Por Vanessa Prata
Recentemente
um ex-aluno me perguntou se, para melhorar rapidamente seu nível de Inglês,
seria melhor estudar alguns meses aqui no Brasil com um professor particular
cerca de quatro a cinco vezes por semana ou fazer um curso intensivo de um mês
num país de língua inglesa. A resposta, no entanto, não pode ser tão simples,
do tipo “faça isso ou aquilo”, pois há vários pontos a avaliar.
Um
intensivo de um mês no exterior ou alguns meses de estudo intensivo aqui no
país vão ajudar, claro, mas não farão milagres. Aprender bem um idioma demanda
tempo, e nenhum curso ou professor consegue acelerar demais esse processo. É
lógico que dependendo da qualidade de ambos e, principalmente, do empenho do
aluno, haverá um progresso mais rápido do que num curso regular, mas acredito
que quase ninguém consiga “pular” de um nível básico para avançado em um curto
período de tempo.
Fazer
um intercâmbio no exterior é uma excelente maneira de estar mais próximo da
língua e da cultura dos nativos e certamente traz uma riqueza que muitos
cursos, por melhor que sejam, não conseguem oferecer aqui no Brasil. No
entanto, antes de optar por um intercâmbio, é necessário avaliar a qualidade da
escola, dos professores e se você não ficará numa sala de aula ou num quarto
com muitos brasileiros, pois a tendência nesse caso será falar português. Além
disso, é importante checar em que nível a escola o colocará, pois pode ser que
você acabe “voltando” alguns níveis já estudados no país e não aprenda tantas
coisas novas. Além disso, ao optar por uma viagem, é importante aproveitar para
realmente vivenciar a experiência, e não ficar horas no computador conversando
em Português com amigos e familiares aqui no Brasil.
Por
outro lado, é perfeitamente possível aprender bem um idioma estudando no
próprio país. Basta, novamente, escolher um bom curso/professor e dedicar-se
com afinco. Não adianta querer fazer um curso intensivo se você não tem tempo
para estudar fora da sala de aula ou se precisa faltar com frequência. É
justamente a continuidade de um intensivo que torna o progresso mais rápido,
pois você terá um contato muito mais frequente com o idioma do que num curso
regular de uma ou duas vezes por semana.
Em
qualquer caso, é importante pensar em manter o estudo a médio e longo prazo
também. Mesmo quem fica um período maior estudando no exterior e,
consequentemente, volta com um nível melhor do idioma, se não continuar
praticando aqui a tendência é que, com o tempo, esse aluno fique “enferrujado”
novamente. Quem faz um intensivo aqui no Brasil, da mesma forma, terá um
rendimento melhor se continuar estudando uma ou duas vezes por semana após esse
período. E só para lembrar, estudar não significa necessariamente ir para a
aula e fazer exercícios. Podemos estudar lendo revistas, livros e jornais em língua
estrangeira, assistindo a filmes sem legenda ou com legenda no idioma, ouvindo
música com atenção, conversando com nativos pela internet ou mesmo com os
amigos brasileiros que também falam Inglês, enfim, é necessário pensar no
estudo de uma língua estrangeira como uma atividade permanente e prazerosa e
não como um curso para “acabar rápido”.