sábado, 22 de outubro de 2011

Expo Boarding School

Acontece hoje em SP a Expo Boarding School, feira específica sobre Ensino Médio no exterior.
Objetivo: Conhecer escolas particulares do Ensino Médio dos EUA, Suíça e Reino Unido
22 de Outubro (Sábado)
Das 15 às 19hs
Hotel InterContinental
Alameda Santos, 1.123 - Jardim Paulista
Para ver o mapa acesse:
http://www.expo-studyabroad.com/pt/expohs/cidade.php?c=saopaulo

sábado, 15 de outubro de 2011

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Entrevista - Rubem Alves




Matéria do Guia Prático para Professores de Ensino Fundamental I (ed. outubro)

Caminhos para a educação no Brasil

Para o educador, os professores devem orientar os alunos e ensiná-los a pensar, em vez de se prender a uma matriz curricular

Por Vanessa Prata

Polêmico e crítico do sistema de ensino brasileiro, o educador Rubem Alves já propôs o fim do vestibular e a adoção de um sorteio para selecionar os alunos que deveriam ir para a faculdade. Nascido em Boa Esperança (MG), em 1933, é bacharel em Teologia, doutor em Filosofia, psicanalista e professor emérito da Unicamp, além de autor de mais de 50 publicações para adultos e crianças. Confira algumas de suas ideias para melhorar a educação do país.

Como os professores podem contribuir para uma melhor educação no Brasil?

Rubem Alves — Sendo educadores. A melhoria da educação não tem a ver diretamente com leis ou normas, mas com os sentimentos e pensamentos do professor, que precisa ouvir os alunos. A grande tarefa do educador não é dar o que está na grade curricular – odeio essa expressão, já comentei que ela deve ter sido inventada por um carcereiro –, a missão do educador não é dar a matéria, mas ensinar a pensar. Os alunos são obrigados a aprender muitas coisas inúteis, e para quê? Para esquecer um mês depois.

E como o governo pode contribuir com a melhoria do ensino no Brasil?

Rubem Alves — Para começar acho que precisaríamos mudar nossos representantes. Muitos congressistas, com honrosas exceções, não entendem nada de educação. Muitos acham que melhorar a educação é construir escolas, mas isso é mais uma questão eleitoreira, eles inauguram escolas como um “presente” à população: “olha o que fiz para vocês”, mas sem foco no professor e principalmente no aluno.

O senhor já afirmou que a escola é chata. Mesmo tendo que seguir uma matriz curricular, como o professor pode tornar as aulas mais próximas da realidade de seus alunos?

Rubem Alves — A grade curricular obriga os alunos a estudar coisas que não têm nada a ver com a vida. Análise sintática, por exemplo, não ajuda ninguém a ler e escrever melhor, só faz com que os alunos odeiem literatura. O que ajuda a ler e escrever melhor é ler muito. Tenho um livro chamado Vamos Construir uma Casa?, em que proponho que os alunos não aprenderiam coisas abstratas, mas concretas, a partir do seu entorno, do dia a dia.
Essa ideia surgiu após ouvir uma entrevista do navegador Amyr Klink, em que ele cita como ideal uma escola que existe na Ilha Faroe, na Dinamarca, que era ponto de parada dos Vikings em suas incursões guerreiras. Nessa ilha, as crianças aprendem tudo o que precisam para viver construindo uma casa Viking. Aí eu pensei: se isso é possível na Ilha Faroe, por que não seria possível também para as nossas crianças? Claro que não é construir uma casa com tijolo e cimento, mas na imaginação.

O uso de tecnologia é fundamental para o ensino das crianças de hoje, os "nativos digitais"?

Rubem Alves — Sim, é essencial que os professores saibam o que está acontecendo no mundo. A tecnologia está em tudo, até no botão do elevador, ela está aí para ficar e os professores precisam de desenvolver, se “realfabetizar”, e entender seus alunos que já nasceram dentro desse mundo tecnológico.

O senhor é defensor da Escola da Ponte. Que princípios desse modelo poderiam ser aplicados no Brasil?

Rubem Alves — Na Escola da Ponte, os alunos não têm aula. Como assim? São organizados pequenos grupos com um tema comum, e os alunos escolhem um professor para orientá-los durante duas semanas. Nesse tempo, eles pesquisam e ensinam uns aos outros o que aprendem. “Aula” era no tempo em que só o professor sabia a matéria, mas hoje a informação está em todo lugar, não tem por que um professor ficar repetindo um conteúdo, ele deve orientar, ser um guia. O professor não precisa necessariamente conhecer o assunto a ser estudado pelos alunos, ele deve indicar caminhos. Algumas escolas já estão adotando essa ideia de trabalhar com projetos, o que permite um aprendizado mais natural, afinal, como as crianças ensinam umas as outras a brincar? De forma natural, sem nenhuma pedagogia.

