sexta-feira, 14 de maio de 2010

Matéria - A importância de falar Inglês e como escolher cursos de idiomas

Confira minha matéria para a Revista Young (ed. 5) sobre cursos de idiomas. Você pode ler a revista inteira online, acesse o site e clique em edições anteriores.

Do you speak English?

Se ainda estiver “arranhando” o idioma mais falado no mundo, é hora de investir no aperfeiçoamento. Além do Inglês, o Espanhol e outras línguas fazem a diferença tanto na vida profissional como pessoal

Por Vanessa Prata

Abra os classificados de emprego e veja quantos anúncios exigem Inglês fluente ou no mínimo intermediário. A grande maioria, pelo menos para os “bons” empregos. Faça ainda uma lista de suas músicas e filmes favoritos. Quantos são em Inglês?
Até mesmo artistas latinos ou europeus acabam se rendendo ao idioma do Tio Sam para fazer mais sucesso, como Shakira, Ricky Martin, Antonio Banderas, Penélope Cruz e, claro, nosso Rodrigo Santoro. Você pode até não gostar desses artistas, mas é inegável que a fama deles cresceu após adotarem o Inglês como língua “de trabalho”. “O Inglês é o idioma da principal potência mundial e é visto, hoje, como uma espécie de língua universal, além de ser a mais ‘falada’ na internet. Isto o coloca em um patamar diferente dos outros idiomas, mas destaco que a procura por cursos de espanhol também vem aumentado bastante”, afirma Marcos Cesar Polifemi, diretor do Centro de Linguística Aplicada do Yázigi.
“Os países se aproximaram. Hoje temos a possibilidade de conversar com pessoas do mundo todo, realizamos negócios globalmente, e quem não fala inglês ou algum outro idioma passará a ser um espectador, um agente mais passivo ou executando funções de menor destaque no mercado de trabalho”, acrescenta Lígia Velozo Crispino, sócia-diretora da Companhia de Idiomas.

Cidadão do mundo
Não está convencido ainda da importância de aprender outras línguas? “Saber um idioma é ter uma habilidade que lhe permite sobreviver melhor. É igual a saber usar o computador e seus programas, dirigir, nadar. Você pode viver sem isso, mas dominar outra língua o enriquece, abre portas ao conhecimento e a outras culturas. Torna você um cidadão do mundo”, comenta Debora Jane Schisler, diretora da Seven Idiomas na área de Engenharia da Educação.
Inglês é essencial, mas cada vez mais deixa de ser um diferencial. “É muito comum ver empresas multinacionais definirem o Brasil como o país responsável pelas filiais da América Latina, sendo assim, o Espanhol passa a ser um idioma importante, além de já ser a segunda língua mais falada nos EUA. Para quem trabalha com comércio exterior, percebo a grande necessidade de dominar o mandarim (chinês). Há várias empresas que estão com escritórios na China e realizando muitos negócios com o país”, diz Lígia.
Agora que você já percebeu a importância de saber outros idiomas (certo?), o próximo passo é escolher o curso ideal e ter em mente que uma língua não se aprende “de uma hora para outra”. “Não existe fórmula mágica, mas sim uma metodologia séria, com materiais didáticos apropriados, bons professores que saibam aplicá-los e muito esforço do aluno em sala de aula. É assim que se aprende”, recomenda Marcos.
Lizika Goldchleger, gerente acadêmica da Cultura Inglesa SP, reforça ainda a importância de estabelecer objetivos antes de escolher o curso: “O objetivo de cada pessoa vai determinar o tempo de estudo, porém, em geral, aprender uma segunda língua exige investimento de tempo. Aqueles que desejam adquirir habilidades linguísticas apenas para sobrevivência no exterior não têm necessidade de investir tanto tempo quanto uma pessoa que gostaria de atingir proficiência na língua. Mas qualquer que seja o objetivo, busque instituições sérias e comprometidas com o aprendizado”.

Faça a escolha certa
Antes de escolher em que escola estudar, pesquise vários cursos e conheça seu próprio estilo de aprendizagem, isto é, como você aprende melhor. Você gosta de jogos e dramatizações em sala de aula ou de um ambiente mais sério? Você quer uma aula individual, mais personalizada, sabendo que pagará mais por isso, ou prefere a troca de experiências e a energia de um grupo, pagando menos, porém dividindo a atenção do professor com outros alunos?
Além disso, qual o seu objetivo ao aprender o idioma? Você quer apenas adquirir conhecimentos para uma viagem de turismo, vai prestar alguma prova de proficiência, utilizará a língua no ambiente de trabalho, vai estudar no exterior? Suas respostas a essas perguntas o ajudam a escolher a escola, a metodologia, os materiais e a carga horária necessária.

Após essa primeira análise, selecione algumas escolas e visite-as, questionando:
- Tempo da escola no mercado
- Número máximo de alunos por sala
- Formação acadêmica e experiência dos professores
- Valor da mensalidade e custo total por estágio, incluindo taxa de matrícula e material didático
- Livros utilizados
- Número total de estágios do programa e carga horária total do curso
- Frequência e duração das aulas
- Estrutura da escola e recursos oferecidos (laboratório de línguas, computadores, biblioteca etc)
- Rodízio de professores
- Eventos culturais e sociais oferecidos
- Eficácia do curso e como a escola mede isso, por exemplo, informando que x% dos alunos são aprovados em exames internacionais
- Se a unidade é própria ou franquia, porque a qualidade pode variar
Além disso, avalie se os cursos não misturam crianças e adolescentes ou mesmo adolescentes e adultos na mesma sala, já que os ritmos de aprendizagem e as necessidades de cada faixa etária são diferentes. Peça ainda para assistir a uma aula gratuitamente.

