "Se o Linguee tivesse uma versão impressa, seriam necessários 75 mil dicionários de papel para completar apenas uma consulta", explica o fundador e diretor executivo do Linguee, Gereon Frahling.
Confira as novidades no site http://www.linguee.com.br.
Seu novo e moderno design possibilita o uso fácil das suas novas funções e deixou o Linguee muito mais objetivo e organizado, tanto na página de pesquisa quanto na apresentação de resultados. A nova versão oferece, entre outras novidades, uma sugestão dinâmica de exemplos de frases traduzidas e a integração de inúmeras novas fontes de tradução. "Se o Linguee tivesse uma versão impressa, seriam necessários 75 mil dicionários de papel para completar apenas uma consulta", explica o fundador e diretor executivo do Linguee, Gereon Frahling.
Confira as novidades no site http://www.linguee.com.br.
Quem tem mais má vontade: a polícia ou o Detran?
Desde janeiro deste ano, o carro do meu pai está clonado e já recebemos oito multas indevidas, de três cidades diferentes (São Paulo, Osasco e Praia Grande). Recorremos de todas elas e apenas uma foi arquivada, os demais recursos estão sendo "indeferidos", sem nenhuma explicação, apesar de termos fotografias provando que são dois carros diferentes. Para cada multa precisamos entrar com um recurso diferente e em cada cidade também. Além de aceitar ou, mais frequentemente, recusar os recursos, o Detran não toma nenhuma providência para resolver o problema.
Já fizemos boletim de ocorrência e uma das sugestões de nossa "eficiente" polícia foi a seguinte: "venda o carro e passe o problema para frente". Tentamos fazer isso na semana passada, como um último recurso, apenas para descobrir que não podemos vender, pois o carro aparece como bloqueado. A outra alternativa é entrar com um processo, que ninguém sabe quanto tempo pode demorar e, durante todo esse tempo, não podemos vender o carro, somos obrigados a pagar as multas, recorrer dos pontos na CNH que já estão estourando e, claro, viver com medo que esses bandidos se envolvam em algum crime ou acidente ainda mais sério com um carro que está em nosso nome.
Sexta passada fomos informados de que o clone havia sido apreendedido e estava em algum órgão público de Santo André (SP), só para descobrir na segunda às 8h que o carro já havia sido "misteriosamente" liberado e, evidentemente, ninguém sabia de nada...
Enfim, a polícia e o Detran não fazem nada para resolver de vez o problema e nós temos que pagar por isso.
Por favor, divulguem para todos os conhecidos, principalmente outros jornalistas, advogados, despachantes, policiais e se, por algum milagre, cruzarem com um UNO prata placa CRM 7173 avisem a polícia e a mim imediamente.
Obrigada
Vanessa Prata
Já fizemos boletim de ocorrência e uma das sugestões de nossa "eficiente" polícia foi a seguinte: "venda o carro e passe o problema para frente". Tentamos fazer isso na semana passada, como um último recurso, apenas para descobrir que não podemos vender, pois o carro aparece como bloqueado. A outra alternativa é entrar com um processo, que ninguém sabe quanto tempo pode demorar e, durante todo esse tempo, não podemos vender o carro, somos obrigados a pagar as multas, recorrer dos pontos na CNH que já estão estourando e, claro, viver com medo que esses bandidos se envolvam em algum crime ou acidente ainda mais sério com um carro que está em nosso nome.
Sexta passada fomos informados de que o clone havia sido apreendedido e estava em algum órgão público de Santo André (SP), só para descobrir na segunda às 8h que o carro já havia sido "misteriosamente" liberado e, evidentemente, ninguém sabia de nada...
Enfim, a polícia e o Detran não fazem nada para resolver de vez o problema e nós temos que pagar por isso.
Por favor, divulguem para todos os conhecidos, principalmente outros jornalistas, advogados, despachantes, policiais e se, por algum milagre, cruzarem com um UNO prata placa CRM 7173 avisem a polícia e a mim imediamente.
Obrigada
Vanessa Prata
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Oportunidade para professores de inglês
A Companhia de Idiomas está contratando professores de inglês.
É necessário ter experiência na função, superior completo ou em andamento.
Aulas in company.
Os interessados devem enviar currículo para: daniela@companhiadeidiomas.com.br.
É necessário ter experiência na função, superior completo ou em andamento.
Aulas in company.
Os interessados devem enviar currículo para: daniela@companhiadeidiomas.com.br.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Entrevista - Walcyr Carrasco
Matéria do Guia Prático para Professores de Ensino Fundamental I (entrevista cedida por e-mail)
Walcyr Carrasco
Dos livros para a vida
Walcyr Carrasco
Dos livros para a vida
Confira na entrevista a seguir como o autor acredita que a literatura pode combater o bullying e elevar a autoestima das crianças.
Por Vanessa Prata
Walcyr Carrasco é escritor, dramaturgo e autor de telenovelas, nascido em Bernardino de Campos (SP) em 1951. Formado em Jornalismo, trabalhou nos principais órgãos de imprensa do país e, no momento, escreve crônicas na revista Veja São Paulo, além da novela Morde & Assopra. Recentemente, lançou o livro Laís, a Fofinha, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo (SP), sobre uma menina gordinha que sofre com gozações e apelidos dos colegas de escola. Confira na entrevista a seguir como o autor acredita que a literatura possa combater o bullying e elevar a autoestima das crianças.
Como a literatura infantil pode ajudar a aumentar a autoestima das crianças?
