Blog da Disal: http://blogdadisal.blogspot.com.br/2013/04/como-escolher-um-material-didatico.html
Muitos
professores me perguntam qual material didático adotar ao dar aulas
particulares. A resposta, no entanto, não é tão simples, pois não basta indicar
este ou aquele livro. Ao trabalharmos em uma escola, geralmente, o mesmo
material é adotado para todos os alunos, cabendo ao professor apenas adaptar ou
complementar o conteúdo para suas turmas. Ao trabalhar de maneira independente,
porém, é o professor quem escolhe os recursos que usará, levando em consideração
as necessidades e objetivos de seus alunos.
Tais
recursos podem ou não incluir um livro-texto de base. Em The Practice of English Language Teaching, Jeremy Harmer pontua algumas vantagens e desvantagens de se adotar
um livro: “Good textbooks often contain lively and interesting material; they
provide a sensible progression of language items, clearly showing what has to be
learnt and in some cases summarizing what has been studied (...). Good textbooks
also relieve the teacher from the pressure of having to think of original
material for every class. (...) But textbooks can also have an adverse effect on
teaching (...) they tend to concentrate on the introduction of new language and
controlled work: a teacher relying too heavily on the textbook will often not be
encouraged to provide enough input or output practice. Textbooks also tend to
follow the same format from one unit to the next (...) involving a rigid
sequence. (...) Teachers who over-use a textbook may become boring over a period
of time.”
Adotar um
livro como base, portanto, traz inúmeras vantagens e facilita o dia a dia do
professor, porém, é sempre importante complementar o material com outros
recursos, como textos extras, vídeos, jogos, música etc.
Mas,
afinal, como escolher um material didático? Como escrevi acima, não há uma
resposta única, inúmeros livros disponíveis no mercado são bons e não
necessariamente um é melhor ou pior do que o outro, mas adequados para objetivos
diferentes. Não devemos, obviamente, usar o mesmo material para um adulto, uma
criança e um adolescente. Da mesma forma, ao ensinar um executivo que precisa do
Inglês para reuniões de negócios provavelmente devemos usar um material com foco
em Business English, já para um aluno que pretende usar o idioma nas viagens de
férias seria mais interessante adotar um livro de “general
English”.
Em A
Course in Language Teaching, Penny Ur descreve alguns critérios para se
avaliar um textbook. Entre eles, destacamos:
- objectives explicitly laid out in an introduction and implemented
in the material
- approach educationally and socially acceptable to target community
- clear attractive layout
- appropriate visual materials available
- interesting topics and tasks
- clear instructions
- periodic review and tests section
- content clearly organized and graded
- plenty of authentic language
- good pronunciation, vocabulary and grammar explanation and
practice
- fluency practice in all four skills
Esses são
apenas alguns aspectos que devem ser considerados ao se adotar um livro-texto.
Até mesmo o estilo do professor e do aluno deve ser avaliado, pois alguns se
adaptam melhor a determinados materiais do que a outros. Enfim, a melhor
resposta é ir até uma grande livraria, sempre que possível, olhar muitos livros
e analisá-los antes de escolher o que será adotado com seus alunos, considerando
ainda que alunos diferentes podem necessitar de materiais
diferentes.