Vale a pena fazer um curso no exterior?
Sim! Esta foi a resposta de todos os nossos entrevistados. No entanto, é importante ter em mente que não são duas ou três semanas de curso fora do país que o tornarão fluentes no idioma. Além disso, alunos com nível pelo menos intermediário tendem a aproveitar melhor do que os de nível básico. “Sempre vale a pena, pois um curso no exterior é uma experiência internacional cujo benefício vai muito além do simples aprendizado de um idioma. Alunos iniciantes devem se programar para uma estada de no mínimo três meses, já os alunos com nível intermediário podem se beneficiar dos cursos de um mês”, recomenda Tereza Fulfaro, diretora educacional da CI.
Conhecer outras culturas, novas pessoas, praticar o idioma com nativos e até poder combinar os cursos de idiomas com outras atividades que você goste, como cursos de culinária, artes, negócios, esportes são as principais vantagens do intercâmbio.
No entanto, muitos alunos fazem um curso fora e, ao retornar, não apresentam grande evolução linguística. Por quê? Além da questão da carga horária já mencionada, o aprendizado depende muito da atitude do aluno. Se após as aulas você ficar o tempo todo falando português ou “portunhol” com outros brasileiros e latinos, certamente o resultado não será o mesmo daquele aluno que só conversa no idioma que está estudando. “É importante ainda salientar que o que se aprende fora seria mais ou menos equivalente ao que se aprenderia aqui em termos de estrutura gramatical. O ganho é no vocabulário e compreensão auditiva, pois você tem muito mais exposição à língua lá fora”, completa Debora. Desde, é claro, que você não fique assistindo à TV Globo via satélite nem conversando só com brasileiros.
O portal Universia (www.universia.com.br/mobilidade/materia.jsp?materia=18751) tem uma matéria sobre a importância da atitude no aluno para aproveitar melhor um intercâmbio. Segundo conteúdo do Portal, o intercambista deve ser receptivo às novas informações e aceitar as mudanças que vai viver durante a estada internacional, respeitando as diferenças e fazendo um bom uso delas. Ou seja, se for para viajar e ficar falando mal do novo país, procurando restaurantes brasileiros, evitando falar com desconhecidos na rua por ter vergonha de usar o idioma ou ficar “matando a saudade de casa” o tempo todo no Orkut e Facebook, nem vá.

Opções não faltam
Além dos cursos de idiomas no exterior, há também opções de estágios, trabalho remunerado ou voluntário, cursos de graduação, pós-graduação, MBA, mestrado ou doutorado, muitos na chamada versão “sanduíche”, isto é, você faz parte do curso aqui no Brasil e parte no exterior. Cada curso superior ou programa de trabalho tem seus próprios pré-requisitos, que também variam de um país para outro. “Os estágios ou trabalhos no exterior podem ou não exigir que o participante esteja fazendo um curso. Nos EUA, por exemplo, é possível só estagiar por períodos que vão de 2 meses a 1 ano. Há ainda o trabalho de férias que vai de novembro a março dependendo da vaga”, diz Tereza.
Daniela Boer, gerente dos cursos de longa duração da EF, acrescenta que o estudante deve sempre adequar o destino escolhido ao seu perfil: “É importante fazer uma entrevista com o coordenador educacional da agência que terá todo o ‘know how’ para identificar as características do candidato e indicar o destino mais adequado, ajudá-lo a escolher o curso, onde morar e dar todas as informações necessárias sobre vistos e se o país permite trabalhar durante o curso, se for do interesse do aluno”.
É recomendável procurar uma agência de intercâmbio com cerca de seis meses de antecedência para cursos superiores ou para candidatar-se às vagas de trabalho. Para as garotas que querem trabalhar como au-pair, cuidando de crianças no exterior, é importante lembrar ainda que a maioria dos programas tem uma idade limite.
A Cultural Care oferece um programa de au-pair com um ano de trabalho por US$ 890, sendo que US$ 300 são reembolsáveis ao final do programa. As tarifas incluem passagens aéreas de ida e volta, traslados, seguro-saúde, quatro dias de treinamento na Escola Cultural Care de Nova York com hospedagem e alimentação e uma bolsa de estudos no valor de US$ 500, além de estadia e alimentação na casa de uma família norte-americana por um ano. Os participantes recebem ainda um salário semanal de US$ 195,75. Podem participar jovens de 18 a 26 anos, com ensino médio completo, carteira de habilitação, nível intermediário de inglês e no mínimo 200 horas de experiência com crianças.
Quem procura um programa diferente para conhecer novas experiências e ao mesmo tempo aprimorar o idioma, pode optar pelo programa de trabalho voluntário de Hotelaria na África do Sul, da IE Intercâmbio, ainda mais neste ano de Copa do Mundo. Os voluntários recebem acomodação, refeição e uma ajuda de custo mensal, além de tempo livre para viajar e explorar a região onde ficar. Não há necessidade de experiência prévia, mas é preciso: comprometer-se a três meses de trabalho, ter inglês intermediário, conseguir comunicar-se com os hóspedes, comprometer-se a trabalhar em escalas, inclusive finais de semana (em torno de 40h/semana), ter entre 18 e 35 anos e ser flexível e maduro. O valor do programa é de US$ 1.230, sem passagens aéreas, taxa de matrícula e seguro-saúde.

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