Walcyr Carrasco – Acredito que a literatura infantil contribua para aumentar a autoestima das crianças de duas formas: primeiro a partir de uma condição íntima, em que a criança se relaciona com a história e com os personagens e absorve a experiência retratada. A partir daí, tira suas próprias conclusões e cresce interiormente. Em segundo lugar, temas ricos proporcionam debates ricos, não somente orientados pelo professor, mas também entre os alunos, que compartilham a história narrada no livro. Acredito que seja o caso de Laís, a Fofinha, pois a questão do ser ou não gordo e da forma física ideal hoje é uma preocupação de todas as idades, e a criança considerada acima do peso frequentemente sofre bulying. A discussão do tema pode evitar o bulying.
Como os livros podem conscientizar as crianças desde cedo sobre bullying ou problemas da obesidade?
Walcyr Carrasco – À medida que a história é debatida, conceitos e valores são revistos. Hoje em dia muitas crianças são submetidas pela mídia e até pela própria família a padrões estéticos que, de fato, pouquíssimas pessoas atingem. Essa cobrança generalizada também se expressa por meio de agressões a colegas que são vistos como obesos. A criança obesa acaba se retraindo, achando que é "errada". O fato de um livro propor a discussão aberta e mostrar que esses padrões nem sempre são os desejados pela mídia pode ajudar a reconstrução de valores.
Como os professores devem agir ao perceber um caso de bullying ou de baixa autoestima nos alunos?
Walcyr Carrasco – Acredito que o professor deva agir com sutileza, propondo a discussão dos temas e valorizando pessoas de sucesso que não correspondem a padrões. Nesse sentido a literatura ajuda muito, pois funciona como ponte para abrir a discussão em cima de temas polêmicos. A criança com baixa autoestima deve ser valorizada de alguma maneira. O professor pode buscar os aspectos em que ela é mais positiva e estimulá-los. O fundamental é mostrar aos alunos por meio da Literatura, de discussões em classe e trabalhos escolares que a diferença é essencial, e não um problema.
Como conversar com os alunos após grandes tragédias em escolas, como os crimes ocorridos em abril no Rio de Janeiro? A literatura infantil pode ajudar nesses casos também?
Walcyr Carrasco – Lidar com tragédias sempre é difícil. A literatura ajuda até porque os contos de fadas tradicionais falam da violência de uma forma alegórica, que torna mais fácil ao aluno compreender. Mas é preciso ser claro em relação a valores e buscar formas de expressão, em que as crianças possam, pintando, desenhando, escrevendo, fazendo música, "soltar" a agressividade sem prejudicar o próximo. Mas não sou otimista. Minha convivência com uma psiquiatra especializada em psicopatas me diz que a psicose não tem cura. Começa a se evidenciar na infância e é muito difícil lidar com isso, quando o problema é realmente uma doença mental.
O livro foi lançado como parte do projeto cultural Lê Pra Mim? Qual a importância de pais e professores lerem para os alunos ainda não alfabetizados?
Walcyr Carrasco – Fundamental! É uma oportunidade para a criança conviver com a literatura desde cedo. E mesmo já alfabetizada, de sentir a literatura como uma forma de compartilhar experiências. Além de tudo, ouvir uma história é sempre agradável, e as crianças devem entender a literatura como algo prazeroso e não como obrigação.
Como os livros podem competir com outras formas de entretenimento, como a televisão, o videogame e a internet?
Walcyr Carrasco – Nunca vi problema nesse sentindo. Não há uma competição. Cada um tem seu fator de atração. Os livros muitas vezes perdem espaço simplesmente porque são apresentados como algo obrigatório. Não se dá à criança o espaço para viver uma experiência agradável, já que o livro muitas vezes está vinculado a trabalhos escolares, a avaliações, enquanto os outros meios são simplesmente lazer. Quanto mais a criança sentir que o livro é uma experiência de prazer, mais vai gostar de ler.
Walcyr Carrasco é escritor, dramaturgo e autor de telenovelas, nascido em Bernardino de Campos (SP) em 1951. Formado em Jornalismo, trabalhou nos principais órgãos de imprensa do país e, no momento, escreve crônicas na revista Veja São Paulo, além da novela Morde & Assopra. Recentemente, lançou o livro Laís, a Fofinha, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo (SP), sobre uma menina gordinha que sofre com gozações e apelidos dos colegas de escola. Confira na entrevista a seguir como o autor acredita que a literatura possa combater o bullying e elevar a autoestima das crianças.
Como a literatura infantil pode ajudar a aumentar a autoestima das crianças?
Walcyr Carrasco – Acredito que a literatura infantil contribua para aumentar a autoestima das crianças de duas formas: primeiro a partir de uma condição íntima, em que a criança se relaciona com a história e com os personagens e absorve a experiência retratada. A partir daí, tira suas próprias conclusões e cresce interiormente. Em segundo lugar, temas ricos proporcionam debates ricos, não somente orientados pelo professor, mas também entre os alunos, que compartilham a história narrada no livro. Acredito que seja o caso de Laís, a Fofinha, pois a questão do ser ou não gordo e da forma física ideal hoje é uma preocupação de todas as idades, e a criança considerada acima do peso frequentemente sofre bulying. A discussão do tema pode evitar o bulying.
Como os livros podem conscientizar as crianças desde cedo sobre bullying ou problemas da obesidade?
Walcyr Carrasco – À medida que a história é debatida, conceitos e valores são revistos. Hoje em dia muitas crianças são submetidas pela mídia e até pela própria família a padrões estéticos que, de fato, pouquíssimas pessoas atingem. Essa cobrança generalizada também se expressa por meio de agressões a colegas que são vistos como obesos. A criança obesa acaba se retraindo, achando que é "errada". O fato de um livro propor a discussão aberta e mostrar que esses padrões nem sempre são os desejados pela mídia pode ajudar a reconstrução de valores.
