quarta-feira, 10 de abril de 2013

Como escolher um material didático

Por Vanessa Prata
Blog da Disal: http://blogdadisal.blogspot.com.br/2013/04/como-escolher-um-material-didatico.html

Muitos professores me perguntam qual material didático adotar ao dar aulas particulares. A resposta, no entanto, não é tão simples, pois não basta indicar este ou aquele livro. Ao trabalharmos em uma escola, geralmente, o mesmo material é adotado para todos os alunos, cabendo ao professor apenas adaptar ou complementar o conteúdo para suas turmas. Ao trabalhar de maneira independente, porém, é o professor quem escolhe os recursos que usará, levando em consideração as necessidades e objetivos de seus alunos.

Tais recursos podem ou não incluir um livro-texto de base. Em The Practice of English Language Teaching, Jeremy Harmer pontua algumas vantagens e desvantagens de se adotar um livro: “Good textbooks often contain lively and interesting material; they provide a sensible progression of language items, clearly showing what has to be learnt and in some cases summarizing what has been studied (...). Good textbooks also relieve the teacher from the pressure of having to think of original material for every class. (...) But textbooks can also have an adverse effect on teaching (...) they tend to concentrate on the introduction of new language and controlled work: a teacher relying too heavily on the textbook will often not be encouraged to provide enough input or output practice. Textbooks also tend to follow the same format from one unit to the next (...) involving a rigid sequence. (...) Teachers who over-use a textbook may become boring over a period of time.”

Adotar um livro como base, portanto, traz inúmeras vantagens e facilita o dia a dia do professor, porém, é sempre importante complementar o material com outros recursos, como textos extras, vídeos, jogos, música etc.

Mas, afinal, como escolher um material didático? Como escrevi acima, não há uma resposta única, inúmeros livros disponíveis no mercado são bons e não necessariamente um é melhor ou pior do que o outro, mas adequados para objetivos diferentes. Não devemos, obviamente, usar o mesmo material para um adulto, uma criança e um adolescente. Da mesma forma, ao ensinar um executivo que precisa do Inglês para reuniões de negócios provavelmente devemos usar um material com foco em Business English, já para um aluno que pretende usar o idioma nas viagens de férias seria mais interessante adotar um livro de “general English”.

Em A Course in Language Teaching, Penny Ur descreve alguns critérios para se avaliar um textbook. Entre eles, destacamos:

- objectives explicitly laid out in an introduction and implemented in the material

- approach educationally and socially acceptable to target community

- clear attractive layout

- appropriate visual materials available

- interesting topics and tasks

- clear instructions

- periodic review and tests section

- content clearly organized and graded

- plenty of authentic language

- good pronunciation, vocabulary and grammar explanation and practice

- fluency practice in all four skills
Esses são apenas alguns aspectos que devem ser considerados ao se adotar um livro-texto. Até mesmo o estilo do professor e do aluno deve ser avaliado, pois alguns se adaptam melhor a determinados materiais do que a outros. Enfim, a melhor resposta é ir até uma grande livraria, sempre que possível, olhar muitos livros e analisá-los antes de escolher o que será adotado com seus alunos, considerando ainda que alunos diferentes podem necessitar de materiais diferentes.