Ótimo artigo enviado pela professora Carolina Saotome, extraído do livro “Como melhorar ainda mais o seu inglês”, de Michael Jacobs – Editora Campus/Elsevier, 2003 e publicado no portal teclasap.
COMO ARRUMAR TEMPO PARA ESTUDAR INGLÊS
A hundred and sixty-eight hours (168 horas)
Pois é: 168 horas. Até parece nome de filme. Pois é tudo de que dispomos na nossa semana. Pelo menos eu tenho essa quantidade de horas na minha. E você? É só multiplicar os sete dias da semana pelas 24 horas de cada dia e você verá que não estou tão ruim assim de matemática.
Viu? Checou? É isso aí? Claro que é, ou você acha que eu me arriscaria a fazer esses cálculos todos – tão difíceis! – se já não soubesse do resultado?
E por que estou mexendo assim com os meus neurônios (e com os seus também)? Bem, acontece que alguns dos meus alunos não andam fazendo suas lições de casa ou, ainda, estão sentindo que o seu inglês (o deles) não progride tanto quanto gostariam que progredisse. Normalmente, as duas coisas juntas. E muitas vezes qual é a desculpa? A famosa falta de tempo. Claro. Ultimamente, ando fazendo um exercício em sala de aula, e também nas palestras que dou, em que mostro ao vivo e em cores o que acontece numa semana de sete dias.
Começo perguntando quanto tempo eles gastam em média fazendo as seguintes coisas (os alunos é que me fornecem os números; lembre-se de que são horas por semana, e que esta é uma amostragem-padrão, afinal, o número de horas gasto varia de aluno para aluno):
Horas semanais – Atividades típicas
49h – Dormir
14h – Comer (incluindo preparar a comida, lavas as louças etc.)
21h – Estar com a família
4h – Ir à igreja ou rezar
3h – Ler por prazer (pouco, é lastimável!)
10h – Visitar e receber a visita de amigos
12h – Commuting (commuting é a palavra que usamos para descrever a locomoção para o trabalho, ida e volta. Chique, né?)
8h – Fazer compras
7h – Ir aos shoppings (fazer compras não é necessariamente a mesma coisa de ir ao shopping).
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128h – Subtotal
Claro que há milhares de outras atividades, que variam de pessoa a pessoa. Os resultados acima são apenas uma amostra do que eu colhi em sala de aula e não incluem:
• Assistir à televisão em geral
• Assistir a novelas
• Acessar a internet
• Ir ao banco
• Praticar esportes
• Etc. (adoro usar “etc.”, assim não preciso pensar)
De qualquer maneira, as atividades que listei como típicas já somam 128 horas. Subtraindo-se das 168 horas originais, temos… temos… 40 horas. Estas horas restantes são seu tempo livre. Aquilo que sobra para você estudar inglês. Mas, espere aí! Não incluímos ainda o tempo que você trabalha de fato, ou que estuda, caso ainda seja estudante.
Para a maioria dos mortais, trabalhar ou estudar pode significar… 40 horas semanais, ou até muito mais, é claro. Então parece que chegamos às 168 horas… então, como é que fica? Bem, nas palavras sábias de seu professor de inglês: it’s up to you, my friend!
A mensagem simples contida nestas palavras é esta: cada um faz o que acha melhor com o seu tempo (em vez de tempo, pode-se ler “vida”; é basicamente a mesma coisa).
Aí então entra a máxima make time. Como as leis da física não facilitam a tarefa de criar mais tempo, torna-se necessário rearranjar as prioridades. Mas, claro: só se você quiser aprender inglês. Se não quiser, pode continuar fazendo as mesmas coisas de sempre. Ficará contente, e com certeza será mais fácil. Só não ajudará no seu aprendizado de inglês.
O nome do jogo é sacrifício. O que você vai sacrificar para progredir no inglês? É uma pergunta para o aluno que vem com a desculpa de que não teve tempo para a sua lição de casa (e lembre que é sua lição, não a minha; não é do professor, é sua).
Making time significa mudar as prioridades, e é o que sempre replico quando ouço a mesmíssima desculpa. Não, não é que você não teve tempo, você não teve prioridades.
Aliás, na verdade, teve. Mas não foi para o inglês.