Como os professores devem agir ao perceber um caso de bullying ou de baixa autoestima nos alunos?
Walcyr Carrasco – Acredito que o professor deva agir com sutileza, propondo a discussão dos temas e valorizando pessoas de sucesso que não correspondem a padrões. Nesse sentido a literatura ajuda muito, pois funciona como ponte para abrir a discussão em cima de temas polêmicos. A criança com baixa autoestima deve ser valorizada de alguma maneira. O professor pode buscar os aspectos em que ela é mais positiva e estimulá-los. O fundamental é mostrar aos alunos por meio da Literatura, de discussões em classe e trabalhos escolares que a diferença é essencial, e não um problema.
Como conversar com os alunos após grandes tragédias em escolas, como os crimes ocorridos em abril no Rio de Janeiro? A literatura infantil pode ajudar nesses casos também?
Walcyr Carrasco – Lidar com tragédias sempre é difícil. A literatura ajuda até porque os contos de fadas tradicionais falam da violência de uma forma alegórica, que torna mais fácil ao aluno compreender. Mas é preciso ser claro em relação a valores e buscar formas de expressão, em que as crianças possam, pintando, desenhando, escrevendo, fazendo música, "soltar" a agressividade sem prejudicar o próximo. Mas não sou otimista. Minha convivência com uma psiquiatra especializada em psicopatas me diz que a psicose não tem cura. Começa a se evidenciar na infância e é muito difícil lidar com isso, quando o problema é realmente uma doença mental.
O livro foi lançado como parte do projeto cultural Lê Pra Mim? Qual a importância de pais e professores lerem para os alunos ainda não alfabetizados?
Walcyr Carrasco – Fundamental! É uma oportunidade para a criança conviver com a literatura desde cedo. E mesmo já alfabetizada, de sentir a literatura como uma forma de compartilhar experiências. Além de tudo, ouvir uma história é sempre agradável, e as crianças devem entender a literatura como algo prazeroso e não como obrigação.
Como os livros podem competir com outras formas de entretenimento, como a televisão, o videogame e a internet?
Walcyr Carrasco – Nunca vi problema nesse sentindo. Não há uma competição. Cada um tem seu fator de atração. Os livros muitas vezes perdem espaço simplesmente porque são apresentados como algo obrigatório. Não se dá à criança o espaço para viver uma experiência agradável, já que o livro muitas vezes está vinculado a trabalhos escolares, a avaliações, enquanto os outros meios são simplesmente lazer. Quanto mais a criança sentir que o livro é uma experiência de prazer, mais vai gostar de ler.
Matéria - Qual é a cor do amor?
Matéria do Guia Prático para Professores de Educação Infantil.
Qual é a cor do amor?
Professora de Minas Gerais integra Linguagem Oral, Matemática, Artes Visuais, Natureza e Sociedade com projeto de leitura
Por Vanessa Prata
A pedagoga Rosemeire Xavier, do colégio Casa de Brinquedo, em Vespasiano (MG), idealizou o projeto Qual É a Cor do Amor? com intuito de incutir hábitos de leitura desde cedo nas crianças e reforçar o prazer dessa atividade, tanto no âmbito da escola como no da família. “A leitura conjunta de um adulto com as crianças proporciona um envolvimento direto dos pequenos com o livro, tornando esta experiência vital, efetiva e divertida”, conta a pedagoga. No projeto, foram trabalhados diversos eixos temáticos, como Linguagem Oral, Natureza e Sociedade, Artes visuais, Culinária, Matemática e Movimento. Acompanhe algumas atividades desenvolvidas com a turminha.
Qual é a cor do amor?
Para começar, a professora espalhou cartazes na escola com a frase Qual É a Cor do Amor?, título do livro adotado para o projeto, e pediu que as crianças dessem sua opinião. “Alunos de outras turmas, professores e até os pais responderam nos cartazes também, gerando um envolvimento muito grande de toda a escola”, conta Rose.
Hora da Matemática
Após recolher os cartazes, que ficaram anexados na escola por três semanas, foi apurando o resultado sobre qual seria a cor do amor. A professora anotou na lousa as cores citadas, com ajuda das crianças, fez a contagem e questionou qual cor foi a preferida e qual foi a menos citada. “A mais citada foi a vermelha, por associação com o coração, mas também surgiu preto, roxo, cor-de-rosa e todas as cores do arcoíris”, diz a professora
Visita ao zoológico
No livro, um elefantinho cinzento queria descobrir a cor do amor e perguntava a todos seus amigos. Para aproximar os alunos do tema, a professora levou os alunos ao zoológico, para que vissem um elefante de verdade. Na ocasião, foi adotado também um elefantinho cinzento de pelúcia como mascote da turma, e as crianças fizeram uma votação para escolher o nome dele: Miolinho. Durante o passeio, a professora começou a contar a história e deixou o desfecho para que pais e filhos descobrissem qual seria a cor do amor.
Parceria com os pais
A cada semana, um aluno levava para casa o elefantinho e uma sacola literária, contendo o livro, um caderno para registrar a visita do mascote e para fazer uma enquete sobre qual seria a cor do amor, perguntando para os pais e familiares. Além disso, os pais deveriam ajudar os filhos a pesquisar curiosidades sobre os elefantes. Na escola, cada criança apresentava sua entrevista para os colegas e todos podiam opinar sobre as hipóteses dos entrevistados, manifestando também sua própria opinião, além de compartilhar as informações levantadas sobre os elefantes. “Foi curioso notar o envolvimento muito grande dos alunos, os pais comentavam que as crianças saíam perguntando sobre a cor do amor para todo mundo, até quando passeavam no shopping, por exemplo!”, conta Rose.
