Por Vanessa Prata
No artigo anterior,
mencionei os 7
pecados do aluno de inglês. Vamos focar agora no contrário, nos 7
hábitos do ótimo aluno de inglês (ou de qualquer outro idioma), adaptando bem
livremente os “7 hábitos das pessoas
altamente eficazes”, de Stephen Covey:
1
– Seja proativo
Não espere seu
professor mandar você fazer algo. Pesquise e estude por conta própria, leia
tudo que aparecer na sua frente no idioma que está estudando (e se não aparecer
nada, vá atrás), procure novas músicas e filmes nessa língua, aprenda uma
palavra nova por dia, encontre sites com atividades em inglês (e faça as
atividades, claro). Enfim, tenha vontade de aprender e motivação para estudar. Seja
proativo com seu aprendizado. Não, você não vai aprender com “sleep learning”.
2
– Tenha um objetivo em mente
Tenha claro por que
você está estudando inglês e foque nesse objetivo, seja uma viagem ao exterior,
passar no vestibular, conseguir um emprego melhor ou simplesmente o prazer de
aprender um novo idioma. Mesmo que o motivo inicial seja “externo” (pressão da
família ou do chefe, por exemplo), busque motivação interna e transforme algo
negativo em positivo. Em vez de pensar “Se eu não aprender inglês, posso perder
o emprego”, pense “Se eu aprender bem inglês, posso ser promovido”.
3
– Primeiro o mais importante
Aprenda a administrar
seu tempo e organize-se. Muitos alunos dizem que “não têm tempo” de estudar. Em
alguns casos, pode até ser verdade (numa semana específica em que o aluno teve
provas na faculdade todos os dias ou uma viagem a trabalho, por exemplo), mas
na grande maioria dos casos, o que falta é se organizar e estabelecer
prioridades. Não tem tempo para estudar, mas tem tempo de ver televisão, jogar
videogame, sair com os amigos, postar dezenas de mensagens por dia no Facebook?
Ter prioridades não significa que você precisa deixar de fazer as atividades mais
prazerosas para fazer homework, mas
simplesmente que você deve distribuir bem seu tempo para dar conta de tudo,
principalmente o que é mais importante e, às vezes, será necessário reduzir ou
eliminar alguma atividade para focar em outra. Em vez de ficar online no
Facebook o dia todo, checando cada atualização, que tal separar dois ou três
momentos no dia para acessar sua página por alguns minutos?
4
– Pense em ganha-ganha
Que tal aprender e
ensinar ao mesmo tempo? Monte um grupo de estudos com seus colegas de sala ou
simplesmente combine de conversar em inglês um dia na semana com seus amigos,
sejam eles fluentes ou não, troque mensagens no idioma com eles, compartilhe
descobertas. Participe de comunidades online ou siga páginas e blogs de ensino
de inglês e contribua também com comentários relevantes.
5
- Procure primeiro compreender, depois ser compreendido
No livro de Covey,
este hábito está ligado à “escuta empática”, mas aqui podemos adaptar ao
processo de aprendizagem natural de um idioma por uma criança. Ao aprender sua
própria língua, primeiramente, a criança escuta e começa a entender, para só
depois falar e escrever. Ao aprender um idioma estrangeiro, não se incomode se
não conseguir “sair falando” ou se ainda tiver muitos erros ao escrever.
Procure entender primeiro, escutando e lendo muito e, aos poucos, você
melhorará as demais skills também.
Mas não adianta dizer que “inglês é muito difícil” e desistir logo no primeiro semestre...
6
– Sinergia
Se você odeia sua
escola, seu professor, seus colegas e o próprio idioma que está estudando,
certamente será muito mais difícil aprender. Estude em um ambiente no qual você
se sinta bem, troque de escola ou de professor se for o caso. O linguista Stephen
Krashen propôs a hipótese do “filtro afetivo”, isto é, uma espécie de “bloqueio
mental” que pode inibir o processo de aprendizagem de um aluno. Se você repete
o tempo todo que detesta inglês, poderá ter mais dificuldade de aprender do que
o aluno que diz adorar esse idioma, mesmo que ambos tenham as mesmas
capacidades intelectuais e estudem no mesmo local, com o mesmo método e o mesmo
professor. Tente entrar em sintonia com a língua que você está estudando em vez
de ir “contra” ela. Não existe um método ideal para aprender um idioma, escolha
aquele que é melhor para você.
7
– Esteja em equilíbrio com você mesmo
No livro, Covey fala
em se renovar nas quatro dimensões: física, espiritual, mental e
social/emocional. Novamente numa adaptação bastante livre, tenha em mente que
você precisa estar bem consigo mesmo para aprender qualquer coisa, inclusive um
idioma. Naquele dia em que tudo deu errado no escritório, provavelmente seu
rendimento na sala não será tão bom. Se você não dormiu bem na noite anterior,
talvez não vá bem na prova às 8 da manhã. Cuide de você, da sua saúde física e
emocional, tenha momentos de lazer com sua família e amigos, sem deixar os
compromissos de lado, entre eles, o estudo de um idioma. Encontre prazer nessa
atividade em vez de tornar o estudo um fardo. Será bem mais proveitoso e
agradável!