quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Blog da Disal - E-learning e culturas digitais

Fonte: http://blogdadisal.blogspot.com.br/2013/02/e-learning-e-culturas-digitais.html

Darei prosseguimento ao tema que abordei no texto anterior sobre cursos online, e agora com mais conhecimento de causa, pois estou fazendo um desses cursos gratuitos com duração de cinco semanas da University of Edinburgh sobre E-learning e culturas digitais.

O curioso é que é um MOOC – Massive Open Online Course, com milhares de alunos inscritos, literalmente. Quando você é apenas mais um entre milhares de estudantes e, evidentemente, nenhum tutor online ficará a sua disposição o tempo todo, as características que mencionei no texto anterior se tornam ainda mais necessárias: é preciso muita disciplina, organização do tempo e automotivação para ler os textos indicados, ver os trechos de filmes sugeridos, participar dos fóruns de discussão ou ao menos postar algo no Twitter, Facebook, blogs etc. e não parar no meio do curso, já que não haverá ninguém “cobrando” e muitas atividades nem mesmo “valem nota”.

Confesso que não ando escrevendo muito sobre os temas e nem dou conta de ler tudo o que os colegas postam diariamente, é claro, seria quase impossível acompanhar tudo, ainda mais considerando que o curso oferece inúmeros canais nas redes sociais. Aqui entra outra característica essencial, não apenas para acompanhar um curso online, mas para estar preparado para lidar com a quantidade de informação cada vez maior que recebemos diariamente: ter discernimento para saber separar o que é essencial daquilo que é descartável ou que, ao menos, pode ficar para depois.

A sensação que eu e muitos outros alunos tivemos na primeira semana do curso era de “overwhelming”, de que seria impossível dar conta de tudo, mas a partir da segunda semana ficou claro, ao menos para mim, que não é esperado que se acompanhe absolutamente tudo, mas sim que cada aluno absorva o que for relevante para ele ou ela.

Assim é também com nossos alunos, mesmo num ambiente “físico”. Sabemos que dificilmente eles absorverão tudo o que tentamos passar, mas é importante orientá-los para que saibam distinguir o que é essencial para eles no momento e como manter a motivação, a disciplina e a organização do tempo para estudar fora da sala de aula, já que todos sabemos que com 1 ou 2 horas de aula por semana, os progressos serão inevitavelmente lentos.

Entre os temas abordados pelo curso até agora está a discussão sobre nativos digitais e imigrantes digitais, que acredito que muitos já tenham lido a respeito. Como motivar os alunos dessas novas gerações, que já nascem rodeados de gadgets digitais? Uma aula “tradicional” ainda consegue atrair a atenção deles?

Por outro lado, discutiu-se também a necessidade humana de “contato”, o que explicaria uma maior taxa de desistência nos cursos meramente online, mesmo os que utilizam inúmeros recursos tecnológicos, como vídeos, áudio e outras ferramentas. Ou seja, conhecer tecnologia e saber aplicá-la em aula é essencial para o professor hoje em dia, mas não é tudo, o “rapport” com os alunos ainda tem papel decisivo também.

Para saber mais: Daniel, J. (2002). Technology is the Answer: What was the Question? http://portal.unesco.org/education/en/ev.php-URL_ID=5909&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html


Monke, L (2004) The Human Touch, EducationNext - http://educationnext.org/thehumantouch