Vamos brincar com as cores
O projeto foi encerrado com uma festa das cores comemorando o aniversário do elefantinho cinzento na escola. Foi uma festa à fantasia, em que as crianças escolheram as cores de que mais gostavam para ter destaque na roupa e cantaram parabéns para o Miolinho. No dia da festa, as crianças fizeram a brincadeira do Elefante Colorido, que funciona assim: a professora diz “elefante colorido”, e as crianças perguntam “qual é a cor?”. Na sequência, a educadora responde determinada cor e os pequenos saem correndo à procura de algum objeto da cor solicitada.
Todas as cores do mundo
Durante a execução do projeto, alunos, familiares e a comunidade escolar se envolveram e demonstraram alegria e satisfação em participar, relatando a importância de inserir a ludicidade no estímulo à leitura e de construir vínculos afetivos entre família e escola. “O projeto foi muito envolvente e divertido, e foi importante ressaltar que por meio da literatura pode-se aprender brincando!”, comenta Rose. Ficou curiosa para saber qual a cor do amor? Sem querer estragar o final do livro, Rose ressalta que a mensagem final é a valorização das diferenças: “Não há uma única cor para representar o amor, cada um tem sua opinião e deve ser respeitada”.
Qual é a cor do amor?
Professora de Minas Gerais integra Linguagem Oral, Matemática, Artes Visuais, Natureza e Sociedade com projeto de leitura
Por Vanessa Prata
A pedagoga Rosemeire Xavier, do colégio Casa de Brinquedo, em Vespasiano (MG), idealizou o projeto Qual É a Cor do Amor? com intuito de incutir hábitos de leitura desde cedo nas crianças e reforçar o prazer dessa atividade, tanto no âmbito da escola como no da família. “A leitura conjunta de um adulto com as crianças proporciona um envolvimento direto dos pequenos com o livro, tornando esta experiência vital, efetiva e divertida”, conta a pedagoga. No projeto, foram trabalhados diversos eixos temáticos, como Linguagem Oral, Natureza e Sociedade, Artes visuais, Culinária, Matemática e Movimento. Acompanhe algumas atividades desenvolvidas com a turminha.
Qual é a cor do amor?
Para começar, a professora espalhou cartazes na escola com a frase Qual É a Cor do Amor?, título do livro adotado para o projeto, e pediu que as crianças dessem sua opinião. “Alunos de outras turmas, professores e até os pais responderam nos cartazes também, gerando um envolvimento muito grande de toda a escola”, conta Rose.
Hora da Matemática
Após recolher os cartazes, que ficaram anexados na escola por três semanas, foi apurando o resultado sobre qual seria a cor do amor. A professora anotou na lousa as cores citadas, com ajuda das crianças, fez a contagem e questionou qual cor foi a preferida e qual foi a menos citada. “A mais citada foi a vermelha, por associação com o coração, mas também surgiu preto, roxo, cor-de-rosa e todas as cores do arcoíris”, diz a professora
Visita ao zoológico
No livro, um elefantinho cinzento queria descobrir a cor do amor e perguntava a todos seus amigos. Para aproximar os alunos do tema, a professora levou os alunos ao zoológico, para que vissem um elefante de verdade. Na ocasião, foi adotado também um elefantinho cinzento de pelúcia como mascote da turma, e as crianças fizeram uma votação para escolher o nome dele: Miolinho. Durante o passeio, a professora começou a contar a história e deixou o desfecho para que pais e filhos descobrissem qual seria a cor do amor.
Parceria com os pais
A cada semana, um aluno levava para casa o elefantinho e uma sacola literária, contendo o livro, um caderno para registrar a visita do mascote e para fazer uma enquete sobre qual seria a cor do amor, perguntando para os pais e familiares. Além disso, os pais deveriam ajudar os filhos a pesquisar curiosidades sobre os elefantes. Na escola, cada criança apresentava sua entrevista para os colegas e todos podiam opinar sobre as hipóteses dos entrevistados, manifestando também sua própria opinião, além de compartilhar as informações levantadas sobre os elefantes. “Foi curioso notar o envolvimento muito grande dos alunos, os pais comentavam que as crianças saíam perguntando sobre a cor do amor para todo mundo, até quando passeavam no shopping, por exemplo!”, conta Rose.
Vamos brincar com as cores
O projeto foi encerrado com uma festa das cores comemorando o aniversário do elefantinho cinzento na escola. Foi uma festa à fantasia, em que as crianças escolheram as cores de que mais gostavam para ter destaque na roupa e cantaram parabéns para o Miolinho. No dia da festa, as crianças fizeram a brincadeira do Elefante Colorido, que funciona assim: a professora diz “elefante colorido”, e as crianças perguntam “qual é a cor?”. Na sequência, a educadora responde determinada cor e os pequenos saem correndo à procura de algum objeto da cor solicitada.
