Você já pensou em abandonar tudo e sair viajando pelo mundo? Largar seu trabalho, vender o carro, os móveis, pegar a família e passar um ano na estrada? Tem vontade, mas falta coragem? Para a Família Goldschmidt não faltou nem uma coisa nem outra. Em 1998, o casal Peter e Sandra decidiu mudar de vida, criando a expedição Giro Pela América. Desde então, o casal e seus filhos Erick e Ingrid percorreram mais de 110 mil quilômetros pela América do Sul, acumulando quase mil dias na estrada.
Desde 1999 a Família Goldschmidt já visitou 7 países e 20 estados brasileiros. Nas primeiras viagens, as mais longas, eles usaram como principal meio de transporte um motorhome (ônibus-casa) batizado carinhosamente de Pégaso. Hoje, devido principalmente às exigências relacionadas à escola e trabalho, as expedições se tornaram mais curtas e o motorhome deixou de ser o principal meio de transporte dos aventureiros.
Confira as expedições realizadas pela Família Goldschmidt nestes 10 anos e, logo depois, a entrevista que Peter concedeu ao blog:
ETAPA CONE SUL
Duração: 331 dias. Inicio: Outubro / 1999
Destinos: Sul do Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai.
Distância percorrida: 31 mil quilômetros
ETAPA BRASIL
Duração: 434 dias Inicio: Novembro / 2002
Destinos: Brasil – Regiões Sudeste, Centro-oeste, Nordeste e Norte
Distância percorrida: 60 mil quilômetros
ETAPA PERU
Duração: 46 dias Inicio: Dezembro / 2008
Destinos: 6 regiões do centro e sul do Peru
Distância percorrida: 7 mil quilômetros
ETAPA BARILOCHE
Duração: 10 dias Inicio: Março de 2009
Destinos: Bariloche na Argentina e Parque Nacional Nahuel Huapi
Distância percorrida: 2 mil quilômetros
ETAPA LAGOS ANDINOS
Duração: 11 dias Inicio: Outubro de 2009
Destinos: Região dos Lagos - Chile e Argentina
Distância percorrida: mil quilômetros
Confira o diário de bordo da Família nesta expedição e nas anteriores.
Desde 1999 a Família Goldschmidt já visitou 7 países e 20 estados brasileiros. Nas primeiras viagens, as mais longas, eles usaram como principal meio de transporte um motorhome (ônibus-casa) batizado carinhosamente de Pégaso. Hoje, devido principalmente às exigências relacionadas à escola e trabalho, as expedições se tornaram mais curtas e o motorhome deixou de ser o principal meio de transporte dos aventureiros.
Confira as expedições realizadas pela Família Goldschmidt nestes 10 anos e, logo depois, a entrevista que Peter concedeu ao blog:
ETAPA CONE SUL
Duração: 331 dias. Inicio: Outubro / 1999
Destinos: Sul do Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai.
Distância percorrida: 31 mil quilômetros
ETAPA BRASIL
Duração: 434 dias Inicio: Novembro / 2002
Destinos: Brasil – Regiões Sudeste, Centro-oeste, Nordeste e Norte
Distância percorrida: 60 mil quilômetros
ETAPA PERU
Duração: 46 dias Inicio: Dezembro / 2008
Destinos: 6 regiões do centro e sul do Peru
Distância percorrida: 7 mil quilômetros
ETAPA BARILOCHE
Duração: 10 dias Inicio: Março de 2009
Destinos: Bariloche na Argentina e Parque Nacional Nahuel Huapi
Distância percorrida: 2 mil quilômetros
ETAPA LAGOS ANDINOS
Duração: 11 dias Inicio: Outubro de 2009
Destinos: Região dos Lagos - Chile e Argentina
Distância percorrida: mil quilômetros
Confira o diário de bordo da Família nesta expedição e nas anteriores.
Como funciona o planejamento para uma grande expedição como as primeiras que vocês fizeram?
Peter - Uma expedição consome mais trabalho, tempo e energia antes de ser executada do que durante a viagem em si. Tudo tem que ser previsto, avaliado, organizado para que os imprevistos se resumam ao mínimo e para que a solução seja encontrada com rapidez. As nossas expedições mais longas demoraram de 1 a 2 anos para serem planejadas e organizadas. As expedições menores consomem menos tempo. Grande parte do tempo também é usado na busca de recurso (patrocinadores), talvez a parte mais difícil de um projeto. Mais difícil do que enfrentar ventos, frio ou tempestades é resistir a uma sequência de "não, não podemos".
Como calcular o valor médio que vocês precisariam para essas expedições? Como vocês conseguiram se manter inicialmente e com quanto tempo tiveram algum retorno financeiro, com a venda de DVDs, livros, palestas etc?
