Confira minha matéria de Guia Prático para Professores de Ensino Fundamental I (ed. nov)
20/11 - Dia Nacional da Consciência Negra
Pluralidade cultural
A cultura negra e sua influência na formação do povo brasileiro devem ser trabalhadas de maneira interdisciplinar
Por Vanessa Prata
Em 20 de novembro, comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem à morte de Zumbi dos Palmares, mas a pluralidade cultural brasileira deve fazer parte do planejamento anual da escola, na opinião de Marcelo Mondim, professor de História do Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo (Franscarmo), em São Paulo (SP): “Não podemos discutir a questão do negro no Brasil apenas nesse período, como uma data meramente comemorativa. Se o fizermos, estamos perdendo uma oportunidade de consolidar o processo de mudança na sociedade brasileira iniciada por Zumbi”, afirma.
Como tema transversal, a pluralidade cultural permite o trabalho interdisciplinar: “Podemos desenvolver o assunto ao longo do ano em Matemática, com leitura de gráficos sobre a população brasileira, em Língua Portuguesa, com contos etiológicos africanos (que explicam a origem das coisas), notícias e poemas, em História e Geografia, abordando a formação do povo brasileiro e mapas da África, entre outras disciplinas”, diz Valéria Thomazini Gouveia, professora do 5º ano do Colégio Itatiaia, em São Paulo (SP).
Para Silvania Lúcia Chaves Assis, coordenadora do Ensino Fundamental do Colégio Pitágoras, em Belo Horizonte (MG), abordar o Dia da Consciência Negra é uma oportunidade de trabalhar a diversidade étnica do nosso país. “Podemos tratar a dívida histórica que o Brasil tem com a maioria da nossa população, a grande discriminação pela cor da pele nas relações sociais e de trabalho e mostrar as questões da África e seus reinos com príncipes e princesas”, comenta.
Confira um projeto interdisciplinar proposto pelo professor Marcelo Mondim, do Colégio Franscarmo:
Menos desigual
Primeiro passo
• Língua Portuguesa: comece com a leitura do livro Pretinho, Meu Boneco Querido (Editora do Brasil) e, depois, promova uma discussão reflexiva sobre a história.
• Educação Artística: construa um boneco negro coletivamente, e todos os dias um aluno sorteado leva-o para casa.
• Educação Física: desenvolva atividades nas quais os alunos se toquem, ressaltando as diferenças/ semelhanças existentes, cabelo e boca, por exemplo.
• História: exiba o filme Kiriku e a Feiticeira, em que os alunos terão a oportunidade de conhecer um herói minúsculo que não é branco e que salva sua aldeia de uma perigosa feiticeira. Proponha aos alunos que desenhem o que acharam mais significativo no filme.
• Ciências: apresentar radiografias do crânio, mãos e pés e pergunte aos alunos se existe a possibilidade de saber a cor da pessoa.
• Matemática: analise estatísticas sobre a população afrodescendente no Brasil.
• Geografia: analise um mapa do Brasil com as populações quilombolas.
Segundo passo
• Língua Portuguesa: solicite relato escrito no caderno da experiência com o boneco.
• Educação Artística: cada aluno desenha sua família para uma análise de como se percebem no âmbito familiar.
• Educação Física: discuta a capoeira e os instrumentos utilizados, se possível com a presença de um grupo de capoeira.
• História/Geografia: solicite pesquisa individual sobre o Dia da Consciência Negra.
Terceiro passo finalização
• Língua Portuguesa: produza um pequeno livro com os relatos das experiências dos alunos com o boneco e uma noite de autógrafo no encerramento do ano letivo ou na mostra cultural.
• Educação Artística/História: promova a criação de uma história em quadrinhos a partir da pesquisa do Dia da Consciência Negra e Zumbi dos Palmares.
• Educação Física: promova a apresentação de uma dança ou brincadeira de origem africana.
• Matemática/Geografia: confeccione tabelas e gráficos sobre a população brasileira.
• Ciências: produza um painel sobre a melanina como agente definidora da cor de pele, cabelos e olhos no ser humano.
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