Todas as cores do mundo
Durante a execução do projeto, alunos, familiares e a comunidade escolar se envolveram e demonstraram alegria e satisfação em participar, relatando a importância de inserir a ludicidade no estímulo à leitura e de construir vínculos afetivos entre família e escola. “O projeto foi muito envolvente e divertido, e foi importante ressaltar que por meio da literatura pode-se aprender brincando!”, comenta Rose. Ficou curiosa para saber qual a cor do amor? Sem querer estragar o final do livro, Rose ressalta que a mensagem final é a valorização das diferenças: “Não há uma única cor para representar o amor, cada um tem sua opinião e deve ser respeitada”.
sábado, 20 de agosto de 2011
O livro e a tecnologia
Enviado por Ciça Lopes
O seguinte link te levará a um vídeo no youtube no mínimo curioso, para para pensar sobre o livro e a tecnologia. Está em espanhol com legendas em português.
http://www.youtube.com/watch?v=_an5z2lxXH4&feature=related
O seguinte link te levará a um vídeo no youtube no mínimo curioso, para para pensar sobre o livro e a tecnologia. Está em espanhol com legendas em português.
http://www.youtube.com/watch?v=_an5z2lxXH4&feature=related
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Táxi vira biblioteca móvel
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gilbertodimenstein/960358-taxi-vira-biblioteca-movel.shtml
Táxi vira biblioteca móvel
Gilberto Dimenstein
Essa é daquelas ideias simples para melhorar a qualidade de vida da cidade --e não custa absolutamente nada. Faz parte do que chamo o milagre das pequenas coisas. Chama-se bibliotáxi, lançada nesta semana pelo motorista Antônio Miranda na cidade de São Paulo (o detalhamento está no catracalivre.com.br).
Ele transformou seu táxi numa pequena biblioteca, a partir de livros doados por seus passageiros. Os livros ficam à disposição não apenas para ser lidos durante a corrida. Podem ser levados para casa e, depois, entregues para outra pessoa ou devolvidos para o táxi. A comunidade ajuda a manter o estoque e estimula novas doações. A ideia agora é envolver novos motoristas.
Isso significa que, se essa ideia der certo, podem-se criar, sem nenhum custo, centenas de bibliotecas móveis por uma cidade. Imagine se, no Brasil, ideias desse tipo pudessem pegar não apenas num táxi, mas nos ônibus.
No milagre das pequenas coisas, às vezes surgem grandes soluções. É a habilidade de pensar grande fazendo pequenos gestos.
Táxi vira biblioteca móvel
Gilberto Dimenstein
Essa é daquelas ideias simples para melhorar a qualidade de vida da cidade --e não custa absolutamente nada. Faz parte do que chamo o milagre das pequenas coisas. Chama-se bibliotáxi, lançada nesta semana pelo motorista Antônio Miranda na cidade de São Paulo (o detalhamento está no catracalivre.com.br).
Ele transformou seu táxi numa pequena biblioteca, a partir de livros doados por seus passageiros. Os livros ficam à disposição não apenas para ser lidos durante a corrida. Podem ser levados para casa e, depois, entregues para outra pessoa ou devolvidos para o táxi. A comunidade ajuda a manter o estoque e estimula novas doações. A ideia agora é envolver novos motoristas.
Isso significa que, se essa ideia der certo, podem-se criar, sem nenhum custo, centenas de bibliotecas móveis por uma cidade. Imagine se, no Brasil, ideias desse tipo pudessem pegar não apenas num táxi, mas nos ônibus.
No milagre das pequenas coisas, às vezes surgem grandes soluções. É a habilidade de pensar grande fazendo pequenos gestos.
domingo, 14 de agosto de 2011
Artigo - O que é que eu ganho com isso?
Confira um artigo escrito por Rose Souza, sócia-diretora da Companhia de Idiomas.
“E eu me pergunto se realmente observamos, refletimos, concluímos algumas coisas, disso que acontece e tanto nos diz respeito, como o pão, o café, o salário, a vida. Lutamos pela honra, pela melhor administração, pela segurança, pela decência, pela confiança que precisamos depositar nos líderes, nos governantes, nos nossos representantes? Ou nos entregamos ao fluxo das ondas, interessados muito mais no novo celular, no iPod, no iPad, no tablet, na troca da geladeira, na TV nova, no carro dos sonhos, pago em oitenta prestações impossíveis?”
Lya Luft, escritora e articulista da Veja, em seu ótimo artigo da edição 2222, resume um pouco do que eu sinto sobre o tipo de cidadão que nos tornamos. Passamos a vida ligados a organizações que, com incríveis campanhas publicitárias, definem as escolhas que deveriam ser nossas, porque deixamos. Juntamente com o governo e as religiões, as empresas dizem o que devemos ou podemos fazer. Assim vivemos em uma sociedade baseada na tríade tecnologia, consumo e lucro que, só há bem pouco tempo, começa a se sensibilizar de forma mais consistente com questões ecológicas (em que o ser humano está inserido), com nossa responsabilidade social e aspectos comportamentais, fruto do autoconhecimento. A ciência começa a comprovar finalmente o efeito da fé, do stress, das relações pessoais e da mente sobre o nosso organismo, e isso muda todos os paradigmas científicos.
Nesse contexto, a educação tem papel fundamental, pois é capaz de transformar a sociedade e a mudar a história. A dinâmica e a velocidade cada vez maior das mudanças sociais, culturais, econômicas e políticas não se comparam ao passado, quando qualquer mudança significativa exigia o tempo de uma geração para ocorrer. Hoje, ocorrem em minutos e são imprevisíveis. Trata-se da “era da incerteza” ou “era da descontinuidade”, como chamou Peter Drucker.
No Brasil, a ampla e desenfreada oferta de cursos de nível superior gera a predominância de critérios econômicos e utilitaristas. Econômicos, pois as universidades particulares hoje são empresas muito bem geridas, cujos resultados estão pautados no lucro e na força da marca. Utilitaristas, pois seus cursos atendem menos a objetivos acadêmicos, científicos e de pesquisa, para apenas formar profissionais para o mercado de trabalho. Para atender a esses critérios, a educação no ensino superior se limita muitas vezes à distribuição de conteúdos, logicamente estruturados, em um processo centrado no eixo da transmissão-assimilação de informações, do professor para o aluno. Especialmente em cursos de curta graduação, é incomum encontrarmos uma aula diferente da tradicional. A consequência é o pouco interesse dos alunos pela pesquisa e aprofundamento dos temas, a ausência do debate, minimizando a possibilidade de aprendizado entre os alunos, uns com os outros, e todos com o mundo.