Peter - O ideal é que uma expedição se pague e que sobre dinheiro o suficiente para o aventureiro viver enquanto busca novos patrocínios. Isto nunca me aconteceu. A primeira expedição bancamos com a venda de nosso bens (produtora de vídeo, carros, etc). A segunda e as outras foram patrocinadas em 90%, mas sempre houve necessidade de algum aporte nosso. Hoje a nossa agência de viagens, a Gold Trip é que patrocina as diferenças orçamentárias.
É difícil dar um valor para uma expedição, pois varia de acordo com o veículo utilizado, destino, época, etc. A nossa segunda expedição de 434 dias teve um custo total aproximado de R$ 350 mil.
Como manter a harmonia familiar convivendo por tanto tempo juntos num espaço tão reduzido?
Peter - Amor e compreensão. No começo é difícil, mas depois todos querem ficar juntos. Com certeza viver em 27 metros quadrados por tanto tempo foi a melhor coisa que nos aconteceu. É muito bom ficar muito perto de quem você ama muito.
Para a realidade do brasileiro, na média, viajar sai caro. Como as pessoas podem se planejar para fazer a viagem dos sonhos sem se endividar?
Peter - Sugiro planejar. Este é o segredo. A antecedência e o preparo nos ajudam a fazer uma viagem melhor e mais econômica. Considero uma viagem bem feita um bom investimento, especialmente se o contato com novas pessoas, culturas e ideias o ajudam a tornar-se uma pessoa melhor e mais tolerante. Viajar de carro é uma boa opção, mas recomendo sempre planejar rotas, estabelecer procedimento e tentar cumpri-los.
Qual seria o 'check list' antes de partir para uma viagem de 1 mês, por exemplo?
Peter - Planeje seu roteiro - Estradas, condições, locais de parada. Procure viajar sempre menos do que você acha que consegue. Pense em pneus furados, trânsito bloqueios de estrada, chuva.
- Torne o tempo na estrada em algo agradável, não em estressante. O melhor da viagem não é o destino é a viagem em si.
- Planeje os locais de interesse, o que pretende ver e visitar.
- Depois planeje os hotéis e demais serviços como alimentação.
- A temperatura e época do ano são essenciais. Veja qual a melhor época e que condições vai enfrentar.
- Pense sempre na saúde, evite riscos e situações perigosas. Uma dor de barriga pode estragar a viagem toda. Então previna-se.
- No final, por mais que você planeje vão acontecer imprevistos. Encare tudo com bom humor, resolva a situação e siga adiante.
Vocês pesquisam sobre os lugares que querem visitar com antecedência ou vão descobrindo os locais durante a viagem?
Peter - Sim. Cada viagem tem um objetivo. Pode ser turística, pesquisa, exploração, descanso, aventura. Mantenha o foco no que pretende fazer e navegue na rede e em bons livros. Hoje em dia há muitas fontes disponíveis.
Como você avalia os 10 anos da primeira expedição? E quais as próximas viagens da família?
Peter - Os últimos 10 anos foram maravilhosos, como foram os 10 anos anteriores e como certamente serão os próximos 10. Vivi uma fase maravilhosa da vida, vendo meus filhos crescendo junto comigo, dividindo experiências e aprendendo com eles. Foi uma escolha que me custou muito, mais me deu muito mais em retorno. Só estaria arrependido se tivesse decidido não viajar. Os planos são continuar viajando, buscando adaptar minha profissão (consultor de turismo) e a agenda de minha família a novas expedições. Planejo viajar sempre e aprender sempre. Viajar é meu PHD eterno.
Que dicas você daria para alguém que quer fazer uma viagem mais longa, ou morar fora do país, mas sempre adia o projeto, seja por falta de dinheiro, tempo, problemas familiares ou outras 'desculpas'?
Peter - Uma vez, uma única vez, subi em uma torre de 40 metros e saltei com um pedaço de elástico amarrado nas pernas. Lá no alto, antes do salto, avaliei os riscos e se valia a pena tentar aquela loucura e os riscos envolvidos. Cheguei à conclusão de que, ou pulava, ou passaria o resto da vida arrependido de não ter pulado. Pulei. Problema, desculpas serão sempre abundantes em nossa vida, para tudo. Dinheiro, sempre vai faltar para a maioria de nós. Então, ou você pula ou desce da torre de cabeça baixa e põe a culpa no vento, no sol, na torre ou no governo. Sei lá!
Deus nos presenteou com o livre arbítrio e a opção de escolhermos os nossos caminhos. Escolha o seu e caminhe por ele. Mesmo que tudo der errado, pelo menos você tentou e sentirá orgulho de si mesmo por isto.
