segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Workshop - Perdendo o medo de ensinar inglês

PERDENDO O MEDO DE ENSINAR INGLÊS

Workshop gratuito de 2 horas - sexta feira - 2 de dezembro às 14h30.

EXCLUSIVO PARA ESTUDANTES E GRADUADOS EM LETRAS

Você fez Letras mas só pensa em lecionar português por receio de ensinar inglês? Quer lecionar inglês mas sente que seu próprio inglês precisa melhorar?

Então, veja o que você vai obter com este workshop gratuito:

a. um "raio X" do seu atual conhecimento de inglês

b. por meio deste "raio X", saiba quais escolas podem absorvê-lo como professor

c. como se capacitar para trabalhar com as melhores escolas de São Paulo

d. um panorama do que o mercado de ensino de inglês carece atualmente (ou seja, onde estão suas melhores oportunidades de trabalho)

Local, data e horário:

na Summit for Teachers, Rua Nova York 394
sexta-feira, 02 de dezembro de 2011
14h30 às 16h30

Inscrições pelo e-mail
summit_for_teachers@summistchool.com.br
ou pelo telefone 5535-1161

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Artigo - Por que é tão difícil sair do intermediário?

Minha terceira coluna no Blog da Disal

Por que é tão difícil sair do intermediário?

Por Vanessa Prata

Muitos alunos têm a sensação de que nunca saem no nível intermediário de Inglês, e a verdade é que muitos não saem mesmo e não atingem um nível avançado ou de fluência na língua. Por quê?
O primeiro motivo é que a maioria das escolas realmente tem mais níveis intermediários do que básicos e avançados. É comum encontrarmos algo como do pre-intermediate ao upper-intermediate, ou do Intermediário 1 ao Intermediário X, num total de três ou quatro estágios pelo menos, enquanto os básicos e avançados costumam se subdividir em dois ou três apenas. Com isso, sair de um nível básico e chegar ao avançado tende a exigir no mínimo uns três ou quatro anos de estudos contínuos, ou mais se o curso for interrompido.

Entramos no segundo motivo, então: persistência. Muitos alunos começam um curso básico e desistem poucos meses depois, outros até chegam a um nível intermediário, mas param no meio do caminho, por inúmeras razões. E quando decidem voltar a estudar é muito provável que tenham esquecido boa parte do conteúdo e que precisem recomeçar de um estágio já cursado anteriormente, seja na mesma escola ou em outra. Às vezes, só esse fato já pode desmotivá-los a continuar, ao perceber que "regrediram", e vários outros fatores podem contribuir para que eles parem novamente de estudar, criando um ciclo vicioso: quando o aluno está quase chegando num nível avançado, ele para, só retornando algum tempo depois, e novamente para o intermediário.

Chegamos então ao chamado “intermediate plateau”, justamente esse desânimo que muitos alunos sentem após dois ou três anos de estudo de um idioma, em que acreditam que não estejam aprendendo mais tão rapidamente como nos níveis básicos. Em Moving Beyond the Plateau: From Intermediate to Advanced Levels in Language Learning, Jack Richards explica:

“There are times when progress seems to be marked and noticeable, as for example with basic-level language learners... / Once the learner has arrived at an intermediate level of language learning however, progress does not always appear to be so marked, and making the transition from the intermediate to the upper-intermediate or advanced level sometimes proves frustrating for many learners. For some they may feel they have arrived at a plateau and making further progress seems elusive, despite the amount of time and effort the learner devotes to it.”

O que fazer? Não há uma receita milagrosa, claro. Mas ao professor, em linhas gerais, cabe preparar aulas dinâmicas e motivadoras, com recursos variados, como vídeos, músicas, jogos, textos originais, sites etc., sempre se lembrando de mostrar o progresso do aluno. É importante ainda ensinar frases e expressões (“chunks”) que os alunos possam realmente utilizar e encontrar na vida real, e não apenas um vocabulário passivo, tentando “dissecar” palavra por palavra de um texto complexo, por exemplo. Por outro lado, os alunos também têm seu papel, reconhecendo que o aprendizado de um idioma leva tempo e exige dedicação, e que eles não vão aprender por “osmose”, simplesmente estando presente na aula por apenas duas ou três horinhas por semana, sem estudar por conta própria.

