sábado, 10 de setembro de 2011

Artigo - Por que alguns alunos não aprendem inglês?


Confira meu primeiro texto publicado no Blog da Disal.

Por que alguns alunos não aprendem inglês?
Por Vanessa Prata*

É com muito prazer que escrevo minha primeira coluna no Blog da Disal, e vamos começar com algumas opiniões polêmicas.
Por que alguns alunos não aprendem inglês (ou outro idioma), pelo menos não tão rápido como gostariam?
Em primeiro lugar, por preguiça. É isso mesmo! Muita gente tem preguiça de estudar, não abre o livro em casa, falta às aulas sem motivo com frequência, não lê livros ou revistas em inglês, não acessa sites de exercícios, não ouve o CD do material didático e quando ouve música no idioma de estudo é apenas para lazer, sem aproveitar o momento para adquirir vocabulário, treinar pronúncia ou entonação.
Sim, eu sei que ninguém tem tempo e que todo mundo tem milhões de coisas para fazer, mas aqui entramos no segundo motivo, dois em um na verdade: falta de organização e má administração do tempo. Quem me conhece sabe que faço muitas coisas ao mesmo tempo: sou jornalista e professora, faço trabalhos de revisão e tradução, mantenho meu blog pessoal, vou à academia e, às vezes, pratico corridas de rua, sempre participo de workshops, seminários e outros eventos, terminei minha pós no início deste ano e, agora, escreverei mensalmente neste blog. E ainda saio com amigos, viajo, vou ao cinema, ou seja, reservar um tempo para estudar não significa abdicar dos momentos de lazer.
Cada um precisa encontrar seu próprio método para se organizar e administrar o tempo. Para mim, o que funciona é a boa e velha agenda de papel. Anoto tudo lá, até a aula de ioga, o que provoca risos em muitos amigos. Mas se não anotasse e não considerasse essa aula como um compromisso, certamente não conseguiria mantê-la como uma rotina há três anos. Para a geração Y, o celular pode ser mais prático, mas não adianta anotar e não olhar, ou só ir à aula. Para quem ainda não desenvolveu a disciplina de estudar em casa, esse tempo também deve ser anotado como um compromisso.
Em terceiro lugar, temos alguns motivos ligados à hipótese do filtro afetivo de Krashen: (falta de) motivação, (falta de) autoconfiança e ansiedade. O aluno pode até ser dinâmico e motivado para outras coisas, ser organizado e administrar bem seu tempo, mas se ele não gosta do idioma e de tudo que se refere aos países de língua inglesa, há uma tendência a formar um "bloqueio mental" e rejeitar os novos conhecimentos. E se o aluno quer aprender inglês em um mês apenas, também vai se frustrar ao perceber que isso não é possível, que o aprendizado de uma língua, em geral, demora alguns anos.
Provavelmente quem não gosta da língua está estudando por necessidade ou obrigação, e é importante usar isso como motivação também: “Eu não gosto de inglês, mas se me dedicar, vou aprender mais rápido e terei mais chances no mercado de trabalho”, ou ainda tentar encontrar algo de que goste no idioma. Será que esse aluno que odeia inglês não gosta nem de cinema americano ou de nenhuma banda inglesa ou australiana? Músicas, filmes, internet, videogame, tudo isso pode contribuir para o estudo, de forma lúdica, dinâmica e flexível. Basta querer aprender.
Claro que muitas pessoas têm mais facilidade do que outras para o aprendizado de línguas estrangeiras, e os motivos acima não são os únicos para o sucesso ou fracasso no processo, mas certamente contribuem. Faça o teste!