Exames nacionais como o ENEM são eficientes para medir o conhecimento dos alunos e servir de parâmetros da educação no país?

Rubem Alves — Já disse várias vezes que devemos acabar com o vestibular e propus sorteio como uma forma mais democrática. Sou favorável ao ENEM desde que ele não vire um novo vestibular. Deveria ser proibido se preparar para o exame, pois ele tem que medir o que ficou de conhecimento, não adianta se preparar na véspera. Um exame com preparação falsifica os resultados, é como dar uma “cola” ao aluno. Além disso, a prova não deveria ser assinada, ou seja, o resultado deveria representar o resultado coletivo, e não o individual.

Matéria - Eu respeito. E você?



Matéria do Guia Prático para Professores de Ensino Fundamental I (ed. outubro).

Eu respeito. E você?


Professora de Olinda (PE) desenvolveu projeto para sensibilizar os alunos sobre as necessidades e habilidades das pessoas com deficiência


Por Vanessa Prata

Conscientizar os alunos de que as pessoas com deficiência são cidadãos com direitos e deveres, criar uma cultura de respeito a elas e observar como é possível a comunicação entre elas e o meio foram alguns dos objetivos do projeto Eu Respeito. E Você?, da professora Maria das Graças Fernandes, do Colégio Santa Emília, em Olinda (PE). O projeto durou quatro meses, com início em agosto de 2010, durante a Semana Estadual de Pessoas com Deficiência, e terminou em novembro, com uma exposição na escola de tudo o que foi realizado pelos alunos.

“Criamos esse projeto, em primeiro lugar, porque nossa escola é inclusiva e convivemos com alunos que chamamos carinhosamente de ‘Amigos Especiais’, como a Rebeca, que tem deficiência motora e de fala, estuda conosco desde o Infantil e estava na minha sala durante o projeto”, comenta Maria das Graças. “Em segundo lugar, porque em nosso convívio nos deparamos com várias situações em que, muitas vezes, temos que parar e refletir se estamos preparados como cidadãos para lidar com elas da melhor forma possível, sem constranger a nós e principalmente às pessoas com deficiência. Por isso, abordamos o assunto de forma a despertar nos alunos e na sociedade a consciência do respeito aos direitos das pessoas com deficiência, promovendo a inclusão social delas”, acrescenta. Confira algumas ações desenvolvidas no projeto.

Vamos nos comunicar?

Para introduzir o tema em sala, a professora orientou os alunos a coletar dados em jornais, revistas e na internet, além de realizar observações no bairro, com o objetivo de registrar a existência de acessibilidade para as pessoas com deficiência. Os alunos também observaram no ambiente que tipo de produtos e materiais possibilita a comunicação entre o meio e a pessoa com deficiência, como cardápios em Braille, por exemplo, coletados em restaurantes. Maria das Graças, que já participou de vários cursos de Libras (Língua Brasileira de Sinais), realizou oficinas no colégio para desenvolver a comunicação básica nessa língua, e os alunos leram também o livro paradidático Nós Falamos com as Mãos (Ed. Scipione).

Houve ainda uma palestra na escola com a professora Patrícia Monteiro, especialista em Braille, que abordou esse sistema usado por pessoas com deficiência visual para ler e escrever. Após as apresentações de Braille e Libras, os alunos sinalizaram cada ambiente da escola com esses sistemas, como a cantina, os banheiros, a coordenação etc. Outra atividade prática foi a confecção de plaquinhas com o nome de cada aluno, representado pelo símbolo correspondente em Libras. Para saber mais sobre como funciona o Braille, os alunos simularam a chamada cela Braille, uma espécie de régua com seis espaços que permite criar todo o alfabeto Braille. A “cela” foi feita com sucata, com uma caixa de leite encapada e tampinhas de refrigerante.

Visitas especiais

Além da palestra com a professora Patrícia Monteiro, os alunos também receberam a visita de Yuri Limeira Melo, que tem deficiência visual e mostrou como funciona o treinamento com um cão-guia. Outra visitante foi a aluna Luzia Eduarda, do Fundamental II, que também tem deficiência visual e contou aos colegas como é seu dia a dia.

