sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Artigo - Por que é tão difícil entregar homework em dia?

Confiram meu segundo artigo no Blog da Disal.

Por que é tão difícil entregar homework em dia?

Por Vanessa Prata

Quem leu meu primeiro artigo sabe que mencionei alguns fatores, entre outros, que contribuem para o sucesso ou o fracasso no aprendizado de inglês. Os mesmos pontos, em geral, respondem à pergunta acima. Quer ver como?
Preguiça: por que é tão difícil entregar homework no dia solicitado? Provavelmente porque o aluno deixou para fazer no último dia e aí, claro, sempre acontece alguma coisa que o impede de terminar (ou mesmo de começar). Um professor razoável, acredito, não vai pedir inúmeras páginas de lição de casa de um dia para outro. Digamos que ele peça duas ou três páginas ou uma redação para ser entregue em uma semana. E quando muitos alunos vão começar a fazer, se é que vão tentar? Domingo à noite, assistindo ao Fantástico e pensando que em algumas horas já é segunda-feira e ele tem aula às 7 da manhã.
É claro que vai dar preguiça até de abrir o livro... Fazer homework não é a coisa mais “legal” do mundo, todos sabemos, mas é essencial para que o próprio aluno e o professor possam avaliar o progresso do aprendizado e reforçar o que ainda não ficou claro.

Má organização e má administração do tempo: de certa forma ligados à preguiça e à nossa eterna mania de procrastinar (palavra feia, não? vamos deixar postergar) as tarefas menos agradáveis ou menos interessantes, esses fatores contribuem para que a homework esteja sempre atrasada. E geram um ciclo vicioso: quanto mais o aluno atrasa a lição, mais tarefas ele terá para fazer e menos tempo e mais preguiça e menos vontade de colocar tudo em dia e mais dificuldade de aprender. Organizar-se é fundamental para perceber que é possível, sim, manter tudo em ordem sem perder o fim de semana ou passar noites em claro. Voltando ao exemplo do professor razoável, se o aluno tiver uma semana para fazer três páginas de homework, isso não tomará mais do que 15 minutos por dia, o que dificilmente vai atrapalhar os demais compromissos agendados. Mas se deixar para começar no domingo à noite para entregar tudo na segunda de manhã, o aluno precisará de umas duas horas, o que desestimula até pensar no assunto...

Falta de motivação e baixa autoestima: “Eu até tento fazer, mas não entendo nada...". Será que ele não entendeu nada mesmo da homework? Então aí o caso é mais sério, prova de que o aprendizado não está ocorrendo, e professor e aluno devem conversar e reavaliar o curso. O mais provável, porém, é que muitos alunos “achem” que não conseguem fazer, sem ao menos tentar. Será que eles já pararam para ler o enunciado e ver o que o exercício está pedindo? E o professor já parou para ler o enunciado com eles e explicar o que deve ser feito?
Além disso, é importante avaliar se a homework solicitada tem a ver com a realidade do aluno ou se é algo completamente distante, o que, consequentemente, poderia desmotivá-lo também. Não é porque a lição “está lá no livro” que ela tem que ser passada sem adaptações. É provável que um executivo se interesse mais em escrever seu currículo em inglês do que uma carta para um pen-pal e, nos dois casos, ele estaria treinando a escrita. Já um adolescente provavelmente nunca fez um CV nem em português e terá mais dificuldade e menos interesse de fazê-lo em inglês no momento.

A “culpa” de não entregar homework em dia, portanto, poderia ser dividida entre professor e aluno, e uma conversa clara sobre os objetivos das tarefas passadas e orientações sobre como organizar o tempo podem contribuir para que o aluno se motive a manter as lições em dia, com melhor aproveitamento do curso. Claro, desde que não bata aquela preguiça...