Quando esses estudantes saem da universidade, o que vemos são profissionais no mercado de trabalho esperando que o “conteúdo” seja passado pelo “chefe” para ele reproduzir. A universidade não está formando seres capazes de questionar, criar algo novo, se comprometer com o processo e com o resultado, sem a necessidade de monitoramento ou pontos positivos que, no mundo corporativo foram renomeados como bônus? Aqueles alunos que só se moviam por nota hoje são os profissionais que só se movem por bônus adicionais? A pergunta não é “o que eu posso aprender com isso?”, mas o surrado “o que eu ganho com isso?”. Um professor recentemente me perguntou quanto ele ganharia para compartilhar uma atividade no site de compartilhamento, criado pela Companhia de Idiomas. Um ambiente que recebe as atividades desenvolvidas pelos professores, proporcionando mais qualidade às aulas e menos tempo de preparo, pois cada professor pode postar uma atividade e ter acesso a várias! Não seria um exemplo do “o que eu ganho com isso?” Como contraponto, a professora Carolina Saotome abriu um espaço para compartilhar experiências com os professores, no Facebook. E, cada vez mais, professores se interessam em participar dos nossos workshops, que estão lotando, para refletir sobre o ensino de idiomas, com seus pares. Bons exemplos, provando que ainda estamos cercados de excelentes profissionais, pessoas, cidadãos. Ainda há esperança, Lya Luft!
Rosangela de Fátima Souza (Rose) é fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas, tradutora-intérprete, especialista em Gestão Empresarial com MBA pela FGV e aluna do curso de Docência de Nível Superior da FGV.
sábado, 30 de julho de 2011
Matéria Nosso Mascote
Confira minha matéria para o Guia Prático para Professores de Ed. Infantil (ed. agosto)
Nosso mascote
Professora de Atibaia (SP) trabalha Alfabetização, Matemática e valores como amizade e companheirismo a partir de um bichinho de pelúcia
Por Vanessa Prata
A professor Roberta Belo, da EMEIF Professor Francisco da Silveira Bueno, de Atibaia (SP), está desenvolvendo durante este ano o projeto Nosso Mascote, com sua turma de 4 anos. "O objetivo é levar à sala de aula um mascote para que sejam trabalhados com valores como cuidado com os outros, companheirismo e amizade, além de ter a participação da família no projeto", conta Roberta. Alfabetização, com o reconhecimento do próprio nome e do nome dos colegas, e conceitos matemáticos, como quantidade e noções de tempo, também estão entre os objetivos da ação. Acompanhe os principais passos do projeto:
O mascote chega à sala
No início do ano letivo, Roberta levou um sapinho de pelúcia para a sala, dentro de uma caixa, para atiçar a curiosidade dos alunos e para que eles primeiro tentassem descobrir o que havia lá dentro. "Escolhi o sapinho porque sou apaixonada por ele, mas a ideia é usar qualquer mascote que possa criar um vínculo com as crianças", diz a professora. Após mostrar o boneco, Roberta deixou que todos os alunos o tocassem para sentir a textura, e explicou que ele seria o mascote da turma, apresentando ainda algumas regrinhas de convivência com ele e dizendo que, durante o ano, cada aluno poderia levar o bichinho para casa durante um fim de semana.
Sapolino
O próximo passo foi fazer uma votação para escolher o nome do mascote, e o vencedor foi Sapolino! "A partir daí, começamos a trabalhar a identificação das letras iniciais e finais tanto do nome do sapinho como dos nomes dos alunos", conta Roberta. Aos poucos, a professora introduziu as letras intermediárias, para que as crianças pudessem diferenciar "sapo" de "saco", por exemplo, por meio do seguinte trava-língua:
Olha o sapo dentro do saco.
O saco com um sapo dentro.
O sapo pulou do saco.
O saco ficou sem sapo.
Alfabetização e Matemática
Além de trabalhar o nome do Sapolino, Roberta trabalhou os nomes de cada criança, para que eles diferenciassem Gabriela de Giovana, por exemplo. "No início do ano, a maioria dos alunos não conseguia identificar e escrever o próprio nome, hoje o 'ajudante' do dia já pode até entregar as agendas de todas as crianças, identificando o nome de cada uma na capa", conta a professora. Alfabetização e Matemática foram abordadas de forma interdisciplinar em um cartaz com o nome de todas as crianças, em ordem alfabética, que indicava a sequência em que o mascote iria para a casa de cada aluno. Roberta trabalhou com as crianças alguns pontos, como: quantos alunos faltam para chegar sua vez de levar o mascote para casa, quantos alunos já levaram, quantos faltam para levar, que dia da semana estamos, quantos e quais dias faltam para chegar sexta-feira (dia de levar o mascote), quais dias da semana o mascote ficará em sua casa etc. Os eixos Natureza, Sociedade e Matemática foram trabalhados também durante a leitura do livro Eram Dez Girinos (Ed. Ciranda Cultural), em que a professora explorou o contexto da capa e depois solicitou que as crianças localizassem a palavra girino e contassem quantos girinos apareciam nas páginas. "O próximo passo será trabalhar justamente a transformação deles em sapos, ampliando o conhecimento das crianças sobre a natureza também", conta Roberta.