Para saber mais sobre o intermediate plateau: http://www.professorjackrichards.com/pdfs/moving-beyond-the-plateau.pdf

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Entrevista - Caco Galhardo



Entrevista por email ao Guia Prático para Professores de Ensino Fundamental I (ed. nov)

Entrevista - Caco Galhardo

Quadrinhos na sala de aula

Gibis e tirinhas podem ser importantes ferramentas para estimular a leitura e trabalhar a interdisciplinaridade

Por Vanessa Prata

O paulistano Caco Galhardo publica desde 1996 sua tira Os Pescoçudos no jornal Folha de S.Paulo e tem seis livros publicados, entre eles Dom Quixote em Quadrinhos (Ed. Peirópolis), que terá a segunda parte lançada no início de 2012. Seus trabalhos são frequentemente publicados em diversas revistas e alguns de seus personagens já viraram animações nos canais MTV e Cartoon Network. Na entrevista a seguir, o cartunista mostra como os quadrinhos podem ser uma ferramenta pedagógica em sala de aula.

Como as histórias em quadrinhos podem ser uma ferramenta pedagógica?
Caco Galhardo
– As crianças e o público jovem se amarram em quadrinhos. As adaptações em HQ acabam servindo como “portais” para as obras originais. É um meio muito eficiente e prazeroso de introduzir as grandes obras da literatura.

Os quadrinhos podem ser utilizados para integrar disciplinas, como Português, Artes, História, entre outras?
Caco Galhardo
– Acho que podem servir para tudo. Dom Quixote, por exemplo, além da literatura, serve como excelente registro de época. E artistas de diversas épocas, desde Doré a Picasso e Portinari, já desenharam o Quixote, o que poderia muito bem entrar no ensino de Artes.

Ao pedir que os alunos criem suas próprias histórias em quadrinhos, como lidar com os alunos que dizem que “não sabem desenhar”?
Caco Galhardo
– Eles podem trabalhar em duplas. O que não sabe desenhar escreve o roteiro e o outro desenha. Ou até vale contar histórias com “palitinhos”. Não saber desenhar não é um impedimento. Nos quadrinhos, tudo pode ser resolvido em poucos traços, contanto que esses traços consigam representar os elementos da narrativa.

Como o professor pode ajudar o aluno a estruturar a história e os personagens?
Caco Galhardo –
Não sou o cara mais indicado para tratar de métodos pedagógicos, mas, como autor, sugiro seguir a ordem: criação de argumento, desenvolvimento de personagens com desenhos, roteirização da história, storyboard e a arte final. Muita gente acha que quadrinhos é fácil, quando na verdade é um negócio muito trabalhoso. Mas muito prazeroso também. Se o professor quiser desenvolver um projeto com HQ em classe, sugiro que pense em um período de no mínimo três meses.

Quais algumas dicas básicas para quem quer começar a desenhar quadrinhos?
Caco Galhardo
– Quadrinhos têm tudo a ver com prática de desenho e muita observação. Tem que andar sempre com um caderninho a tiracolo e exercitar o desenho diariamente. E observar, desde as pessoas que estão a sua volta até as técnicas dos mestres. Meu trabalho de humor é 100% observação.

Histórias em quadrinhos podem ser usadas também para lidar com casos de bullying, baixa autoestima dos alunos ou outros problemas de comportamento?
Caco Galhardo
– História em quadrinho é uma forma de narrativa de fácil assimilação e compreensão, que pode lidar com qualquer tema. Basta aprender alguns conceitos básicos e sair desenhando. Todo mundo entende quadrinhos.

O humor é fundamental numa história em quadrinhos, ou as tirinhas podem tratar de temas mais “sérios”, mesmo com crianças?
Caco Galhardo
– HQs adultas não precisam ter nenhum comprometimento com humor. É algo que diz respeito ao estilo do autor. Há HQs com super-heróis, mangás, temas históricos, autobiográficos... tem para todo gosto e estilo. No que diz respeito a infantis, a presença do humor é mais forte, mas até hoje me lembro de HQs do Maurício de Souza muito bonitas e poéticas, com um pequeno toque de humor de fundo. Se o professor não tiver essa veia humorística, pode seguir outros caminhos, sim.

Como surgiu a ideia de adaptar um clássico da literatura, como Dom Quixote, para o universo HQ?
Caco Galhardo
– A ideia veio de Denyse Cantuária, na época editora da Peirópolis. Desde o começo ela achava que os quadrinhos tinham grande poder de penetração nas escolas e me convidou para adaptar um clássico. No meio da conversa, ela citou Dom Quixote e uma luz se acendeu em minha cabeça. Dom Quixote em Quadrinhos inaugurou todas essa nova leva de adaptações de clássicos em HQ.