Peter - O ideal é que uma expedição se pague e que sobre dinheiro o suficiente para o aventureiro viver enquanto busca novos patrocínios. Isto nunca me aconteceu. A primeira expedição bancamos com a venda de nosso bens (produtora de vídeo, carros, etc). A segunda e as outras foram patrocinadas em 90%, mas sempre houve necessidade de algum aporte nosso. Hoje a nossa agência de viagens, a Gold Trip é que patrocina as diferenças orçamentárias.
É difícil dar um valor para uma expedição, pois varia de acordo com o veículo utilizado, destino, época, etc. A nossa segunda expedição de 434 dias teve um custo total aproximado de R$ 350 mil.
Como manter a harmonia familiar convivendo por tanto tempo juntos num espaço tão reduzido?
Peter - Amor e compreensão. No começo é difícil, mas depois todos querem ficar juntos. Com certeza viver em 27 metros quadrados por tanto tempo foi a melhor coisa que nos aconteceu. É muito bom ficar muito perto de quem você ama muito.
Para a realidade do brasileiro, na média, viajar sai caro. Como as pessoas podem se planejar para fazer a viagem dos sonhos sem se endividar?
Peter - Sugiro planejar. Este é o segredo. A antecedência e o preparo nos ajudam a fazer uma viagem melhor e mais econômica. Considero uma viagem bem feita um bom investimento, especialmente se o contato com novas pessoas, culturas e ideias o ajudam a tornar-se uma pessoa melhor e mais tolerante. Viajar de carro é uma boa opção, mas recomendo sempre planejar rotas, estabelecer procedimento e tentar cumpri-los.
Qual seria o 'check list' antes de partir para uma viagem de 1 mês, por exemplo?
Peter - Planeje seu roteiro - Estradas, condições, locais de parada. Procure viajar sempre menos do que você acha que consegue. Pense em pneus furados, trânsito bloqueios de estrada, chuva.
- Torne o tempo na estrada em algo agradável, não em estressante. O melhor da viagem não é o destino é a viagem em si.
- Planeje os locais de interesse, o que pretende ver e visitar.
- Depois planeje os hotéis e demais serviços como alimentação.
- A temperatura e época do ano são essenciais. Veja qual a melhor época e que condições vai enfrentar.
- Pense sempre na saúde, evite riscos e situações perigosas. Uma dor de barriga pode estragar a viagem toda. Então previna-se.
- No final, por mais que você planeje vão acontecer imprevistos. Encare tudo com bom humor, resolva a situação e siga adiante.
Vocês pesquisam sobre os lugares que querem visitar com antecedência ou vão descobrindo os locais durante a viagem?
Peter - Sim. Cada viagem tem um objetivo. Pode ser turística, pesquisa, exploração, descanso, aventura. Mantenha o foco no que pretende fazer e navegue na rede e em bons livros. Hoje em dia há muitas fontes disponíveis.
Como você avalia os 10 anos da primeira expedição? E quais as próximas viagens da família?
Peter - Os últimos 10 anos foram maravilhosos, como foram os 10 anos anteriores e como certamente serão os próximos 10. Vivi uma fase maravilhosa da vida, vendo meus filhos crescendo junto comigo, dividindo experiências e aprendendo com eles. Foi uma escolha que me custou muito, mais me deu muito mais em retorno. Só estaria arrependido se tivesse decidido não viajar. Os planos são continuar viajando, buscando adaptar minha profissão (consultor de turismo) e a agenda de minha família a novas expedições. Planejo viajar sempre e aprender sempre. Viajar é meu PHD eterno.
Que dicas você daria para alguém que quer fazer uma viagem mais longa, ou morar fora do país, mas sempre adia o projeto, seja por falta de dinheiro, tempo, problemas familiares ou outras 'desculpas'?
Peter - Uma vez, uma única vez, subi em uma torre de 40 metros e saltei com um pedaço de elástico amarrado nas pernas. Lá no alto, antes do salto, avaliei os riscos e se valia a pena tentar aquela loucura e os riscos envolvidos. Cheguei à conclusão de que, ou pulava, ou passaria o resto da vida arrependido de não ter pulado. Pulei. Problema, desculpas serão sempre abundantes em nossa vida, para tudo. Dinheiro, sempre vai faltar para a maioria de nós. Então, ou você pula ou desce da torre de cabeça baixa e põe a culpa no vento, no sol, na torre ou no governo. Sei lá!
Deus nos presenteou com o livre arbítrio e a opção de escolhermos os nossos caminhos. Escolha o seu e caminhe por ele. Mesmo que tudo der errado, pelo menos você tentou e sentirá orgulho de si mesmo por isto.