Bom comportamento
Além dos conteúdos de Alfabetizção e Matemática, a professora também trabalhou regrinhas de bom comportamento, com a visita do pai do Sapolino, o Sr. Sapoleto (outro bichinho de pelúcia), que foi conferir se a turminha se comportava bem, e valores como responsabilidade, amizade e companheirismo. "Os alunos entenderam que precisavam cuidar bem do mascote e trazê-lo no dia combinado, para que outra criança também pudesse levar o Sapolino para casa", afirma Roberta. "E o mais curioso está sendo a mudança que o mascote provoca nas crianças, uma mãe contou que o filho até se alimentou melhor quando o bichinho estava na casa deles".
Tudo registrado
Todas as atividades estão sendo registradas com fotos e textos. Durante o fim de semana em que o mascote fica na casa de cada aluno, por exemplo, os pais devem fazer um relato da visita por escrito. Na segunda-feira, na roda de conversa, a professora lê para a turma o relato feito, e o próprio aluno conta como foi a visita do sapinho. Ao final do ano, a ideia é fazer uma exposição de fotos na escola e um livrinho com o tema Aventuras de Sapolino, para cada criança levar de recordação. "Estou tendo um envolvimento muito bom tanto dos alunos como dos pais e todo o apoio da diretora da escola. Tenho certeza de que ao final do ano os resultados serão ainda mais surpreendentes!", finaliza Roberta.
Nosso mascote
Professora de Atibaia (SP) trabalha Alfabetização, Matemática e valores como amizade e companheirismo a partir de um bichinho de pelúcia
Por Vanessa Prata
A professor Roberta Belo, da EMEIF Professor Francisco da Silveira Bueno, de Atibaia (SP), está desenvolvendo durante este ano o projeto Nosso Mascote, com sua turma de 4 anos. "O objetivo é levar à sala de aula um mascote para que sejam trabalhados com valores como cuidado com os outros, companheirismo e amizade, além de ter a participação da família no projeto", conta Roberta. Alfabetização, com o reconhecimento do próprio nome e do nome dos colegas, e conceitos matemáticos, como quantidade e noções de tempo, também estão entre os objetivos da ação. Acompanhe os principais passos do projeto:
O mascote chega à sala
No início do ano letivo, Roberta levou um sapinho de pelúcia para a sala, dentro de uma caixa, para atiçar a curiosidade dos alunos e para que eles primeiro tentassem descobrir o que havia lá dentro. "Escolhi o sapinho porque sou apaixonada por ele, mas a ideia é usar qualquer mascote que possa criar um vínculo com as crianças", diz a professora. Após mostrar o boneco, Roberta deixou que todos os alunos o tocassem para sentir a textura, e explicou que ele seria o mascote da turma, apresentando ainda algumas regrinhas de convivência com ele e dizendo que, durante o ano, cada aluno poderia levar o bichinho para casa durante um fim de semana.
Sapolino
O próximo passo foi fazer uma votação para escolher o nome do mascote, e o vencedor foi Sapolino! "A partir daí, começamos a trabalhar a identificação das letras iniciais e finais tanto do nome do sapinho como dos nomes dos alunos", conta Roberta. Aos poucos, a professora introduziu as letras intermediárias, para que as crianças pudessem diferenciar "sapo" de "saco", por exemplo, por meio do seguinte trava-língua:
Olha o sapo dentro do saco.
O saco com um sapo dentro.
O sapo pulou do saco.
O saco ficou sem sapo.
Alfabetização e Matemática
Além de trabalhar o nome do Sapolino, Roberta trabalhou os nomes de cada criança, para que eles diferenciassem Gabriela de Giovana, por exemplo. "No início do ano, a maioria dos alunos não conseguia identificar e escrever o próprio nome, hoje o 'ajudante' do dia já pode até entregar as agendas de todas as crianças, identificando o nome de cada uma na capa", conta a professora. Alfabetização e Matemática foram abordadas de forma interdisciplinar em um cartaz com o nome de todas as crianças, em ordem alfabética, que indicava a sequência em que o mascote iria para a casa de cada aluno. Roberta trabalhou com as crianças alguns pontos, como: quantos alunos faltam para chegar sua vez de levar o mascote para casa, quantos alunos já levaram, quantos faltam para levar, que dia da semana estamos, quantos e quais dias faltam para chegar sexta-feira (dia de levar o mascote), quais dias da semana o mascote ficará em sua casa etc. Os eixos Natureza, Sociedade e Matemática foram trabalhados também durante a leitura do livro Eram Dez Girinos (Ed. Ciranda Cultural), em que a professora explorou o contexto da capa e depois solicitou que as crianças localizassem a palavra girino e contassem quantos girinos apareciam nas páginas. "O próximo passo será trabalhar justamente a transformação deles em sapos, ampliando o conhecimento das crianças sobre a natureza também", conta Roberta.
Bom comportamento
Além dos conteúdos de Alfabetizção e Matemática, a professora também trabalhou regrinhas de bom comportamento, com a visita do pai do Sapolino, o Sr. Sapoleto (outro bichinho de pelúcia), que foi conferir se a turminha se comportava bem, e valores como responsabilidade, amizade e companheirismo. "Os alunos entenderam que precisavam cuidar bem do mascote e trazê-lo no dia combinado, para que outra criança também pudesse levar o Sapolino para casa", afirma Roberta. "E o mais curioso está sendo a mudança que o mascote provoca nas crianças, uma mãe contou que o filho até se alimentou melhor quando o bichinho estava na casa deles".