Os alunos visitaram ainda o Instituto de Cegos de Pernambuco e o Centro Suvag de Pernambuco, para a reabilitação da audição e fala. Durante as visitas, as crianças entrevistaram pessoas com deficiência e puderam entender melhor como é a rotina delas. Os alunos também assistiram ao filme O Segredo de Beethoven, sobre a vida de Ludwig Van Beethoven, que mostra a sua gradativa perda de audição, o que não o impediu de ser um dos maiores gênios da música.

Representações e registros

Durante todo o projeto, várias formas de representação e registro foram usadas, como apresentação de peças de teatro sobre o tema, apresentação musical em Libras, oficina e criação de histórias em quadrinhos com situações vivenciadas no dia a dia por pessoas com deficiência (preconceito, falta de acessibilidade, superação, conquistas etc.), relatos de experiências e entrevistas com pessoas com deficiência e produção de textos com os temas O Surgimento do Sistema Braille e Nós Falamos com as Mãos, entre outras ações.

Ao final do ano, todo o trabalho foi apresentado na EXPOC, feira cultural do colégio, para toda a comunidade escolar, incluindo exposição de equipamentos para pessoas com deficiência, cedidos por pais de alunos e funcionários. A turma de Maria das Graças foi convidada ainda a participar da abertura dos Jogos Inclusivos de Olinda, fazendo a apresentação de uma música em Libras. Os pais também patrocinaram as camisetas, que foram utilizadas na feira cultural e nesse evento. "O projeto despertou nos alunos, na escola e na família a importância de se respeitar as pessoas com deficiência e de desenvolvermos a consciência sobre a necessidade de melhor a acessibilidade nos locais públicos", conclui a professora.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Artigo - Por que é tão difícil entregar homework em dia?

Confiram meu segundo artigo no Blog da Disal.

Por que é tão difícil entregar homework em dia?

Por Vanessa Prata

Quem leu meu primeiro artigo sabe que mencionei alguns fatores, entre outros, que contribuem para o sucesso ou o fracasso no aprendizado de inglês. Os mesmos pontos, em geral, respondem à pergunta acima. Quer ver como?
Preguiça: por que é tão difícil entregar homework no dia solicitado? Provavelmente porque o aluno deixou para fazer no último dia e aí, claro, sempre acontece alguma coisa que o impede de terminar (ou mesmo de começar). Um professor razoável, acredito, não vai pedir inúmeras páginas de lição de casa de um dia para outro. Digamos que ele peça duas ou três páginas ou uma redação para ser entregue em uma semana. E quando muitos alunos vão começar a fazer, se é que vão tentar? Domingo à noite, assistindo ao Fantástico e pensando que em algumas horas já é segunda-feira e ele tem aula às 7 da manhã.
É claro que vai dar preguiça até de abrir o livro... Fazer homework não é a coisa mais “legal” do mundo, todos sabemos, mas é essencial para que o próprio aluno e o professor possam avaliar o progresso do aprendizado e reforçar o que ainda não ficou claro.

Má organização e má administração do tempo: de certa forma ligados à preguiça e à nossa eterna mania de procrastinar (palavra feia, não? vamos deixar postergar) as tarefas menos agradáveis ou menos interessantes, esses fatores contribuem para que a homework esteja sempre atrasada. E geram um ciclo vicioso: quanto mais o aluno atrasa a lição, mais tarefas ele terá para fazer e menos tempo e mais preguiça e menos vontade de colocar tudo em dia e mais dificuldade de aprender. Organizar-se é fundamental para perceber que é possível, sim, manter tudo em ordem sem perder o fim de semana ou passar noites em claro. Voltando ao exemplo do professor razoável, se o aluno tiver uma semana para fazer três páginas de homework, isso não tomará mais do que 15 minutos por dia, o que dificilmente vai atrapalhar os demais compromissos agendados. Mas se deixar para começar no domingo à noite para entregar tudo na segunda de manhã, o aluno precisará de umas duas horas, o que desestimula até pensar no assunto...

Falta de motivação e baixa autoestima: “Eu até tento fazer, mas não entendo nada...". Será que ele não entendeu nada mesmo da homework? Então aí o caso é mais sério, prova de que o aprendizado não está ocorrendo, e professor e aluno devem conversar e reavaliar o curso. O mais provável, porém, é que muitos alunos “achem” que não conseguem fazer, sem ao menos tentar. Será que eles já pararam para ler o enunciado e ver o que o exercício está pedindo? E o professor já parou para ler o enunciado com eles e explicar o que deve ser feito?
Além disso, é importante avaliar se a homework solicitada tem a ver com a realidade do aluno ou se é algo completamente distante, o que, consequentemente, poderia desmotivá-lo também. Não é porque a lição “está lá no livro” que ela tem que ser passada sem adaptações. É provável que um executivo se interesse mais em escrever seu currículo em inglês do que uma carta para um pen-pal e, nos dois casos, ele estaria treinando a escrita. Já um adolescente provavelmente nunca fez um CV nem em português e terá mais dificuldade e menos interesse de fazê-lo em inglês no momento.