Como dica de leitura, quais seus quadrinhos favoritos?
Caco Galhardo
– Entre as HQs infanto-juvenil destaco: Asterix (sempre um clássico, criado pela dupla de franceses René Goscinny e Albert Uderzo), Aventuras de Tintim (Hergé), Turma do Pererê (Ziraldo) e Mortadelo e Salaminho (Ibáñez). Entre os quadrinhos adultos, recomendo sempre o Maus, de Art Spiegelman, uma das melhores obras já produzidas sobre os judeus a segunda guerra, e qualquer obra de Will Eisner.

Matéria - Dia da Consciência Negra

Confira minha matéria de Guia Prático para Professores de Ensino Fundamental I (ed. nov)

20/11 - Dia Nacional da Consciência Negra
Pluralidade cultural

A cultura negra e sua influência na formação do povo brasileiro devem ser trabalhadas de maneira interdisciplinar

Por Vanessa Prata

Em 20 de novembro, comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem à morte de Zumbi dos Palmares, mas a pluralidade cultural brasileira deve fazer parte do planejamento anual da escola, na opinião de Marcelo Mondim, professor de História do Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo (Franscarmo), em São Paulo (SP): “Não podemos discutir a questão do negro no Brasil apenas nesse período, como uma data meramente comemorativa. Se o fizermos, estamos perdendo uma oportunidade de consolidar o processo de mudança na sociedade brasileira iniciada por Zumbi”, afirma.

Como tema transversal, a pluralidade cultural permite o trabalho interdisciplinar: “Podemos desenvolver o assunto ao longo do ano em Matemática, com leitura de gráficos sobre a população brasileira, em Língua Portuguesa, com contos etiológicos africanos (que explicam a origem das coisas), notícias e poemas, em História e Geografia, abordando a formação do povo brasileiro e mapas da África, entre outras disciplinas”, diz Valéria Thomazini Gouveia, professora do 5º ano do Colégio Itatiaia, em São Paulo (SP).

Para Silvania Lúcia Chaves Assis, coordenadora do Ensino Fundamental do Colégio Pitágoras, em Belo Horizonte (MG), abordar o Dia da Consciência Negra é uma oportunidade de trabalhar a diversidade étnica do nosso país. “Podemos tratar a dívida histórica que o Brasil tem com a maioria da nossa população, a grande discriminação pela cor da pele nas relações sociais e de trabalho e mostrar as questões da África e seus reinos com príncipes e princesas”, comenta.

Confira um projeto interdisciplinar proposto pelo professor Marcelo Mondim, do Colégio Franscarmo:

Menos desigual

Primeiro passo
• Língua Portuguesa: comece com a leitura do livro Pretinho, Meu Boneco Querido (Editora do Brasil) e, depois, promova uma discussão reflexiva sobre a história.
• Educação Artística: construa um boneco negro coletivamente, e todos os dias um aluno sorteado leva-o para casa.
• Educação Física: desenvolva atividades nas quais os alunos se toquem, ressaltando as diferenças/ semelhanças existentes, cabelo e boca, por exemplo.
• História: exiba o filme Kiriku e a Feiticeira, em que os alunos terão a oportunidade de conhecer um herói minúsculo que não é branco e que salva sua aldeia de uma perigosa feiticeira. Proponha aos alunos que desenhem o que acharam mais significativo no filme.
• Ciências: apresentar radiografias do crânio, mãos e pés e pergunte aos alunos se existe a possibilidade de saber a cor da pessoa.
• Matemática: analise estatísticas sobre a população afrodescendente no Brasil.
• Geografia: analise um mapa do Brasil com as populações quilombolas.

Segundo passo
• Língua Portuguesa: solicite relato escrito no caderno da experiência com o boneco.
• Educação Artística: cada aluno desenha sua família para uma análise de como se percebem no âmbito familiar.
• Educação Física: discuta a capoeira e os instrumentos utilizados, se possível com a presença de um grupo de capoeira.
• História/Geografia: solicite pesquisa individual sobre o Dia da Consciência Negra.

Terceiro passo finalização
• Língua Portuguesa: produza um pequeno livro com os relatos das experiências dos alunos com o boneco e uma noite de autógrafo no encerramento do ano letivo ou na mostra cultural.
• Educação Artística/História: promova a criação de uma história em quadrinhos a partir da pesquisa do Dia da Consciência Negra e Zumbi dos Palmares.
• Educação Física: promova a apresentação de uma dança ou brincadeira de origem africana.
• Matemática/Geografia: confeccione tabelas e gráficos sobre a população brasileira.
• Ciências: produza um painel sobre a melanina como agente definidora da cor de pele, cabelos e olhos no ser humano.

Veja mais atividades no site.