Tudo registrado
Todas as atividades estão sendo registradas com fotos e textos. Durante o fim de semana em que o mascote fica na casa de cada aluno, por exemplo, os pais devem fazer um relato da visita por escrito. Na segunda-feira, na roda de conversa, a professora lê para a turma o relato feito, e o próprio aluno conta como foi a visita do sapinho. Ao final do ano, a ideia é fazer uma exposição de fotos na escola e um livrinho com o tema Aventuras de Sapolino, para cada criança levar de recordação. "Estou tendo um envolvimento muito bom tanto dos alunos como dos pais e todo o apoio da diretora da escola. Tenho certeza de que ao final do ano os resultados serão ainda mais surpreendentes!", finaliza Roberta.
domingo, 24 de julho de 2011
Matéria - Aprendendo com os personagens do Sítio
Matéria para o Guia Prático para Professores de Ensino Fundamental I.
Aprendendo com os personagens do Sítio
Professora de Belo Horizonte (MG) desperta nas crianças a curiosidade pelos livros e o prazer em ler
Por Vanessa Prata
Com o projeto Contando Histórias do Sítio, a professora Elaine Lima Silva, do Colégio Cenecista Domiciano Vieira, em Belo Horizonte (MG), procurou resgatar a fantasia por meio da leitura e da escrita, despertar a curiosidade pelos livros e aproximar as crianças do mundo literário, de uma maneira lúdica, levando até elas os personagens do Sítio do Picapau Amarelo, da obra de Monteiro Lobato. Tudo começou com uma exposição dos livros do autor na biblioteca na escola e com a apresentação dos personagens utilizando o programa Power Point. À medida que os personagens eram mostrados, a professora pedia para os alunos identificarem quem era e descrevê-los. “Quando percebi o brilho nos olhos dos alunos e o grande interesse deles, decidi desenvolver um projeto maior envolvendo as histórias do Sítio do Picapau Amarelo”, conta Elaine.
Visita de Emília
Várias atividades foram desenvolvidas, e a professora até se vestiu de Emília para contar uma história para as crianças. “O entusiasmo não foi apenas dos alunos, mas outras turmas queriam assistir também. Foi um dia especial!”, diz a professora.
A “Emília” levou uma mala cheia de bugigangas, com fantasias, fantoches e uma boneca Emília, que cada aluno levava para casa e cuidava durante três dias, além de responder, com ajuda da família, questões sobre o tema desenvolvido.
Os livros de Monteiro Lobato ficaram no Cantinho de Leitura da sala, e a professora e a bibliotecária da escola promoviam a hora do conto, momentos de leituras de revistinhas de Emília, cruzadinhas, reconto das histórias, trabalho com vários gêneros textuais, confecção dos personagens, entre outras atividades. Houve ainda um intercâmbio com outras turmas, em que os alunos levaram a mala com os fantoches, dedoches, perucas etc. e contaram para os colegas trechos de histórias do Sítio.
“Esse projeto fez com que os alunos ficassem mais interessados na leitura, além de sempre relembrarem quando a ‘Emília’ veio na escola”, completa Elaine. Foi feito também um registro das atividades com relatórios, fotos, ficha de avaliação da família e a construção do “Caderno Literário da Família”. Na primeira folha, explicava-se o projeto, na segunda folha o aluno descrevia como foi a visita da boneca em sua casa, na terceira, o aluno colocava uma foto ou ilustração dele com a boneca, entre outros registros. Confira algumas atividades artísticas que foram desenvolvidas no site.
Aprendendo com os personagens do Sítio
Professora de Belo Horizonte (MG) desperta nas crianças a curiosidade pelos livros e o prazer em ler
Por Vanessa Prata
Com o projeto Contando Histórias do Sítio, a professora Elaine Lima Silva, do Colégio Cenecista Domiciano Vieira, em Belo Horizonte (MG), procurou resgatar a fantasia por meio da leitura e da escrita, despertar a curiosidade pelos livros e aproximar as crianças do mundo literário, de uma maneira lúdica, levando até elas os personagens do Sítio do Picapau Amarelo, da obra de Monteiro Lobato. Tudo começou com uma exposição dos livros do autor na biblioteca na escola e com a apresentação dos personagens utilizando o programa Power Point. À medida que os personagens eram mostrados, a professora pedia para os alunos identificarem quem era e descrevê-los. “Quando percebi o brilho nos olhos dos alunos e o grande interesse deles, decidi desenvolver um projeto maior envolvendo as histórias do Sítio do Picapau Amarelo”, conta Elaine.
Visita de Emília
Várias atividades foram desenvolvidas, e a professora até se vestiu de Emília para contar uma história para as crianças. “O entusiasmo não foi apenas dos alunos, mas outras turmas queriam assistir também. Foi um dia especial!”, diz a professora.
A “Emília” levou uma mala cheia de bugigangas, com fantasias, fantoches e uma boneca Emília, que cada aluno levava para casa e cuidava durante três dias, além de responder, com ajuda da família, questões sobre o tema desenvolvido.
Os livros de Monteiro Lobato ficaram no Cantinho de Leitura da sala, e a professora e a bibliotecária da escola promoviam a hora do conto, momentos de leituras de revistinhas de Emília, cruzadinhas, reconto das histórias, trabalho com vários gêneros textuais, confecção dos personagens, entre outras atividades. Houve ainda um intercâmbio com outras turmas, em que os alunos levaram a mala com os fantoches, dedoches, perucas etc. e contaram para os colegas trechos de histórias do Sítio.
“Esse projeto fez com que os alunos ficassem mais interessados na leitura, além de sempre relembrarem quando a ‘Emília’ veio na escola”, completa Elaine. Foi feito também um registro das atividades com relatórios, fotos, ficha de avaliação da família e a construção do “Caderno Literário da Família”. Na primeira folha, explicava-se o projeto, na segunda folha o aluno descrevia como foi a visita da boneca em sua casa, na terceira, o aluno colocava uma foto ou ilustração dele com a boneca, entre outros registros. Confira algumas atividades artísticas que foram desenvolvidas no site.
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