A “culpa” de não entregar homework em dia, portanto, poderia ser dividida entre professor e aluno, e uma conversa clara sobre os objetivos das tarefas passadas e orientações sobre como organizar o tempo podem contribuir para que o aluno se motive a manter as lições em dia, com melhor aproveitamento do curso. Claro, desde que não bata aquela preguiça...

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Artigo - Ser professor

Enviado por Communica Brasil

SER PROFESSOR
Profº Cléber Vendrasco - Coordenador da pastoral do Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo

Buscando conceitos, definimos o professor como o profissional do ensino. O conceito mais comum encontrado em vários dicionários (Aurélio, Luft, Michaelis) é: “Professor é aquele que professa ou ensina uma ciência, uma arte, uma técnica, uma disciplina”.

Ser professor, contudo, como em qualquer outra profissão, requer vocação e disposição para enfrentar as exigências do dia a dia e, sobretudo, muita dedicação, estudo e determinação. É uma responsabilidade muito grande, pois esse profissional ao educar jovens, torna-se corresponsável pelos futuros papéis que eles desempenharão na sociedade. Para ser um bom educador é preciso ser inteligente, comunicativo, criativo e dinâmico, pois será necessário estudar a vida inteira e gostar disso; aprender a lidar com crianças, adolescentes e adultos e, acima de tudo, ter espírito inovador e gostar de enfrentar desafios. O professor é um semeador cuja habilidade maior é cultivar terrenos de todas as espécies. Sua missão possibilita a transformação, a renovação e a vitalidade de novas colheitas e novos frutos.

Destacando Gabriel Chalita, “ser um educador/semeador significa proporcionar aos aprendizes das salas de aula do mundo os saberes necessários à realização dos sonhos e da transcendência”. É de suma importância que o professor, por maior que seja sua capacidade, seu conhecimento, sua formação, tenha consciência de que ele e seus alunos estão em locais, ângulos opostos: por outro lado, ele não deve se vangloriar desta hierarquia e muito menos de seu conhecimento. Para que haja uma boa convivência entre professor e aluno um bom diálogo é fator essencial.

Ser professor significa tomar decisões pessoais e individuais constantes, porém sempre reguladas por normas coletivas, as quais são elaboradas por outros profissionais ou regulamentos institucionais. E, embora se exija dos professores uma capacidade criativa e de tomada de decisões, boa parte dessa energia acaba por ser direcionada na busca de solução de problemas de adequação com as normas estabelecidas exteriormente.
Ser professor no nível cristão é reconhecer-se nessa profissão, verdadeira vocação, missão, gosto, prazer interior. Ressaltando Libâneo, "a mística cristã revela-nos o prazer do serviço ao irmão; serviço que se presta pelo prazer e não pelo trabalho”. A missão do professor é, portanto, não tanto passar ou impor conteúdos aos alunos, mas sim criar um ambiente que seja sem dúvida, o mais favorável possível ao assimilar conteúdos. Ser professor é ser utópico, orientador, sonhador, idealizador, um incentivador. Numa palavra, a mística arranca o professor do mundo do simples ter, produzir, agir e agitar, para transportá-lo para o mundo do ser, do experimentar, do usufruir, do vivenciar o que existe de profundo em si no mesmo ato de "professorar".

Ser professor hoje compreende muito mais: é preciso planejar, estudar, compreender como o aluno aprende, vencer o desafio da falta de motivação do aluno, gerenciar conflitos e ainda voltar aos bancos escolares como aluno. Assim, a corrida pela profissionalização tem sobrecarregado o professor de tal maneira que nos questionamos se vale à pena uma corrida sem volta. Citando Vital de Souza: o resultado é cada vez mais uma sociedade exigente, onde se tornam professores gestores dos conflitos alheios e vítimas de seus próprios conflitos: falta de tempo para o amor, para os filhos e para a vida.

Ser professor é se alimentar do conhecimento fazer de si mesmo janela aberta para o outro.todos os dias são feitos para aprender...Ser professor é também reconhecer que somos, acima de tudo, seres humanos, e que temos licença para rir, chorar, esbravejar.Porque assim também ajudamos a pensar e construir o mundo.
Parabéns!

Fontes :
Histórias de professores que ninguém contou- Gabriel Chalita
Editora Gente

Mística do professor- João Batista Libâneo
Editora Vozes