quarta-feira, 4 de março de 2009

Interview - Quantas vidas você tem? - Tom Coelho


A pergunta acima pode parecer boba e com uma resposta óbvia. Mas ao ler Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional, do consultor, professor universitário, escritor e palestrante Tom Coelho, o questionamento ganha novo significado. A obra é um convite à reflexão demonstrando que é impossível separar a vida pessoal da profissional e estabelece a busca do equilíbrio como princípio básico para alcançarmos a felicidade.

É comum ouvirmos falar na busca do equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional, mas em seu livro Sete Vidas - Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional, você comenta que a família e a carreira são apenas dois de sete pilares que nos sustentam. Explique resumidamente esse conceito das "Sete Vidas".
Tom -
Minha proposta é um olhar para sete dimensões indissociáveis que vivemos simultaneamente e envolvem: saúde e prática esportiva, família e afetividade, carreira, aprendizado e lazer, sociabilidade, vida material e vida espiritual.

Parte do livro é autobiográfico. Comente uma passagem que tenha sido decisiva na sua vida para a busca desse equiíbrio.
Tom -
O redirecionamento de minha carreira profissional foi o ponto de partida para todas as demais mudanças. Deixei de ser um “workaholic” para me tornar um “workalover”.

Dentro de qual das "sete vidas" você coloca aprender um novo idioma? Além da parte prática, como conseguir um emprego melhor ou passar no vestibular, de que forma estudar uma nova língua pode nos ajudar a encontrar nosso equilíbrio? Tom - O aprendizado de novos idiomas está presente no livro! Trata-se da Vida 4 – Cultura e Lazer, que aborda a busca do autoconhecimento. Num mundo sem fronteiras e interligado pela internet, a língua é a porta de acesso à cultura e ao desenvolvimento de novas relações interpessoais. Portanto, não deve ser tratada como um expediente meramente acadêmico. Conhecer novos idiomas significa alargar horizontes deixando de pertencer a uma aldeia local para participar de uma aldeia global.

A (alegada) falta de tempo costuma ser um dos maiores problemas quando um aluno adulto tenta aprender um novo idioma. Que sugestões você daria a um aluno para administrar melhor o tempo entre o trabalho, a família e um curso extra, como Inglês, por exemplo?
Tom -
Falta tempo para praticar um idioma, mas não falta tempo para assistir TV, jogar videogame ou navegar na internet. Portanto, administrar o tempo é uma questão de prioridade e decorre das escolhas que fazemos.
O primeiro passo deve ser conscientizar o aluno da importância do idioma. A seguir, apresentar uma metodologia de ensino que torne o aprendizado agradável. Sem prazer no estudo não haverá evolução. Note-se que muitas pessoas têm um verdadeiro bloqueio para aprender idiomas, em especial o Inglês. E por que isso ocorre? Porque a grande maioria dos alunos estudou Inglês por muitos anos, desde o ensino fundamental até o ensino médio com metodologias equivocadas e foco exclusivo nos concursos vestibulares. Aulas enfadonhas, teóricas e desestimulantes. Após sete anos de estudo você termina o ensino médio pós-graduado no verbo “to be”, com vocabulário parco, dificuldade para dialogar e incapacidade para ouvir, embora aprecie músicas contadas em inglês e assista a filmes neste idioma.

O nome "Sete Vidas" nos remete a pensar em "felinos domésticos", como lembrou o educador Mario Sergio Cortella. Qual seria, então, o "pulo do gato" do livro para aplicarmos em nossas vidas?
Tom -
Não tentar priorizar uma vida ou outra, mas compreender que o desafio está em cuidar de todas elas.